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Entrevista: Respeito aos mecânicos, lojistas e parceiros comerciais

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Presidente da Hengst para as Américas, Robb Junker, e o presidente da empresa no Brasil, Luiz Mirara, apresentam os valores e filosofias da fabricante de filtros no mercado; empresa anuncia armazém em São Paulo/SP para aumentar a rede de distribuição

 

Revista O Mecânico: Neste momento, como está estruturada a operação da Hengst e o que vocês estão fabricando?
Robb Junker: Nosso quartel-general global é na Alemanha. Estamos divididos em três regiões: Europa e África (juntas), Ásia e Américas. No Brasil, temos nossa fábrica em Joinville, nosso escritório de vendas em São Paulo/SP e um armazém que estamos começando em São Paulo/SP. Em nossos produtos, focamos tanto em veículos leves como comerciais. Em sistemas de filtros energéticos para veículos comerciais, nós nos consideramos como os líderes mundiais.
Luiz Mirara: Uma grande vantagem nossa é que não trabalhamos apenas com o filtro, mas também fabricamos o sistema inteiro. A maioria dos fabricantes está produzindo apenas filtros, enquanto estamos trabalhando com todo o sistema de filtração. Filtros são apenas parte do nosso negócio. No Brasil, somos fornecedores originais da Mercedes-Benz e dos motores MWM que equipam caminhões da Volkswagen. Para veículos leves, fornecemos para as linhas da General Motors e Volkswagen.

 

O Mecânico: Qual é a importância atual do mercado brasileiro para a Hengst?
Junker: O Brasil é de longe o maior mercado na América do Sul e possui um dos maiores e mais rápidos crescimentos no mundo. Certamente, qualquer fabricante global tem que estar aqui, neste mercado. Consideramos que é um mercado bastante estratégico para o crescimento da Hengst, não apenas para a divisão brasileira, mas também para todas as nossas plantas na América do Sul.

 

O Mecânico: Dentro da situação econômica atual do País, como a Hengst está atuando?
Junker: Para a nossa visão estratégica do negócio, existem sempre desafios quando comparamos um país com o outro. Isso não vai desviar o foco da Hengst: nós estamos comprometidos com os negócios no Brasil e estamos comprometidos com a estratégia de crescimento deste mercado no futuro. Eu tenho certeza que serão encontrados os caminhos para se resolver esses problemas, como acontece em qualquer país. Mas a Hengst está comprometida com o Brasil, comprometida com o crescimento de suas plantas na região e sentimos que estamos fortes no mercado.
Mirara: Isso é bem claro para a nossa matriz. Nós vamos fazer muitos investimentos, incluindo uma nova linha de montagem de filtros no Brasil. Já estamos trabalhando na tecnologia de filtragem para motores que serão lançados em 2019 e 2020. No último ano, a Hengst teve crescimento de 36%. Estamos buscando nossa fatia do mercado e crescendo bastante rápido.
Junker: Estamos fazendo um grande investimento em nossa operação para aumentar a capacidade de produção nas linhas de filtros de óleo, de combustível e de ar; visando também para aumentar o leque de produtos que oferecemos. Todos os investimentos estão sendo em nível de produto original, focando em oferecer qualidade de produto original.

 

O Mecânico: Levando em conta este cenário, qual é a importância do aftermarket para a Hengst?
Junker: O aftermarket é absolutamente decisivo para nós. A Hengst é uma empresa com força de fornecedora original, direcionada pela tecnologia e que, como comentamos, fornece e desenvolve todo o sistema de filtração. Nós aprimoramos a filtração para cada aplicação; é o que fazemos. Mas o aftermarket é uma peça decisiva nesse processo. Tanto o mercado original quanto o aftermarket são muito importantes. O mercado original proporciona essa avenida, esse caminho para o afetrmarket, mas, num futuro próximo, a maior parte do crescimento virá do aftermarket.

 

O Mecânico: Como são tomadas as decisões para as ações no aftermarket? O que a Hengst leva em conta na estratégia?
Junker: Temos quatro valores principais em nosso cerne: respeito, integridade, trabalho em equipe e profissionalismo. Os investimentos que estamos fazendo ilustram esses valores que nos norteiam como companhia: o nível de capacitação dos nossos processos que resulta no nível de qualidade do nosso produto, o profissionalismo que temos para termos certeza que estamos entregando um produto de qualidade do jeito que nossos consumidores esperam.
Nós procuramos formar uma parceria longa com os nossos clientes para ajudá-los da forma que precisam. Não é apenas vender: nosso objetivo é trabalhar com nossos clientes, ajudá-los a crescer, ajudá-los a vencer. Esse é o nosso compromisso. E fazemos isso através de nossos valores de respeito, integridade, trabalho em equipe e profissionalismo. Sim, investimos em desenvolvimento de produto, mas acreditamos que esses valores que propagamos, que vivemos e com os quais trabalhamos é o que vai sustentar o nosso negócio. Esses valores são a Hengst. Somos uma empresa há 50 anos e achamos que esta é uma boa maneira de fazer negócios. Acreditamos que é justo e que vai perdurar.
Mirara: Nossa meta global é, no futuro, entregar 98% de nossos pedidos em 24 horas. Existem necessidades diferentes em cada mercado, mas acreditamos que precisamos ir ao encontro dessas expectativas para satisfazer nossos clientes. Estamos crescendo com o mercado, então, é sempre desafiador. Estamos lançando novos produtos toda semana, mas, com certeza, essa meta de 24 horas é o objetivo que estamos procurando.

