Acompanhe o procedimento de manutenção do sistema de arrefecimento do Fiat Palio 1997, com a substituição da bomba d’água
Carolina Vilanova
Roney Peterson
Xiiii… O motor esquentou! O veículo ficou parado no meio da rua soltando fumaça pela tampa do reservatório de expansão. Graças a Deus, ninguém se queimou com o vapor quente. Agora, só o guincho pode ajudar. Tremenda dor de cabeça para o seu cliente, não é mesmo? Uma dor de cabeça que pode perfeitamente ser evitada com procedimentos simples de manutenção e um belo check-up no sistema de arrefecimento.
Cheio de componentes vitais para a saúde do motor do veículo, o arrefecimento é um sistema razoavelmente simples de ser mantido em ordem, se o cliente atentar-se, em primeiro lugar, em utilizar o aditivo correto para o líquido, mantendo o nível sempre no limite estipulado do reservatório.
Não podemos esquecer que a função do arrefecimento é de extrema importância para o funcionamento do motor, pois controla sua temperatura e, nos veículos modernos, pode influenciar na economia de combustível e no desempenho. Na prática, quando o arrefecimento trabalha na temperatura ideal, garante maior durabilidade ao motor, menor desgaste e atrito das peças internas e, consequentemente, reduz a emissão de poluentes.
Os componentes que fazem parte do sistema são: mangueiras, radiador, reservatório e tampa, válvula termostática, eletroventilador e bomba d’água. Nesta reportagem avaliamos um modelo Fiat Palio ano 1997 com motor 1.0 litro 8V, que apresentava sintomas de superaquecimento do motor. Para isso, contamos com a ajuda dos técnicos Aelson Rios e Eduardo Guimarães, ambos da área de assistência técnica da Affinia.
A primeira providência a ser tomada nesse caso é fazer um teste em todo o sistema. Não se esqueça de utilizar luvas de proteção, óculos de segurança e aplicar apenas peças originais, se necessitar de alguma substituição. Em primeiro lugar, é importante fazer uma verificação minuciosa no estado de todos os componentes envolvidos. Este procedimento deve ser feito com o motor frio.
Check-up do sistema
1) Comece verificando se há vazamento no sistema. Para isso, solte a tampa do reservatório de expansão e coloque a ferramenta de teste de estanqueidade e pressão. Em seguida, pressurize o sistema. Observe que, quando não há vazamento, o ponteiro fica parado. É normal uma pequena queda de pressão logo após a pressurização, devido à dilatação das mangueiras. No entanto, após isso a pressão deve ficar estável por tempo maior do que 15 segundos.
Obs: O teste de estanqueidade é feito antes e depois de qualquer procedimento de troca de componentes do sistema.
2) É também um item da verificação completa checar se o radiador não se encontra com suas aletas sujas ou deformadas, impedindo que o ar passe. Quanto aos eletroventiladores, verificar a corrente de acionamento e ruídos estranhos.
3) No nosso caso, a ferramenta mostra que o ponteiro desceu, ou seja, existe vazamento no sistema e temos que saber onde está. Para isso, devemos fazer uma análise visual em mangueiras, radiador, selos, abraçadeiras e bomba d’água. Se o veículo for equipado com aquecimento interno (ou climatizador), o trocador de calor da cabina de passageiros também deve ser examinado.
Obs: Outros pontos críticos são: as juntas do cabeçote e do coletor de admissão. Quando aquecido por água, a válvula termostática e a tampa do reservatório também devem ser testada, quanto à sua pressão de abertura e fechamento.
4) Coloque a mão no furo de dreno da bomba. Se estiver molhado, o vazamento é detectado e a bomba deve ser trocada.
5) O próximo passo é esgotar o líquido de arrefecimento do sistema por meio da mangueira inferior, então, solte a abraçadeira e deixe o líquido escorrer dentro de um reservatório apropriado.
