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Artigo – Quando o veículo “pisa torto”…

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icone_texto_pFernando Landulfo

icone_fotos_pAlexandre Villela

 

Durabilidade de pneus é sempre um assunto polêmico. E não é para menos. Trata-se de um item caro e que envolve diretamente a segurança dos veículos. Um produto que, apesar da sua aparência tosca, tem em seu projeto e fabricação uma engenharia de altíssimo nível. Mas a qualidade do produto é apenas parte da receita do sucesso. A correta aplicação e/ou manuseio podem alterar drasticamente o desempenho e durabilidade. Ou seja: um erro de aplicação ou de manutenção pode trazer consequências desastrosas. É o que ocorre, por exemplo, nas frotas de veículos comerciais onde o pneu vem em segundo lugar, atrás apenas do combustível, na lista de custos. Por essa razão, a sua durabilidade deve ser a maior possível. Pneus de uso comercial devem sofrer pelo menos duas reformas para serem considerados economicamente viáveis. Logo, suas carcaças devem ser projetadas e construídas prevendo tais intervenções. Isso sem falar na resistência a impactos, resistência ao rodar vazio, quantidade de água drenada em pistas molhadas (que influencia diretamente a dirigibilidade do veículo), nível de ruído, amortecimento de impactos e estética. Ah! Claro que não podemos esquecer a resistência ao desgaste. De nada adianta um produto perfeito que se desgasta muito rapidamente, inviabilizando a sua utilização.

 

Mas quais são os fatores que influenciam diretamente na durabilidade dos pneus?

 

Pois bem, muitos consideram tratar deste assunto “chover no molhado”. Mas será mesmo? São tantas as variáveis que podem influenciar a vida útil de um pneu.

 

A primeira delas é a aplicação. Ou seja, comprar o pneu certo para o trabalho certo.

Quando o alvo são os veículos comerciais, na hora de selecionar o produto, é preciso levar em conta o trajeto, tipo de pavimento e o estado das estradas, carregamento do veículo, horário do percurso, clima da região (predominantemente seco ou chuvoso), geografia (plano ou montanhoso), número médio de reformas desejado, durabilidade desejada, preço e o suporte técnico oferecido pelo fabricante (muito importante). Por exemplo: utilizar pneus de tração em pistas planas apenas acelera o desgaste.

Agora, quando os alvos são os veículos de passeio, outros fatores devem ser levados em conta além da estética (a qual é dada demasiada importância). Em primeiro lugar é preciso definir a forma de utilização do veículo: familiar, esportivo, trabalho, lazer, coleção etc. Esta decisão leva à seleção das medidas, índice de carga, índice de velocidade e o desenho da banda de rodagem. O ideal é seguir as recomendações do fabricante. Alterar essas especificações é possível, porém, traz mudanças no comportamento do veículo, nem sempre desejáveis. Por exemplo: pneus de perfil mais baixo absorvem menos impactos e oscilações, ou seja, deixando a suspensão mais “dura”, muitas vezes incompatível com as condições da pavimentação do local onde o veículo trafega. Como consequência, pode-se ter a quebra prematura da malha estrutural da lateral do pneu, formando as conhecidas “bolhas”. Em situações mais extremas, também podem ocorrer trincas no monobloco, na região de fixação da coluna McPherson. Pneus com índice de carga menor que o recomendado se desgastam rapidamente e podendo deformar, ou mesmo, estourar durante a rodagem do veiculo. Um grave risco a segurança. O mesmo pode ocorrer com pneus com índice de velocidade inferior ao recomendado. Alguns desenhos de banca de rodagem são específicos para rodar em pistas onde predomina a lama (os conhecidos pneus off road). Utilizá-los regularmente no asfalto irá acelerar o desgaste além de provocar um alto nível de ruído.

A segunda variável é a forma como o veículo é utilizado e conduzido: Trafegar com o veículo sobrecarregado, sobre pistas de pedregulho, provocar freadas bruscas, arrancadas e fazer curvas cantando os pneus, certamente aumenta muito o desgaste.

A terceira variável é a manutenção.

Seja para as frotas comerciais ou veículos de passeio, a manutenção é o “calcanhar de Aquiles” destes importantes componentes.

 

Mas o que deve ser observado?

 

Em primeiro lugar, deve-se ter em mente que procedimentos simples podem ajudar a aumentar a vida útil, como a calibração periódica. Manter o pneu na pressão correta faz com que toda a banda de rodagem toque o piso e não apenas uma parte dela.

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Balancear periodicamente os conjuntos roda/pneu também auxilia na redução do desgaste, pois a eliminação das vibrações estabiliza o contato da banda de rodagem com o solo.

Como os esforços a que são submetidos os pneus nos eixos dianteiro e traseiro não são iguais, fazer o rodizio dos pneus ajuda a equalizar o desgaste de todas as 4 unidades.

Por fim, vem o alinhamento. Sim, o ajuste dos ângulos da suspensão e do sistema de direção do veículo é um dos mais importantes procedimentos de manutenção que visa melhorar a estabilidade e dirigibilidade do veículo, assim como, otimizar a vida útil dos pneus. O “desalinhamento” de cada um dos ângulos de ajuste pode incorrer em um sintoma de dirigibilidade, assim como, num tipo específico de desgaste. Por exemplo:

a) Câmber: quando não está muito fora das especificações e equalizado entre as rodas de um mesmo eixo, via de regra não provoca sintomas de dirigibilidade. No entanto, gera um desgaste acentuado nas extremidades internas ou externas da banda de rodagem. Quanto mais acentuado é o desalinhamento, mais rápido ocorre o desgaste.

b) Convergência: quando não está muito fora das especificações e equalizado entre as rodas de um mesmo eixo, via de regra não provoca sintomas de dirigibilidade. No entanto, gera um desgaste acentuado nas extremidades internas ou externas da banda de rodagem, parecida com uma escamação (a lateral da banda de rodagem é arrastada para frente). Quanto mais acentuado é o desalinhamento, mais rápido ocorre o desgaste.

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E quando é hora de trocar os pneus?

 

De acordo com a legislação brasileira, a profundidade mínima do sulco mais raso de uma banda de rodagem é 1,6 mm. E para facilitar a visualização, os fabricantes costumam instalar no fundo dos sulcos marcadores de profundidade chamados TWI. Quando um desses marcadores atinge a superfície (toca o solo) é hora de substituir o pneu. No entanto, frotas comerciais costumam retirar os pneus mais cedo a fim de poupar a carcaça e permitir um maior numero de reformas.

Alguns fabricantes também costumam recomendar a substituição quando o pneu atinge uma idade cronológica de 5 anos, independente do desgaste. Com esta idade, o composto de borracha atingiu o limite da sua vida útil, entrando a partir dai em rápido processo de deterioração.

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