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Troca das molas do Volkswagen Gol

Acompanhe o procedimento de analise e substituição das molas helicoidais deste veículo popular, considerado robusto, principalmente, em relação a suspensão

Carolina Vilanova

 

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Suspensão em ordem é igual a segurança dos ocupantes de um veículo. Todo mecânico tem a obrigação de saber disso. Por ser um sistema complexo, que funciona com a combinação de vários componentes, precisa de manutenção preventiva e muita atenção.

 

De um modo geral, é a suspensão que absorve os impactos provocados por buracos e irregularidades do solo, suporta o peso do carro além de garantir a estabilidade e o conforto, permitindo boa dirigibilidade.

 

Os principais itens do sistema são: amortecedores, molas, coxins e batentes, caso um destes itens apresente desgaste, vai comprometer a geometria e o alinhamento do veículo, colocando em risco a segurança e a durabilidade dos componentes da suspensão, como pneu, por exemplo. “A recomendação para os mecânicos é a seguinte: faça uma inspeção visual do estado das molas e do conjunto da suspensão a cada 10 mil e a troca preventiva do conjunto mola/amortecedor a cada 40 ou 50 mil km. A troca deve ser feita das quatro molas na mesma revisão, ou aos pares”, orienta José Roberto Boromelo, coordenador de produto das Molas Fabrini.

 

Nesta matéria fizemos o procedimento de análise e troca de molas do modelo Volkswagen Gol, ano de fabricação 2006. O conjunto é composto de suspensão do tipo McPherson, com mola e amortecedor acoplados. “Em geral é um sistema simples e robusto, construído para as condições do nosso solo e para a condução do motorista brasileiro”, comenta.

 

O que há de errado?

 

O primeiro passo do mecânico, quando o cliente chega na oficina reclamando de problemas na suspensão, é questionar qual foi a última vez que fez o serviço de revisão e manutenção preventiva, se já trocou o amortecedor e se as molas foram substituídas simultaneamente, se ele notou anomalias no comportamento do carro e se ocorreu desgaste irregular dos pneus. Mas será que o problema está na mola? José Roberto dá algumas dicas:

 

Numa inspeção visual, é importante checar se a pintura da mola está descascada ou tem sinais de ferrugem, que pode causar a quebra da peça. A ruptura de um dos elos da mola acarreta instantaneamente um desnível de altura no veículo, que o mecânico deve ficar atento. Se a mola quebrar com o carro rodando, muito provavelmente o motorista vai perder o controle do veículo e corre o risco de sofrer um acidente.

 

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Outro sintoma de que a mola tem problemas é quando o carro está arriado, com a traseira ou a frente baixa em relação ao solo, o que vai gerar alteração no curso da suspensão e desgastar pneus, amortecedores, batentes e coxins. (Os batentes são indicadores do estado das molas).

 

Observe ainda se as espirais da mola estão batendo, gerando perda de estabilidade e batidas secas na suspensão. Pneus, amortecedores, batentes e coxins também ficam avariados nesse caso.

 

Quando os batentes estão danificados é porque as molas apresentaram arriamento ou perderam a capacidade de absorver impactos, provocando batidas secas, desgaste prematuro dos componentes e trincas na estrutura do veículo.

 

Procedimento

 

Para realizar uma troca de molas no veículo, e consequentemente do amortecedor, não se esqueça de utilizar os EPIs e as ferramentas necessárias: chaves de boca, morsa, compressor de molas. “Todas as peças que forem tirando do carro, coloque numa caixa, para manter a sua oficina organizada e para que a montagem seja mais fácil e garantida”, recomenda José Roberto. Fiquem atentos aos procedimentos e mãos à obra:

 

1) Com o carro no elevador, mas ainda apoiado no chão, vamos soltar a porca do semi-eixo, com uma chave estrela de 30 mm. Solte também, com a chave 17, as porcas da rodas.

 

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2) Para ajudar, com a chave 22 mm e uma allen de 6mm, solte um pouco a porca superior do amortecedor, apenas para tirar o aperto, antes de levantar o veículo.

 

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3) Agora, com o carro suspenso no elevador, retire os parafusos da roda, para removê-la.

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4) Em seguida, solte a pinça de freios com uma chave 15 mm. Não deixe a pinça ser sustentada pelo flexível de freio. Use uma abraçadeira para prender no suporte do flexível. (4a)

 

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5) Com a ajuda de um saca terminal e uma chave estrela de 17 mm, solte o terminal da direção. Para destacar o cônico do terminal de seu alojamento, utilize um saca terminal, evitando bater com o martelo.

