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Tri Fuel turbinado

A tecnologia Tri Fuel foi aprimorada para ser incorporada também em veículos equipados com turbo.

Carolina Vilanova

Na corrida em busca de alternativas para sistemas de injeção eletrônica, mais um produto está para ser lançado no mercado. Trata-se do Motronic Tri Fuel, um sistema digital multiponto de gerenciamento de motor, desenvolvido pela Bosch, que possibilita o uso de Gás Natural Veicular (GNV) ou qualquer mistura de álcool e gasolina no mesmo veículo, inclusive em modelos equipados com turbo.

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O primeiro carro apresentado com o Motronic foi o VW Polo Tri Fuel, no Salão do Automóvel do ano passado. A tecnologia é uma evolução do sistema de injeção utilizado no Astra Tri Fuel, com a vantagem de reunir funções específicas para cada um dos três combustíveis em uma mesma unidade eletrônica de comando, enquanto o Astra utilizava duas centrais, uma para administrar o líquido e outra para o gás.

O sistema tem os benefícios do flexfuel, ou seja, redução de emissão de poluentes, economia no consumo de combustível e versatilidade ao abastecer. A isso se adiciona uma adaptação para gerenciar também motores com turbo e compensar a perda de potência quando roda com gás.

Como funciona

O Motronic Tri Fuel possui um software, que faz os ajustes de todas as funções do motor para receber dois combustíveis líquidos (gasolina e álcool) e um gasoso (GNV). Com apenas uma unidade de comando, administra sistemas de injeção e de ignição, controle de ar, regulagem de detonação, entre outros componentes, baseado na análise de diversos sensores, que ajustam também a mistura, o avanço e a quantidade de ar que entra no motor.

Para que isso fosse possível, a Bosch desenvolveu algumas alterações no sistema  Tri Fuel anterior, envolvendo ajuste no ângulo de ignição, quantidade de combustível injetada e angulação da abertura da válvula da borboleta. Foi instalada mais uma galeria para injetar o gás no motor, exigindo que o coletor de admissão ocupasse menos espaço no motor, além do turbocompressor, controlado eletronicamente.

Outros componentes alterados foram o chicote elétrico para instalação dos sensores adicionais; o sensor de pressão e temperatura de gás, que mede densidade do combustível no momento da injeção; os relés de desligamento do circuito de gás; e a calibração, para que o veículo obtenha o melhor desempenho, otimizando o torque disponível.

O acionamento do circuito de combustível pode ser realizado automaticamente ou ativado pelo motorista, por meio de um interruptor no painel. No modo automático, o software identifica quando o combustível está acabando e promove o chaveamento de maneira confortável para o usuário. Também pode passar automaticamente de GNV para flexfuel , para  aumentar a potência.

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“Quem decide o combustível a ser utilizado é o motorista. Este é o conceito da flexibilidade”, afirma Fábio Ferreira, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Bosch. “O acionamento automático só pode realizado se o combustível de um dos tanques estiver acabando”, completa.

Mas e o turbo?

A grande novidade do Motronic Tri Fuel é a capacidade de gerenciar três combustíveis diferentes em um motor que seja originalmente equipado com turbocompressor. “Essa foi uma forma de compensar a redução de potência, característica dos veículos abastecidos com gás, baseada no conceito da sobre-alimentação, sem perder as vantagens do GNV, otimizando a performance do veículo e reduzindo a emissão de CO2”, explica Ferreira.

O turbo também é controlado eletronicamente, por meio de um remapeamento feito no software, para atender as condições do combustível gasoso, que tem a pressão de ar mais elevada. O software analisa e transmite as informações de funcionamento do motor para o turbo, determinando quando é necessário colocar pressão para que entre em ação, explorando todo o poder calorífico do combustível e proporcionando mais desempenho.

Manutenção e diagnóstico

O veículo com Motronic Tri Fuel será totalmente preparado para receber os três combustíveis. Portanto, as recomendações da montadora quanto à manutenção periódica e trocas de óleo e filtros devem ser seguidas. Em termos de lubrificantes, o ideal é usar produtos específicos para os modelos multicombustíveis (flexfuel).
Devido a instabilidade dos combustíveis, é indicado o uso de aditivos adequados, que ajudam a aumentar a durabilidade. E, em caso de reparos, as peças devem sempre ser originais, específicas para esses veículos.

Um cuidado muito importante é não deixar o tanque de combustível líquido vazio, pois pode causar problemas como goma, oxidação dos canos, ressecamento de mangueiras e entupimento dos injetores. Pelas mesmas razões, o combustível também não pode envelhecer, ou seja, ficar parado por muito tempo no reservatório sem ser utilizado.

“A Bosch não recomenda a limpeza das válvulas injetoras, a utilização de combustíveis de boa qualidade é suficiente para manter os bicos em perfeito estado. Os bicos que injetam o líquido ficam lubrificados e refrigerados, já os bicos que impulsionam o gás para dentro do motor são secos, mas foram especialmente confeccionados para que não se danifiquem por estarem secos, corrigindo o problema dos carros convertidos, por exemplo”, finaliza Ferreira.

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O que muda no sistema

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1- Unidade de comando do motor: recebe as mensagens dos sensores e calcula os sinais para os atuadores, como bobina de ignição e válvulas de injeção, ativando-os por meio dos estágios de saída de potência.

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2- Injetor de gás natural: dosa o fluxo de gás em qualquer condição de operação, sempre otimizando o uso.

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3- Sensor de alta pressão: mede a pressão do gás na entrada do regulador de pressão (200 Bar).

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4- Sensor de baixa pressão e temperatura: mede a pressão e a temperatura do gás na galeria de distribuição (flauta), onde a pressão deve ser de 6 Bar.

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5- Válvula de cilindro: fecha a saída do cilindro do GNV, proporcionando mais segurança em situações de emergência.

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6- Galeria de gás: posiciona e fixa os injetores e o sensor de temperatura e pressão, enquanto fornece gás em quantidade necessária para o funcionamento do motor.

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7- Regulador de Pressão: reduz e controla a pressão do gás na galeria de distribuição para qualquer condição de operação do motor. Este componente reduz a pressão de 200 para 6 bar.

Esquema do Tri Fuel

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Legenda do esquema

1  Canister
2  Reservatório de gasolina para partida a frio
3  Relé
4  Bomba elétrica de combustível
5  Válvula solenóide
6  Válvula de purga
7  Sensor de pressão / temperatura de ar
8  Galeria de combustível / Válvula de injeção
9  Sensor de detonação
10  Sensor de rotação
11  Sensor de temperatura de água
12  Sensor de fase
13 Bobina de ignição
14  Pedal do acelerador
15  Corpo eletrônico da borboleta
16  Turbocompressor
17  Sensor de oxigênio
18  Válvula de controle do turbo-compressor
19  Válvula de corte do cilindro
20  Válvula de abastecimento de GNV
21  Regulador de pressão de GNV
22  Válvula de corte de GNV
23  Sensor de pressão e temperatura de GNV
24  Válvula injetora de GNV
25  Cilindro de GNV
26  Unidade eletrônica de controle
27  Módulo de fornecimento de combustível
28  Vela de ignição

4 comentários em “Tri Fuel turbinado

  1. Tenho procurado preço e onde instalar o sistema Tri Fuel turbinado e ate o momento nao obtive informações, gostaria de saber se poderiam me ajudar, moro em Salvador Bahia

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