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Mecânico de olho na eletrônica

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Confira a quarta matéria da série sobre Pesquisas de Mídia e Mercado, realizada presencialmente com mecânicos, que mostra dessa vez os componentes do sistema de injeção eletrônica e elétrica mais lembrados e utilizados no mercado
Carolina Vilanova

 

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Depois da adoção da injeção eletrônica nos veículos nos anos 90, a indústria automotiva tomou um novo rumo, em direção à tecnologia embarcada. Hoje, quase tudo num automóvel, principalmente, os mais sofisticados, está relacionado com o módulo de injeção eletrônica, o famoso ECU (Eletronic Comand Unit – Unidade de Comando Eletrônico). Acabou a história de diagnosticar o problema só escutando o barulho do carro, agora, a precisão é necessária, e para isso os mecânicos contam com um scanner de diagnoses.
É a tecnologia em serviço da reparação, quesito que requer não somente habilidade, mas conhecimento por parte do profissional. E se o sistema ficou mais sofisticado, os componentes também ficaram, e é aí que entra a inteligência do bom mecânico, que utiliza sempre produtos de boa qualidade e origem comprovada, a fim de oferecer um serviço de excelência e preciso para o seu cliente.

 

Por isso, você não pode perder a quarta matéria da pesquisa de mídia e mercado, encomendada pela Revista O Mecânico, que identifica os componentes do sistema de injeção eletrônica e de elétrica mais lembrados e utilizados no mercado brasileiro. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Opinion & Evolution Pesquisas de Mídia e Mercado, que entrevistou presencialmente mecânicos e balconistas durante a Expomecânico 2011, realizada entre os dias 17 e 18 de setembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo/SP.

 

“A metodologia utilizada é a estatística por amostragem. Por exemplo, se desejo saber o perfil e as preferências do público leitor de revistas, não poderei falar com todos os leitores, pois este universo é muito numeroso. Serei obrigado a extrair uma amostra representativa deste universo”, explica José Iolando Mallegni Filho, diretor de projetos de mídia do instituto.

 

Portanto, o resultado dessa pesquisa foi obtido dentro de 280 profissionais, que deram respostas únicas, ou seja, questões que exigem uma única resposta; e respostas múltiplas para questões que admitem mais de uma resposta.

 

“As pesquisas presenciais permitem uma identificação em que o entrevistado se apresenta como ele é, ou seja, suas declarações são mais objetivas e ele se sente mais a vontade para dar a sua verdadeira opinião, oferecendo elogios e críticas construtivas”, afirma.

 

Por serem elementos tão importantes, os itens da injeção devem ser adquiridos com muita atenção por parte dos mecânicos. Nessa matéria vamos conhecer as marcas mais lembradas e mais utilizadas em: sonda lambda, bomba de combustível, equipamento de diagnoses, baterias, velas, cabos e lâmpadas automotivas.

 

Sonda lambda

 

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O sensor de oxigênio, sensor de O2, sonda lambda ou sensor EGO (do inglês: exhaust gas oxygen) é o componente que envia o sinal elétrico ao módulo de injeção eletrônica do veículo, comparando o oxigênio presente nos gases de escape com o do ar atmosférico, possibilitando o controle da quantidade de combustível a ser enviada para o motor.

 

Ao adquirir um desses componentes, é importante se ater ao fato de que existe uma configuração específica de sonda para cada motor, por isso, deve-se manter as características técnicas da peça reposição, de acordo com a especificação do fabricante do veículo. Somente peças para carros importados podem causar certa dificuldade de aquisição.

 

Na aplicação, o acesso pode ser um pouco complicado, porque a peça fica em posição difícil e ainda existe a falta de espaço. O técnico deve sempre usar as ferramentas adequadas e fazer uma verificação prévia do estado do componente para diagnosticar o problema corretamente. Tenha em mãos as informações técnicas em relação à seleção do componente e aos torques de aperto.

 

Faça sempre a troca por uma outra de fornecedor renomado, pois peças de má qualidade causam baixa durabilidade, excesso de emissões e aumentam o consumo. Além disso, a dirigibilidade do veículo pode ser comprometida. Sempre que a lâmpada de advertência no painel de instrumentos acender, o técnico deve passar um scanner para ver se o problema está na sonda ou em outro item do sistema.

 

Uma aplicação errada pode provocar a quebra da sonda, mau contato nos terminais e rosca espanada, além do excesso de emissões e consumo. Ainda influencia a quebra de outros componentes, assim como utilizar um combustível inadequado (com chumbo), curto circuito ou falta de aterramento do sistema elétrico.

 

Bomba de combustível

 

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Sua função é enviar combustível sob pressão e vazão suficientes do tanque para a linha de alimentação do motor, atuando em conjunto com outros componentes do sistema de injeção. Quando instalada dentro do reservatório de combustível, fica sempre submersa, sendo construída para funcionar tanto com álcool quanto com gasolina nos carros com sistema bicombustível.