 

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6) Agora solte a porca da junta homocinética.

 

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7) Para facilitar o processo, solte um pouco o parafuso da bucha da bandeja para não forçar o conjunto na hora de tirar o amortecedor. Use uma alavanca para abaixar a bandeja.

 

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8) Na parte de trás, solte o parafuso do pivô, com uma chave estrela e uma chave L de 17 mm, retire o parafuso. Para retirar o pivô solte as duas porcas da bandeja com a chave 19mm.

 

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9) Abaixe novamente o carro para remover o conjunto do telescópio, já desapertado previamente. Peça a ajuda de um colega, pois o telescópio é deslocado por baixo. Assim, podemos levá-lo para uma bancada e fazer uma análise melhor na mola e no amortecedor.

 

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Na bancada de testes

 

Com o telescópio preso na bancada, vamos fazer uma analise da suspensão e das condições de todos os componentes envolvidos.

 

1) Utilize um compressor de molas para aliviar a carga da mola e soltar o coxim com uma chave castelo. Cuidado com o encaixe e use a ferramenta correta.

 

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2) Retire o coxim. Aproveite e inspecione a peça, pois se a mola não estiver absorvendo impacto, o coxim vai se deformar e causar uma folga excessiva do prato superior.

 

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3) Solte a carga da mola bem devagarzinho e depois, retire o compressor e a mola. Analise a mola quanto à existência de ferrugem, elos batidos ou quebra. A ferrugem destrói o tratamento especial do aço, provocando a quebra, desnível de altura e grande possibilidade de a peça escapar da suspensão e pegar no pneu, é muito perigoso.

 

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4) Remova a coifa e o batente do amortecedor, que é o limitador do curso da suspensão. Analise o estado do batente, que pode indicar avarias na mola como, por exemplo, arriamento (veículo baixo e alteração do curso do amortecedor / batente), ou a mola não está absorvendo os impactos transferindo esta energia para os batentes.(4a)

 

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Obs: Existe uma preocupação muito grande em se reduzir peso do veículo, e a mola não ficou fora deste processo. As molas mais novas têm menos aço, ou seja, menos espiras, consequentemente há uma distância maior entre um elo e o outro. Mesmo chegando no fim de curso da suspensão, ela não vai encostar as espiras. Por isso é importante avaliar todos os componentes da suspensão.

 

Na substituição da mola, confira a característica do veículo no catálogo. A pinta colorida identifica a mola, ou seja, para qual veículo foi desenvolvida.

 

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Montagem:

 

1) Para começar a montagem do telescópio, faça o escorvamento no amortecedor, fechando e abrindo a haste algumas vezes, para eliminar as bolhas de gás do amortecedor, encaixe a peça na estrutura do telescópio e aperte o copo roscado. Com o compressor de mola, comprima a peça até uma altura suficiente para permitir a montagem dos demais componentes, observe o encaixe correto da ferramenta na mola.

 

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2) Agora coloque a mola no prato, cuidado com a posição. Monte os demais componentes na sequência inversa da desmontagem.

 

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3) Para montar o conjunto da suspensão no veículo, comece fixando o telescópio no para-lamas utilizando o prato superior (observação: não aperte a porca até o fim da rosca), em seguida coloque o pivô na bandeja e no telescópio. Agora vamos prender o terminal de direção e fazer a instalação da pinça. Aproveite e inspecione o estado das pastilhas.

 

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4) Com o carro no chão, faça o aperto dos parafusos de roda, da junta homocinética, bandejas e pivô. Para reapertar a porca castelo do coxim / amortecedor, retire a porca sextavada do prato superior, retire o prato superior e refaça o aperto da porca castelo do coxim / amortecedor. Para finalizar recoloque o prato superior e a porca sextavada e de o aperto final.

 

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Mais Informações: Molas Fabrini (11) 4366 9307

3 comentários em “Troca das molas do Volkswagen Gol

  1. Boa noite , tenho uma dúvida ? Os amortecedores traseiros do gol G3 Power 1.6 , quais seriam a posição correta dos amortecedores em relação ao encaixe das molas , pois os amortecedores não são pressurizados , a óleo , fico grato por uma resposta.

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