 

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O Mecânico: Haja vista o peso do mercado de reposição na empresa, qual é importância do mecânico para a Hengst?
Junker: Em nosso setor, o consumidor principal é o cara que joga a caixa fora. É o mecânico, o aplicador da peça. Ele quer fazer um bom trabalho. Ele precisa saber se a peça que ele está instalando é de qualidade e vai corresponder às suas expectativas. Nosso compromisso é comunicar nesse nível que a Hengst é uma marca na qual ele pode confiar, com a qual ele pode contar, uma marca com integridade. O mecânico é o consumidor que tem que entender os nossos valores e é através deles que deve escolher a marca Hengst.
Mirara: Um filtro mal colocado, ou aquém de uma qualidade boa, vai trazer um dano muito forte ao carro. O filtro vai deixar passar combustível ruim, ou óleo em más condições, ou ar com impurezas, e isso vai trazer imediato reflexo no uso do carro, no consumo do carro. Existem tantos mecânicos, tantas oficinas, que a oficina que trabalhar com qualidade diferenciada, vai ter cada vez mais sucesso e vai conseguir galgar a confiança do usuário final. Esta oficina vai ter grandes chances de crescer dentro de um mercado tão competitivo.

 

O Mecânico: A qualificação e o conhecimento técnico de quem aplica a peça é primordial. Além da oficina se destacar economicamente, existe uma responsabilidade com a segurança dos passageiros. Como vocês veem a importância de um mecânico bem qualificado?
Junker: A educação do mecânico é decisiva. A parceria funciona quando o mecânico está consciente de sua responsabilidade. Estive na China por cinco anos, como responsável pela área de aftermarket da empresa na Ásia, e os desafios em nível de atualização, em alguns casos, eram similares aos que existem no Brasil. É um processo educacional e leva tempo. É uma parte do processo de evolução do mercado.
A capacitação do mecânico vai muito além de ensinar o mecânico sobre filtros. A tecnologia dos motores está mudando muito rapidamente, então, às vezes há uma diferença muito grande no que é ensinado ao mecânico. Não é um problema só do Brasil, é global. Quando introduzimos os filtros energéticos como equipamento original nos Estados Unidos, aconteceram muitos casos de garantia por instalação errada ou falta de troca. É um grande desafio: quando a tecnologia avança, a precisão da instalação das peças deve ser cada vez maior. Essa informação tem que chegar de alguma forma até o mecânico independente.

 

O Mecânico: A Hengst já participou várias vezes do Projeto Atualizar O Mecânico, da Revista O Mecânico, que promove palestras gratuitas nas principais feiras do setor no Brasil. Desde quando vem a parceria?
Mirara: Desde que eu comecei na Hengst, há dois anos, eu imediatamente me identifiquei com o projeto. Como o Robb disse, informação é um dos pontos mais importantes da nossa filosofia. Eu não estou preocupado em só vender filtros. Eu quero vender a filosofia mundial que nós trabalhamos, a parceria, o porquê de estar aplicando um filtro original. É exatamente por isso que estamos fazendo parte dos treinamentos do Atualizar O Mecânico, é o nosso foco a cada feira. Levar novas informações também é o nosso foco em todas as visitas que fazemos para os nossos clientes de balcão e para os mecânicos, também.

 

O Mecânico: O que a Hengst está oferecendo de mais moderno no mercado em matéria de tecnologia para seus clientes?
Mirara: De um ponto de vista global, estamos focando sempre em respeitar a natureza e o meio ambiente. Nós somos líderes mundiais em filtração, fazendo do mundo um lugar mais puro.
Junker: Hoje, no mundo automotivo, você precisa ter uma posição de liderança em tecnologia, você precisa ter uma base de preços atrativa para o consumidor, precisa ter velocidade de resposta, precisa oferecer serviços. Não dá mais para escolher entre um e outro. Você tem que ter tudo. Isso vale tanto para o cliente do mercado original quanto para o aftermarket.

 

O Mecânico: Além do novo armazém em São Paulo/SP, a Hengst firmou também a parceria com a loja online Mercado do Mecânico, apoiada pela Revista O Mecânico. O que muda para vocês?
Junker: Por estarmos envolvidos com o mercado americano e europeu, que estão evoluindo rapidamente para os canais online de venda de peças, vemos o quanto esse modelo está crescendo. É uma grande avenida que está se abrindo, particularmente nos Estados Unidos. Não será diferente no Brasil. Encontrar o parceiro certo para a presença online é importante, então eu acho que será benéfica para as duas partes. O quão rápido esse canal vai se desenvolver no Brasil? Vamos ver! Mas eu acho que não será diferente de um mercado como, por exemplo, o norte-americano.

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