Obs: Não esqueça que o motor deve estar frio antes de drenar o líquido, para evitar danos ao motor, além de ser perigoso para o mecânico. Observando as condições do líquido, o técnico pode verificar se há impurezas, contaminação e excesso de ferrugem no sistema. O descarte desse conteúdo deve ser feito de maneira correta e não na rede de esgoto.
6) O próximo passo é soltar os periféricos para ter acesso à bomba. Em alguns veículos, a bomba é acionada pela correia dentada, mas neste caso, seu funcionamento é feito pela correia auxiliar.
7) Comece soltando a caixa do filtro de ar e, em seguida, a correia auxiliar, para isso, solte o esticador.
Obs: A correia auxiliar está ligada na polia do motor, no alternador e na bomba d’água.
Aproveite e faça a avaliação de todos esses itens. Veja se a correia apresenta marcas e se as estrias e os dentes estão em bom estado. Se estiver boa, podemos montar a mesma correia.
8) Solte os dois parafusos e retire o tensionamento. Aproveite e verifique também o estado do tensionador da correia.
9) Na sequência, remova o sensor de rotação que está bem ao lado da bomba d’água e, por isso, precisa ser removido para evitar danificar a peça.
10) Agora, o próximo passo é soltar a presilha das mangueiras de combustível presas na carenagem, também chamada de capa protetora das correias. Neste caso, são duas, a superior e a inferior. Solte nessa ordem. (10a)
11) A partir dessa operação, já se observa a posição de montagem da bomba d’água. O próximo passo é soltar a peça, que está presa ao bloco por meio de quatro parafusos. Coloque a vasilha de volta porque sempre fica um pouco de água.
12) Após remover os quatro parafusos, é só puxar a bomba, com cuidado. Não é recomendado usar ferramenta para bater na peça. Caso esteja colada, use uma alavanca para desencaixar. Termine de esgotar o líquido.
Obs: O técnico da Affinia explica que a melhor maneira de aumentar a vida útil dos componentes do sistema é a manutenção preventiva, substituindo o líquido uma vez por ano, utilizando sempre um aditivo de boa qualidade e na proporção correta. Para veículos mais antigos a tensão adequada da correia também é importante, deve-se checar também o funcionamento das válvulas da tampa do reservatório de expansão.
13) Faça uma minuciosa análise na bomba d’água, componente mecânico que tem um selo e um rolamento responsáveis pela sua vida útil. Se encontrar vazamento, o selo está danificado.
14) Avalie ainda se existem corrosões nas flanges da bomba e se tem contato com o aditivo. Ruídos na bomba d’água podem ser gerados por conta do rolamento danificado.
15) Não esqueça de trocar a junta que vem no kit da bomba. Não é recomendado utilizar cola nessa junta.
Montagem da bomba nova
1) Antes de começar o processo de instalação da nova bomba, faça uma limpeza no alojamento com a ajuda de uma espátula.
2) Dando sequência, vamos fazer a instalação da bomba nova, que permite apenas um encaixe, mas por via de dúvidas, use como referência o furo de dreno, que é sempre voltado para baixo. O aperto deve ser por igual em todos os parafusos, fazendo com que a bomba esteja bem encostada para ajudar na vedação. O torque pode ser entre 2,5 e 3 Nm, sem sequência de montagem.
3) Em seguida, encaixe a carenagem inferior para depois instalar o sensor de rotação. Faça esse processo com bastante cuidado.
4) Agora coloque o sensor de rotação, observando que a folga entre a roda fônica e o sensor tem que ser de 0,4mm, para medir use um cálibre de lâminas. Caso essa folga fique superior a essa medida, o carro pode não funcionar. (4a)
5) Vamos colocar agora o esticador da correia, para isso, encaixe os dois parafusos. Na hora de colocar a correia, a tensão deve ser regulada com uma chave 19 mm, torcendo a correia meia volta.
6) Agora nos vamos colocar a carenagem superior, ou seja, a proteção da correia dentada. Tenha bastante cuidado com as pinças onde são presas as mangueiras de combustível.
