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Troca de velas e cabos da Montana

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Confira o diagnóstico e a substituição dos componentes da ignição de uma picape Chevrolet Montana 2011 com motor Econoflex 1.4 e 37 mil km rodados

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Pouca gente imagina que a quilometragem do carro pode enganar quanto ao intervalo de manutenção de algumas peças. Por exemplo, um veículo que constantemente enfrenta engarrafamentos pode não rodar muito, mas o motor fica ligado durante o lento e demorado trajeto, se desgastando do mesmo jeito, mas sem entrar na “conta” da odômetro. Por isso, as fabricantes de automóveis consideram o trânsito urbano como uso severo – e o mecânico deve orientar o proprietário que enfrenta trânsito pesado a cortar pela metade o intervalo de manutenção e troca de peças ligadas ao motor.

Velas e cabos são dois bons exemplos de peças que sofrem nos congestionamentos. A vida útil das velas da Chevrolet Montana 2011 usada nesta reportagem é de 30 mil km e, dos cabos, de 60 mil km. Com 37 mil km rodados, sendo boa parte em percurso urbano, a picape já havia ultrapassado o prazo para a troca das velas, que se mostraram bem mais desgastadas que o limite recomendado.

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Ricardo Namie, chefe da assistência técnica da NGK, declara que os carros atuais conseguem compensar o desgaste das velas, deixando o comportamento do carro inalterado para quem o dirige, mas uma análise mais detalhada pode revelar os problemas. “Se você for pegar o consumo desse carro, com certeza estará maior”, explica. A emissão de poluentes também fica comprometida nesse caso.

“É importante conscientizar o mecânico que o uso diário em grandes centros urbanos é um uso severo”, garante o técnico Hiromori Mori, da assistência técnica da NGK. “Em geral, a pessoa imagina que o trânsito severo seria aquele da autoestrada”, afirma o técnico Paulo Godinho, também da assistência técnica da NGK, responsável pelo procedimento que está a seguir.
O final da vida útil de velas e cabos causam falhas imperceptíveis no início, mas que vão se agravando rapidamente. A substituição desses componentes é simples, mas muitas vezes é ignorada nas primeiras avaliações, podendo levar a diagnósticos equivocados e retrabalho. É bom ficar atento.

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Procedimento

1) Antes de começar a remoção das peças, certifique-se que a área de trabalho no motor está limpa para evitar que impurezas caiam no alojamento das velas (e, consequentemente, nos cilindros) durante a operação.

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2) Para tirar os cabos, segure pelo terminal e gire-o para se descolar da vela. Nunca puxe pelo fio.

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3) Remova a vela com a chave (ou soquete)especial para a remoção da peça. Encaixe bem a chave de vela para evitar a quebra da peça. Nunca utilize outro tipo de chave para esse serviço.

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4) No caso da Montana, a remoção da vela do 4º cilindro é dificultada pelo posicionamento da vareta de óleo, fazendo com que a chave se incline e a peça corra o risco de se quebrar. Lembre-se que a chave deve sempre estar bem conectada às velas tanto na retirada quanto no aperto.

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5) Para a retirada das velas, a NGK disponibiliza uma ferramenta simples, chamada de tubo sacador, que se conecta à ponta da vela e permite uma remoção mais segura da peça. Contudo, a vela também pode ser removida com a mão, desde que com o devido cuidado.

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6) A análise das peças retiradas pode revelar a condição interna de trabalho do motor. O tipo de resíduo ou desgaste indica se há problemas no conjunto e as possíveis causas. Neste caso, os técnicos da NGK notaram pequenos riscos próximos aos eletrodos das velas dos cilindros 1 e 2. Esses riscos são fugas de corrente elétrica onde a centelha para a queima da mistura não se formou e toda a energia acabou aterrada no cabeçote.

Segundo o técnico Paulo Godinho, esse fenômeno é causado pelo acúmulo de resíduos de carvão decorrentes de falhas de queima por uso de combustível de má qualidade, excesso de combustível no cilindro, queima de óleo e também pelo próprio desgaste natural da vela. “Quando isso acontece, o motor tende a perder força e aumentar o consumo de combustível”, avalia Paulo.

Já as velas dos cilindros 3 e 4 apresentaram coloração vermelha também por acúmulo de impurezas. A coloração natural de uma vela em final de vida útil depende do combustível utilizado pelo automóvel: o uso de gasolina gera uma coloração branca tendendo ao cinza claro, o uso de etanol ou GNV não gera resíduos e a ponta da vela fica branca.

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7) A comprovação do desgaste das velas é feito pelo desgaste dos eletrodos. A folga mínima entre os eletrodos para as velas da Montana é de 0,8 mm. Há um limite máximo de folga, que varia entre 0,2 e 0,3 mm – mas o mais seguro para determinar a condição da peça é ver a sua quilometragem e fazer a inspeção visual: se o eletrodo estiver arredondado, sem os cantos vivos, a vela deve ser substituída. As velas retiradas do motor da Montana apresentavam folga de até 1,3 mm, muito acima do recomendado, o que só firmou a comprovação do fim de suas vidas úteis.

