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Troca dos amortecedores da Chevrolet Meriva 2009

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Veja o passo a passo de uma troca preventiva dos elementos de amortecimento do monovolume da GM, que possui diversos detalhes exclusivos para a desmontagem da suspensão.

icone_texto_pF. Tavares
icone_fotos_pFernando Lalli

Amortecedores e molas merecem toda atenção, principalmente por uma questão de segurança, mas, também, para preservar diversos componentes do veículo. Pensando nisso, a Revista O Mecânico preparou uma matéria passo a passo com a troca dos amortecedores, traseiros e dianteiros, da Meriva Premium Easytronic 2009/2010, ainda com a suspensão original.

Nesta reportagem contamos com o auxílio de Juliano Caretta, coordenador de treinamento da Monroe, que afirma que o motivo dessa troca deve ser feito principalmente com foco na manutenção preventiva.

Andando no carro o técnico percebeu que, ao passar por uma lombada, a Meriva estava com uma movimentação bastante frequente, no sentido vertical. Possivelmente, o amortecedor já estava fraco, fato que proporciona esse movimento de subida e descida da carroceria. Ou seja, uma oscilação maior, no sentido de trabalho do componente.

Juliano acrescenta que quando o amortecedor está fraco, sem ação, fica somente sob resposta da mola. Quando passa na lombada a mola comprime, depois ela abre e o movimento é jogado para a carroceria do carro, por isso, o veículo se comporta dessa maneira. Visualmente, o amortecedor não estava travando, nem possuía vazamento. Havia apenas a perda de ação, decorrente de sua vida útil.

“Quando falamos em vida útil do amortecedor, ele vai durar conforme as condições de utilização do carro. Se o carro rodar apenas em pistas ruins, a tendência é que ele dure menos. Se for em pista boa, a tendência é que dure mais”, afirma o técnico. “Então a vida útil do amortecedor, depende da condição de uso”, completa.

Após alguns testes feitos pela empresa, com sensores em toda a suspensão, a Monroe chegou à conclusão de que uma troca preventiva deve ser feita próxima aos 40 mil km rodados. Os sensores contam quantas vezes o componente abre e fecha durante a movimentação do carro. Nestes testes foram usados carros de linha leve, utilitários e ônibus, andando em diversos pisos: asfalto bom, ruim, piso de terra e paralelepípedo. Contabilizando os dados, a conclusão foi que, em média, por km rodado, o amortecedor abre e fecha 2.602 vezes. Se aplicar uma regra de três, chega-se a uma movimentação perto de 104 milhões de vezes (40 mil Km), suficiente para causar um desgaste natural da peça.

Algumas montadoras sugerem mais quilometragem, se o usuário fizer um uso plenamente urbano, esse prazo já cai pela metade.

Dica global para Meriva

No caso da Meriva, essencialmente na parte dianteira, o amortecedor tem um lado específico. É importante o mecânico sempre se atentar a isso, que há um amortecedor exclusivo para cada lado. Essa especificação, se restringe ao suporte da bieleta, apenas isso. O que impacta é a posição da bieleta, pois ao lado oposto ela é alterada.

Tenha certeza que está sendo instalado o amortecedor correto, verificando a aplicação ou olhando na embalagem, que possui uma etiqueta mencionando a aplicação. Consulte também o catálogo.

Outro detalhe da Meriva é posição de montagem do copo localizador, que possui duas funções: guarda pó, que impede a entrada de sujeira no amortecedor e também trabalha como prato superior da mola. Ele que assenta a mola na parte de cima do amortecedor e, também, tem uma posição de montagem do copo localizador. Uma herança que vem desde o Kadett e que, a partir do Astra, foi unificada pela GM, deixando todos os carros com essa mesma característica.

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O copo localizador deve acompanhar a mesma inclinação do prato do amortecedor, de forma paralela.

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O prato do amortecedor fica inclinado; o localizador deve acompanhar a mesma inclinação. Se for montado de forma incorreta, pode gerar problemas de alinhamento no veículo. Dependendo da posição, também pode gerar barulho e prejudicar o rolamento.

