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Substituição das pastilhas do Fiat Palio

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Acompanhe a troca dos componentes de atrito do modelo popular da Fiat, que por conta de uma mudança nas molas de retorno podem causar confusão na aplicação

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Quem pensa que pastilha de freio é um componente simples e sem importância está redondamente enganado. Uma pastilha de freio é composta de uma plaqueta metálica que prensa o material de atrito e um composto específico que tem mais de 25 ingredientes diferentes, como grafite, cobre, latão, palha de aço, óxido de alumínio, etc. O que não pode mais ser misturado na fórmula da pastilha é o amianto, e também alguns metais pesados, como o chumbo e o cádmio elemento perigoso para a saúde.

Esses são apenas alguns dos ingredientes que compõem uma pastilha, mas que somados têm uma função primordial para a segurança no trânsito: parar o carro de forma controlada e segura. Por isso, na hora da troca todo cuidado é pouco, ao começar pela escolha do produto, sempre original e de fabricantes renomados, nunca utilize produtos de origem desconhecida, falsificados ou recondicionados, lembre-se: a segurança do seu cliente está em suas mãos.

“O mecânico deve ficar atento à qualidade do produto, se o preço estiver muito baixo, ele deve desconfiar, pois existem muitos fabricantes de origem duvidosa, inclusive, brasileiros e chineses”, alerta Josué dos Santos, Coordenador de Produtos da TDM Friction do Brasil, que produz as pastilhas com a marca Cobreq. Vale lembrar que em breve todas as pastilhas terão que ter a certificação do Inmetro.

Utilizar pastilha de baixa qualidade traz desvantagens como precisar de mais tempo ou distância de parada maior na hora da frenagem, isso porque o torque de frenagem de certos produtos é muito baixo. Além disso, pode gerar retrabalho para o mecânico, pois o cliente pode voltar e dizer que a pastilha não está freando corretamente.

“A durabilidade também é reduzida e estraga o disco ou causa seu desgaste mais rápido também, então o custo benefício não compensa. E não podemos deixar de ressaltar que a pastilha é um componente de segurança e que pode colocar uma família em risco. Além do atrito, tem a parte de resistência mecânica da peça, uma resistência baixa pode soltar a plaqueta do material de atrito. Um bom produto requer testes e controles internos para evitar esse descolamento”, diz.

Manutenção

Manutenção depende da aplicação, do motorista e das condições nas quais o veículo trafega. “Para veículos que pegam muita estrada, o ideal é trocar o par de pastilhas em média a cada 20 mil km, já os que rodam na cidade sofrem mais desgaste e precisam trocar a cada 10 mil km rodados”, explica Josué, que nos ajudou com essa matéria que mostra o procedimento de substituição num Fiat Palio 2009.

Ele esclarece ainda que alguns modelos têm um sensor mecânico de desgaste que, em contato com o disco, gera um ruído quando a pastilha está com a espessura menor do que o especificado. Outro sensor é o eletrônico, que indica no painel do carro o desgaste da peça. “Veículos sem o sensor devem passar por uma checagem preventiva a cada 5 mil km ou quando recomendado pela montadora. Quando faz o rodízio de pneus, por exemplo, é indicado olhar a pastilha e o disco também”, comenta.

O sistema de freios do Palio é composto pelas pastilhas e discos na dianteira, fluido, flexíveis de freios, tambores e lonas na traseira, cilindro mestre, servo-freio, pedal e etc. “Na maioria dos casos, a cada duas trocas de pastilhas, troca-se ou retifica-se o disco. Se a manutenção na pastilha não for feita adequadamente, o disco vai acabar comprometido, pois vai ficar em contato direto com a plaqueta e não com o material de atrito, ou seja, ferro com ferro, o que danifica o disco prematuramente”, acrescenta.

