A 3ª edição da Feira da Indústria de Autopeças e Reparação Automotiva foi cercada de otimismo graças às projeções otimistas para o mercado de reposição; próxima edição da feira foi anunciada para 2018
F. Tavares
Rosa Souza
Entre os dias 19 e 22 de agosto, a cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, recebeu a 3ª Edição da Minasparts, Feira da Indústria de Autopeças e Reparação Automotiva, que aconteceu no Expominas, centro de feiras e eventos, localizado no bairro Gameleira.
A Minasparts é destinada a proprietários de oficinas mecânicas, distribuidores, atacadistas de autopeças e também empregados, que costumam visitar as feiras no sábado em caravanas organizadas por empresas ou sindicatos. De acordo com a Diretriz, empresa que organiza o evento, em 2015 a Minasparts recebeu 15 mil visitantes e cerca de 150 marcas expositoras.
Na edição de 2015, o otimismo foi o grande foco dos negócios envolvidos entre os visitantes e empresas que expuseram suas marcas. Um dos motivos foi que o Sindipeças (Sindicato nacional dos Distribuidores para Veículos Automotores) afirmou que com a recuperação do setor na segunda metade do ano, o crescimento do faturamento deve ser de 4% em 2016. O Inovar-Auto, programa do governo federal que estimula a inovação tecnológica e o adensamento da cadeia produtiva de veículos, é um dos pontos positivos para esse crescimento da credibilidade no setor.
Escolher Minas Gerais para sediar as edições da feira também é uma estratégia. O Estado é considerado o terceiro maior parque fabril e segundo maior polo automotivo do Brasil, além de atrair, nos últimos anos, diversos fabricantes de autopeças e acessórios. Sua zona de consumo corresponde a 78% do mercado nacional e Minas possui algumas indústrias do setor automotivo e montadoras instaladas em seu território, como a Fiat, por exemplo.
Para a próxima edição, a Minasparts deverá sofrer algumas mudanças, a começar pelo ano de realização que passará para 2018, alternando de três em três anos, ao invés de dois em dois como é de costume. De acordo com Cassio Dresch, diretor comercial da Diretriz, o motivo é estratégico e visa distanciar a Minasparts de feiras relevantes do setor, além de ampliar o universo de expositores. “Tal é a nossa certeza quanto ao resultado dessa mudança, que já contratamos os três pavilhões do Expominas, o que nos permitirá acomodar mais de 400 expositores, especializados em tecnologias de reparação e reposição automotiva”, afirma Cassio.
Além de ter um número de participantes que é quase o triplo das edições anteriores e ampliar o espaço da feira, outro objetivo dos organizadores da Minasparts com a mudança de datas é bater o recorde de visitantes. A data definida para 2018 é entre 8 e 11 de agosto.
SNAP-ON
Diagnóstico Guiado
Durante o evento, a Snap-On esteve no estande da Revista O Mecânico com palestras para atualizar os mecânicos visitantes. Frederico Ribeiro Bastos, instrutor e consultor técnico da Snap-On foi o palestrante desta edição e tratou o assunto “Diagnóstico Guiado”, com os temas: Diagnose/Instrumentação Eletrônica (Utilizando Osciloscópio), Injeção Direta, Common Rail System, OBD II e J2534-Passthruu.
O assunto foi escolhido, de acordo com o palestrante, devido à carência técnica por conhecimento das novas tecnologias e processos de diagnóstico de falhas. Muitos profissionais necessitam de um auxílio para iniciar o diagnóstico e saber quais parâmetros devem seguir para ter um resultado eficiente no diagnóstico guiado. Para o desenvolvimento do tema, ele comenta usou seus aproximados 30 anos de experiência em métodos de instrumentação em eletrônica embarcada e através da normatização do setor automotivo.
Bastos explicou as evoluções dos sistemas e subsistemas, demonstrando o fluxograma operacional desde os primeiros sistemas de alimentação, injeção e ignição, até os sistemas de injeção direta (FSI/MED/GDI), Common Rail System, híbridos e elétricos, utilizando informação técnica e manuais de serviços. Além disso, também abordou a diagnose OBD II Can Global e intersistemas multiplexados, e os novos protocolos de acesso às informações, procedimentos, telecarregamentos e configurações especiais das montadoras: J2534 – Passthruu (subscrição OEM).
Entre as dúvidas que foram levantadas pelos mecânicos na palestra estavam: qual é o passo a passo e a rotina balizada de diagnóstico computadorizado e manutenção nos sistemas de eletrônica embarcada; como ter uma sequência modular de especialização profissional; qual seria a grade modular básica para a especialização em diagnose/instrumentação eletrônica com a nova exigência de 40 horas mínimas para formação dos técnicos automotivos em cada área de atuação; além de perguntas de como é possível fazer a instrumentação com osciloscópio.
Ao ser questionado sobre a avaliação da palestra e o sucesso dos objetivos atingidos, Frederico afirmou que o mercado necessita de uma maior regulamentação do setor automotivo, servindo como base para projetos de formação técnica continuada.
Para ele, equipamentos mais modernos e específicos são essenciais para a prática de um serviço correto e que se possa dar uma garantia.