Para saber, de forma visual, se está na hora de trocar o amortecedor, verifique a diferença de cor na haste do componente. Uma coloração mais escura, ou azulada, indica que está na hora da mudança.

Outra dica da Monroe é trocar a mola sempre que houver desgaste. Se isso não for feito, ela deixa de fazer o papel dela que é sustentar o peso do veículo. O cliente vai perceber uma diminuição na altura do carro.

Lembre-se, a mola é um componente que trabalha 24 horas, mesmo com o carro parado, pois ela sustenta o peso do veículo.

Antes de começar, não se esqueça de, com o carro ainda no chão, afrouxar os parafusos da roda, tanto dianteira como traseira. No caso do amortecedor dianteiro, ainda com o carro no piso, tire a pressão de aperto da fixação superior. É importante realizar esse procedimento sem elevar o veículo, pois o peso do carro está acionando a mola. Isso facilita a retirada da porca.

 

Troca dos amortecedores dianteiros

 

1) Para afrouxar a fixação superior, é necessário retirar a grelha do veículo. Remova o limpador de para-brisa para excluir a grelha. Como o limpador é um corpo estriado, faça uma alavanca para tirá-lo. Remova também a borracha de isolamento que fica entre o compartimento do motor e o capô (1a). A tampa do reservatório de partida a frio (1b) também deve ser tirada para facilitar a saída da grelha (1c).

Obs: A grelha não sai completamente por conta dos conectores da partida a frio, isso pode danificá-los.

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1a

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1b

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1b

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1c

2) Afrouxe a fixação superior. Nesta reportagem, o técnico utilizou uma chave específica, mas esse procedimento pode ser feito com uma chave 9 mm para segurar a haste e uma 18 mm para tirar a pressão de aperto.

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3) Levante o veículo no elevador para remover a roda dianteira. Utilize uma chave com soquete 17 mm, ou uma chave de roda para soltar a roda, que já deve estar com as porcas afrouxadas.

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4) Para preservar o balanceamento da roda, faça uma marcação. Assim, quando for montá-la, ela estará mesma posição de antes. Para isso, o técnico aconselha utilizar o parafuso mais próximo à válvula de ar. Deixe o parafuso preso no cubo de roda.

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5) Para desconectar o amortecedor, solte a bieleta, utilizando duas ferramentas 18 mm. Juliano recomenta o uso de uma chave fixa, pois atrás da bieleta há um fresado para fixar o pino esférico.

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6) Solte a fixação inferior do amortecedor. São dois parafusos com duas cabeças sextavadas 18 mm, com porca na mesma medida.

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7) Remova os dois flexíveis do sistema de freios. Um deles é o cabo do sensor do ABS, localizado no sistema de fixação junto ao corpo do amortecedor (7a), enquanto o outro, que é o flexível do fluido de freios, se localiza no suporte, junto à fixação inferior do amortecedor (7b).

Obs: Para não forçar o semieixo, nem os flexíveis, coloque um cavalete para apoiar a manga do amortecedor (7c).

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7a

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7c

 

8) Com a manga do amortecedor bem segura, retire a parte superior do componente. Para evitar que a coluna caia, solte o amortecedor e segure-o ao mesmo tempo (8a).

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8a

 

9) Remova a coluna do amortecedor e o prato que sustenta a estrutura da peça na carroceria.

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10) Aproveite para remover e trocar a bieleta, que virá no kit do amortecedor.

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11) Durante esta matéria, percebemos pelo estado da coifa que o terminal de direção estava prejudicado. Aproveite para também fazer a troca dessa peça.

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12) Antes de montar o amortecedor, o técnico recomenda a sangria (também conhecida como escorvamento ou equalização) do amortecedor. Esse procedimento elimina as bolhas de ar que podem surgir dentro do compartimento de óleo do componente. A Monroe aconselha que esse procedimento seja feito de 3 a 4 vezes. Não deite o amortecedor depois da sangria.

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Desmontando e montando o amortecedor

13) Para desmontar o amortecedor antigo, use um mordente de morsa e o encolhedor para fazer o trabalho de encolher a mola. Sempre posicione os encolhedores a 180º um do outro para que a mola seja fechada de forma igual. Para saber o momento de soltar a mola, acione o encolhedor até que ela fique totalmente solta.