7) Por fim, instale corretamente a caixa e as mangueiras do filtro de ar.
Na medida certa
Pela avaliação que foi feita no líquido de arrefecimento que foi retirado, identificamos que houve a manutenção preventiva no período determinado. O próximo passo é preparar o líquido, verificar se não há vazamento, checar o alinhamento da correia, recolocar o filtro e liberar o carro.
1) Começamos pela preparação do liquido, sempre seguindo as instruções da montadora, descritas no manual do proprietário. Utilize o aditivo recomendado na seguinte proporção: 40 a 60% de aditivo mais água desmineralizada. Não é recomendado colocar a mistura direto no reservatório, faça a preparação num galão limpo. Vamos diluir dois litros de aditivo em três litros de água.
Obs: O técnico deve obedecer a proporção indicada para evitar a oxidação no sistema. Outros problemas que podem ser causados pela mistura incorreta é cavitação, aeração e eletrolise. Vale lembrar que nos veículos com injeção eletrônica, os aditivos interferem na condução elétrica da água. A cavitação ocorre dentro do sistema, na região do rotor da bomba, onde ocorre depressão.
2) Não esqueça de reapertar as mangueiras de todo o sistema antes de colocar o líquido, para evitar vazamento.
3) Após o enchimento do sistema com o novo líquido, faça novamente o teste de estanqueidade, com a ferramenta adequada, gerando uma pressão de no máximo 0,5 bar.
4) Complete o reservatório e certifique-se de que não há ar no sistema.
5) Em seguida, funcione o veículo para que o líquido circule em todo o sistema e o nível do reservatório abaixe, permitindo que se coloque mais aditivo.
6) Por fim, deixe o motor funcionar até disparar o eletroventilador. Pronto o sistema está com a manutenção em dia.
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Mais informações: Affinia (11) 3206-8081
BOm dia,
esto com probelma no palios sporting 2013, ele bate arranque liga e meio que falha querendo apagar e dai acelero e estabiliza, já troquei bateria, escovas, cabo de velas, velas, troqueir oleo, filtro e continua assim.
NO raster não consta nada, hoje ele não ligou mais, tanque cheio, só ligou o painel e nada.
È sensor de fase? notei um pequeno vazamento abaixo do carter, parece ser parafuso com folga, mas não sou profissional nisso, alguma dica para esse modelo e-torq?
AGradço se me deres um norte, porque troquei esse carr ono meu 208 ano 2014 com medo do pegeout me complicar depois, porem até hoje esse palio me de urtrabalho a bessa e desde então já gastei uns 7 mil até agora entre, pneus, bateria, amoretecedores e o carr continua com problemas
Olá, Ronaldo. Precisamos de mais informações. O problema acontece a frio? A quente? Qual modelo e ano do veículo?
Rapaz queria saber porque tá saindo muito pouca a água do retorno da mangueira para o reservatório quase não sai
Gostei muito, mas ficaram devendo qual bitola de ferramentas que usaram.
Muito interessante, parabéns pelo tópico. Estou com um problema cronico que pelo jeito o “mecânico” que fez, não seguiu suas instruções e pelo que tudo indica, encheu de cola a bomba d’água do meu corsa, não tem jeito da mesma sair do motor. Alguma dica do que fazer? Tenho medo de partir para pancada e acabar danificando o bloco do motor. 🙁
Didática fácil de entender. Faz o que parecia algo complicadíssimo se tornar algo que qualquer pessoa com um pouco de interesse e poucas ferramentas possa fazer.
Obrigado!!
muito bom adica
Muitíssimo Obrigado!!!
Comprei a bomba e eu mesmo fiz o procedimento…
outro mecânico tinha alegado que se tratava de água no cabeçote, após trocar a bomba resolvi o problema de meu Palio GUERREIRO…
Ae vlw mesmo .muito util o post.obb…