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Molas de retorno

Existe uma mola que prende a pastilha no pistão e tem como principal objetivo retornar a pastilha junto com o pistão, depois que o freio for acionado. Se o pistão voltar sem a mola, a pastilha fica em contato com o disco, provocando desgaste precoce, ruído e aquecimento. Mas existe uma pegadinha que muitos mecânicos não conhecem a respeito desse pequeno item que faz parte da pastilha.

Depois de 2009, os veículos começaram a sair da fábrica com uma mola diferenciada por conta de uma evolução na construção do pistão do freio, que mudou de ferro fundido para aço. Por isso foi incorporado na pastilha o novo sistema de molas de retorno do pistão, que garante maior durabilidade e mais resistência a deformações e a corrosão. Essa mola está presente apenas do lado do pistão, a outra pastilha do par não tem molas. “Seu papel é garantir o correto posicionamento e o melhor ajuste dos componentes do sistema, reduzindo as vibrações, batimentos e ruídos”, explica Josué.

“Por isso é importante orientar o mecânico em relação à montagem dessa pastilha com a mola diferente. Se for aplicada a pastilha antiga, o carro vai ter problemas de ruídos e a pastilha não vai retornar junto com o pistão. Aí o cliente vai reclamar de garantia, mas não é problema do produto e sim de uma aplicação incorreta, pois a pastilha pode ser montada normalmente, só não vai funcionar perfeitamente”, avalia.

É de suma importância ressaltar que quando for desmontar o carro com esse tipo de pastilha, tem que trocar por novas com o mesmo sistema. “Tem que prestar atenção no produto que tirou do carro, pois às vezes acontece de no mesmo ano de fabricação ter os dois tipos de molas”.

 

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Hora da troca

Apesar de ser um procedimento relativamente simples, o mecânico deve estar bem preparado para fazer a substituição das pastilhas, além de usar sempre um par de luvas e utilizar as ferramentas adequadas, como chaves de fenda, chaves allen e o aparato especial para recuar o pistão.

1) Coloque o carro num elevador e remova a roda.

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2) Retire agora a mola de fixação do cáliber.

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3) Com a chave allen, remova os dois pinos de fixação do cáliber.

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4) Para recuar o pistão, abra o sangrador e faça a drenagem do fluído sujo que está no freio. Se recuar o pistão e estiver fechado o sangrador, o fluido sujo contamina o óleo que está no cilindro mestre.

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5) Tire a pinça de freio, que sai com o conjunto de pastilhas junto.

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6) Remova a pastilha do lado do pistão e retorne a pinça para o disco.

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7) Com a ferramenta específica de retorno do pistão, encaixada entre o pistão e o disco, faça o sangramento do fluido dessa roda.

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8) Desencaixe a pinça e tire a outra pastilha com a ajuda de uma chave de fenda.

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Obs: O máximo de desgaste da pastilha é de atingir 2 mm da plaqueta.

9) No pistão, cheque se a coifa está rasgada, se estiver, substitua-a.

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Obs: Verifique ainda se o disco não está desgastado. Com a mão, sinta se apresenta rebarbas e, com o micrometro, meça a espessura para ver se está dentro da especificação do fabricante, que neste caso é 18mm. Todo disco pode desgastar apenas 2 mm, esse tem 20mm quando novo, ou seja, pode desgastar até 18mm.

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Obs: Aproveite e verifique os flexíveis se estão em ordem e se não há vazamento. Aproveite e olhe a bucha de suspensão e o amortecedor.

10) Na hora de montar, veja se é a peça certa, e comece encaixando as molas dentro do pistão.

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11) Monte a outra pastilha diretamente no encaixe junto ao disco.

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12) Encaixe a pinça e, em seguida, aperte os pinos de fixação com torque de 25 – 30 Nm. Em seguida coloque a mola de fixação.

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Faça o mesmo procedimento dos dois lados e faça a sangria das duas rodas. Dê uma volta com o carro para checar se tem ruído. Oriente o motorista para frenar devagar sem muita pressão nas primeiras vezes.

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Mais informações: TDM / Cobreq – (19) 3844-9772

6 comentários em “Substituição das pastilhas do Fiat Palio

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