Obs: Sempre se certifique que a mola esteja bem fixada, por questão de segurança.

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14) Solte a fixação superior segurando a haste e girando apenas a porca.

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15) Após liberar a porca de fixação, remova o coxim e o localizador.

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16) Se possível, reutilize o isolante superior da mola. Se ele não estiver trincado, ressecado ou deformado, ainda está bom para o uso.

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17) O próximo passo é retirar o batente do amortecedor. Assim como todas as peças do kit, o batente também deve ser obrigatoriamente trocado.

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18) Com o conjunto praticamente desmontado, retire a mola.

Obs: A troca da mola deve ser feita, sempre que houver indícios de desgastes. Trincos, rachaduras e até mesmo molas quebradas. Juliano salienta que quando essas peças estão frágeis, um elo começa a tocar no outro, gerando marcas de desgastes.

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19) Para evitar a comercialização de peças recondicionadas, recomenda-se ao amigo mecânico que, antes de sucatear o amortecedor, passe a haste em um esmeril. Dessa maneira há uma deformação na peça, evitando o reaproveitamento do componente (19a).

Obs: Ao usar o esmeril, não se esqueça do equipamento de proteção.

Obs: Os novos amortecedores fabricados no Brasil possuem certificação obrigatória do Inmetro, identificada por um registro gravado no próprio amortecedor (19b).

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19b

 

20) Após tirar o amortecedor da embalagem, faça a sangria conforme passo 12.

21) Coloque o batente no amortecedor. O técnico instrui que o batente sempre será instalado com o diâmetro menor para baixo, em qualquer situação.

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22) Na sequência, coloque a mola. Para evitar o contato do ferro da mola com o ferro do prato, Juliano sugere que o amigo mecânico coloque um isolante, que pode ser um pedaço de mangueira. Esse procedimento ajuda a evitar ruídos. Alguns veículos vêm com isolante próprio, mas nesse caso utilizamos uma mangueira simples, que pode ser encontrada em qualquer loja de material de construção. Preste atenção na posição da mola, que deve ficar com o início no degrau do perfil do prato, indicando o local.

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23) Para a montagem da mola, são necessários os mesmos cuidados que foram usados na descompressão. Utilize o encolhedor na mola, com a haste da suspensão afixada em uma morsa.

 

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24) Antes da montagem do localizador, verifique a posição correta, comparando com a inclinação do prato.

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25) Com a mola fixada em segurança, instale o isolante, depois o localizador. Se preferir, você pode vestir direto o isolador no copo localizador.

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26) Insira o coxim de fixação superior e a porca que pode ser reaproveitada.

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Obs: O Coxim precisou ser substituído, devido ao grande desgaste (26a).

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27) Descomprima a mola, sempre observando o posicionamento, pois muitas vezes a peça pode sair do lugar.

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28) Antes de levar o amortecedor para posicionar no carro, instale a bieleta. Não se esqueça que ela também tem aplicação correta, que deve ser verificada. Antes da montagem, movimente o pino esférico da bieleta para engraxar os canais e liberar o torque.

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29) A montagem segue o procedimento da desmontagem, em ordem inversa.

30) Coloque o amortecedor de baixo para cima, para depois colocar o prato e a arruela na parte de cima.

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31) Reposicione a bieleta no amortecedor do veículo. Force um pouco a barra estabilizadora para baixo, para encaixar a bieleta. Finalize posicionando a roda, colocando o carro no chão para o aperto final.

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Amortecedor traseiro

32) Refaça todo o processo para extrair a roda traseira e liberar o acesso ao amortecedor.

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33) Solte o parafuso da parte superior do amortecedor, com chave torx 18.

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34) Na parte de baixo, utilize chave 20 mm. Não se esqueça de apoiar o eixo em um cavalete.

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35) Novamente, inutilize a peça usada para ela não ser reaproveitada. Use um martelo para amassar o amortecedor.