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Obs: Para medir o desgaste das velas, é necessário um cálibre indicado para a medição da distância entre os eletrodos. O cálibre de lâminas comum pode ser usado no caso da vela da Montana, que possui apenas um eletrodo, mas, numa vela multieletrodos, as lâminas não conseguiriam medir a folga.

8) Antes de instalar as velas novas no veículo, confira se o código das peças bate com o indicado na tabela de aplicação.

Para manusear as peças novas, o mecânico sempre deve estar com as mãos limpas. Impurezas podem prejudicar o contato entre a cerâmica da vela e o cabo.

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9) As velas novas também devem ser medidas, porque as peças podem ser afetadas por batidas e vibrações no transporte até a aplicação na oficina. A folga nominal da vela nova é de 0,8 mm neste caso, mas a fabricante orienta, para outras aplicações, a sempre consultar sua tabela de aplicação. Caso a folga esteja maior ou menor, faça o ajuste necessário.

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10) Meça a resistência das velas com o multímetro. O valor nominal para o tipo de vela utilizado na Montana é de 3,0 a 7,5 k?. Para outras linhas, os limites de resistência podem variar, por isso, é necessário consultar a tabela de aplicação da fabricante.

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11) Instale as velas novas sempre com as mãos, posicionando-as corretamente para não deformar a rosca ou mesmo a peça. Neste caso, o técnico da NGK utilizou a mesma ferramenta da retirada das velas antigas para rosquear as velas novas.

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12) O torque de aperto varia de acordo com o diâmetro da rosca da vela e do metal do cabeçote do motor. A embalagem das peças tem uma pequena tabela para consulta. Neste caso, o diâmetro da vela é de 14 mm e o cabeçote é feito em alumínio. Portanto, o torque é de 2,5 a 3,0 kgfm. O aperto deve ser dado de uma vez, sem pausas no movimento.

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Obs: Caso não haja torquímetro disponível, há também a opção de torque angular para a vela, que pode ser de ½ volta (180º) para velas novas com assento plano (que possuem arruela de encosto, também chamada de gaxeta), como a utilizada no procedimento. Para velas de assento plano reutilizadas, o torque angular é de 1/12 a 1/8 de volta (30º a 45º).

13) Os cabos utilizados na Montana são do tipo SC (“supressor no cabo”, com resistência ao longo do fio), que não possuem resistência fixa. Neste tipo de cabo, a resistência é de 7,5 k? (tolerância de ± 40%) por metro – sem considerar o comprimento dos terminais, apenas o fio. Para estabelecer o valor para cada cabo, é necessário fazer uma regra de três:

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Mas devido à possibilidade de erros no cálculo, a NGK orienta o mecânico a contatar a fabricante pelo através do seu SAC (0800 197 112) para que ela informe os valores corretos de resistência em cada aplicação dos cabos do tipo SC. Segundo o técnico Paulo Godinho, se houver dúvida quanto aos valores exatos de resistências, o importante é verificar se há passagem de corrente nos cabos e se não há nenhum valor fora do padrão na medição.

Obs: Pode acontecer, também, que, num mesmo jogo de cabos, um deles tenha resistência maior que o outro Desde que esteja dentro da tolerância de ± 40%, não há problema algum.

14) Cuidado para não inverter o posicionamento dos cabos na bobina. Substitua os antigos um por um para não haver confusão.

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15) O alinhamento da conexão entre o terminal do cabo e a vela deve ser feito com cuidado. O terminal nunca deve entrar torto, já que é feito de borracha e, a ponta da vela, de aço. Se forçar, o cabo novo pode ser danificado.

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Mais informações: NGK / NTK – (19) 3894-9772

6 comentários em “Troca de velas e cabos da Montana

  1. Olá tem uma Montana 2012 econoflex 1.4 gostaria de saber a sequência do cabo de vela em relação a bobina e os cilindros

  2. Boa tarde, estou tendo uma duvida .Minha picape Montana esta enferrujando,a vela do cilindro nº2 sendo que os treis restantes estao com queima perfeita .Troquei o jogo de cabos mas o problema continuou.Pergunto a voces seria o problema na bobina ? Foi feita a troca das velas tambem.Agradeço possivel ajuda.

  3. Boa tarde. Essa parte de torque angular está um pouco complicado para se por em prática, pois no site da ngk fala que o torque deve ser ,em uma vela nova com gaxeta, de 180 a 270º, em um vídeo, http://www.youtube.com/watch?v=HsY34VwXHfY, produzido pela revista , o mecânico, no you tube vocês afirmam que este torque angular deve ser maior que 1/4 e menor do que meia volta. Gostaria que vocês pudessem ajudar a sanar essa dúvida que é simples mas que faz uma grande diferença na hora da instalação. obrigado

  4. Boa noite! Tem como você definir pra mim a força exata que eu devo usar nas velas reutilizadas de 14 mm com graxeta para cabesote de alumínio, se é 2,5 ou 3,0 Kgfm desde já agradeço.

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