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36) Com o amortecedor novo fora da embalagem, repita o procedimento de sangria, ou escorvamento.

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Obs: A Monroe esclarece que a marca existente na haste do amortecedor traseiro não é indicio de recondicionamento. Trata-se de um processo para introduzir o gás nitrogênio na peça pressurizada.

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37) Se necessário, troque a mola, o batente e o isolante. É um processo simples, pois a mola sai quando comprimida. Levante um pouco o veículo para dar folga à mola, facilitando a retirada.

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38) Os novos componentes (mola, batente e isolante) podem ser instalados já montados. Após instalar a mola, abaixe novamente o veículo para comprimir a mola e colocar o amortecedor.

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39) Posicione o amortecedor e aperte o parafuso. Neste caso não é necessário colocar o carro no chão, pois o parafuso vai na horizontal, ao invés da vertical.

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40) Finalize com o parafuso da parte inferior do amortecedor.

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Dicas finais dos fabricantes

As rodas já podem ser posicionadas e a Monroe recomenda que o carro seja testado na prática. Dê uma volta com o automóvel e se não houver barulhos, faça o alinhamento e o balanceamento.

Com a troca da suspensão, a Meriva ficará mais firme, pode ser que algum outro item que já esteja desgastado provoque barulho. Fique atento para não se enganar e achar que o problema é com os amortecedores.

15 comentários em “Troca dos amortecedores da Chevrolet Meriva 2009

  1. Olá, Antonio. Para direcionar sua pergunta para nosso consultor técnico, por favor, envie a dúvida pelo formulário no link https://omecanico.com.br/contato/. Selecione “dúvida técnica” no assunto e inclua o link da reportagem a que se refere, se for o caso. Assim que tivermos retorno enviaremos a resposta por e-mail. O prazo varia de 10 dias a 30 úteis.

  2. Bom dia, tenho um vectra 2010, a rosca do parafuso inferior do amortecedor traseiro espanou, no caso o parafuso vai diretamente no eixo, nesse caso o eixo aceita solda para refazer a rosca?ja comprei os parafusos novos na concessionária. Porém a rosca do eixo tbm espanou.

  3. Olá. Por favor, reitero as perguntas do Richelme e do Lucas (medidas parafusos do amortecedor traseiro e intercambio destes entre Meriva e Montana).

  4. Certo, porém após a troca dos componentes essa peça que antes era encostada na carroceria agora está deixando um espaço de 1 dedo na parte superior, sem encostar na carroceria, visto de cima com o capô aberto
    Tem alguma coisa errada
    Tem algum e-mail que eu possa enviar as fotos anexo?

  5. Olá, Leandro. Não. A suspensão dianteira da Chevrolet Meriva possui uma peça superior chamada “localizador”, em formato de “copo”, que faz as vezes de prato superior. Sua inclinação na montagem deve acompanhar a inclinação do prato inferior para acomodação da mola. Acima do localizador, fica o coxim superior: este sim é o componente da torre de suspensão que fica em contato com a carroceria.

  6. Por favor, o prato superior deve ficar encostado e apoiado na carroceria quando trocado por novo, assim como amortecedor e kit de suspensão?

  7. Gostaria de saber se e normal após a troca do amortecedores dianteiros do astra , ficou o lado do motorista mais alto que o carona . Isto percebido quando se abre o capô e a diferença é visível nos pratos superiores. Do lado do carona está bem próximo da lataria enquanto lado do motorista quase entra um dedo. Grato.

  8. Olá gostaria de saber se fox 2004 o amortecedor traseiro tem lado esquerdo ou direito ou se eu posso comprar um amortecedor e instalar em qualquer um dos lados?

  9. Onde posso encontrar uma tabela de torque para os parafusos do Kadett?

    Não são para os parafusos da junta do motor, mas sim para todos os parafusos gerais do carro (carroceria, portas, freios, direção, etc)

    Abraços

    Guilherme Henrique Pelizari Mattos

  10. Yamara, sim, os amortecedores dianteiros da Meriva tem lado. Isso por causa do encaixe da bieleta da barra estabilizadora, que deve sempre apontar para a traseira do veículo. Um abraço.

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