 

A falta de manutenção preventiva desse componente faz com que a alimentação do motor perca vazão e pressão, acarretando falhas, no caso, mau funcionamento, o motor fica sem combustível (engasga) e provavelmente também vai parar de operar. Mas em geral, é uma peça fácil de ser encontrada, apenas alguns veículos importados são difíceis de ser encontrados.

 

O técnico pode ter dificuldades na aplicação em virtude do acesso ao local e da falta de espaço. É essencial fazer uso de ferramentas especiais na instalação, além de ter posse das informações técnicas necessárias para realizar o procedimento. É importante fazer uma revisão completa no sistema de alimentação antes de instalar uma nova bomba, substituindo também o filtro de combustível e as mangueiras se apresentarem ressecamento e/ ou trincas.

 

Peças de má qualidade resultam em baixa durabilidade e até mesmo na imobilização do veículo. Outra dica é selecionar a bomba adequada para o determinado veículo, evitando sintomas de falta e até mesmo a queima do componente. Vale lembrar que filtro de combustível entupido e uso de combustível adulterado provocam a quebra da bomba.

 

Equipamentos de diagnoses

 

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Hoje em dia existe uma série, de equipamentos que fazem o diagnostico da injeção eletrônica e ignição de um veículo, o famoso scanner automotivo. Esse aparelho permite a execução de testes, leitura de parâmetros de funcionamento e captura de códigos de falhas de todo sistema, ajudando o mecânico a entregar um trabalho preciso para o seu cliente.

 

Por conta da variedade de marcas e fabricantes, é importante que o mecânico, em primeiro ligar, procure um equipamento que satisfaça às suas necessidades, que abranja a gama de veículos com que trabalha (ciclo Otto ou diesel), que ofereça treinamento de operação e tenha facilidade de fazer atualizações.

 

Quanto à aplicação, os scanners não oferecem muitas dificuldades, a não ser em carros importados, cujas atualizações são mais escassas no nosso mercado. Algumas interfaces são pouco amigáveis ou estão em outro idioma, por isso, devem ser evitadas assim como equipamentos de rotinas complexas.

 

Produtos de má qualidade podem não abranger todos os sistemas do veículo ou serem apenas parciais. Se o técnico instalar incorretamente o scanner, assim como utilizar adaptadores errados, o equipamento simplesmente não funciona. Fazer mau uso de um scanner pode causar curto circuito no sistema elétrico, gerando grande dor de cabeça e prejuízo para o mecânico. Evite comprar equipamentos usados, que apesar de serem revisados e com garantia, por vezes, são desatualizados.

 

Bateria

 

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É responsável por fornecer suprimento elétrico a todo o veículo, desde a partida do motor até a alimentação do sistema elétrico quando o motor não está em funcionamento.

 

Em geral, não é um produto difícil de adquirir, mas o mecânico deve se atentar à aplicação correta para evitar falhas de funcionamento. Existem diversas baterias no mercado, com as mais variadas tecnologias, sendo que as mais modernas são do tipo seladas, ou seja, não necessitam de adição de água ou qualquer outro líquido. Se apresentar problema, deve simplesmente ser trocada por outra nova.

 

A dificuldade de aplicação, mais uma vez, se dá por conta do acesso limitado em alguns veículos, por falta de espaço. O técnico deve sempre se atentar às informações técnicas antes de aplicar o produto. Em caso de má aplicação, pode haver um curto circuito e a destruição de quase todo o sistema elétrico do veículo (polo invertido). Outro problema pode ser a destruição de todos os dispositivos elétricos do veículo (tensão dobrada 24V em caso de partida auxiliar).

 

No caso de partida auxiliar, pode-se danificar as unidades computadorizadas, se não seguidas as recomendações do fabricante do veículo. Além disso, um alternador ineficiente ou sub-dimensionado, pode gerar desequilíbrio energético do veículo (consumo maior do que a capacidade de geração do alternador).

 

Fique atento, pois o mercado atua no recondicionamento da bateria, mas a qualidade é duvidosa em boa parte dos casos.

 

Velas

 

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As velas de ignição têm como objetivo gerar uma centelha para iniciar a combustão das misturas ar/combustível e fazer o motor se movimentar. São componentes de fáceis aquisição e aplicação, mas precisam de cuidado por parte do mecânico.

 

O acesso durante a aplicação pode ser mais complicado em alguns veículos por conta da falta de espaço, além disso, é essencial utilizar ferramentas especiais e fazer a verificação prévia do componente (regulagem da folga dos eletrodos). Faça os procedimentos corretos na instalação, com a seleção do componente e folga dos eletrodos de acordo com a orientação do fabricante. As velas devem ser instaladas com o motor frio.

 

Vale lembrar que a vela de ignição do tipo assento plano deve ser rosqueada manualmente até que o anel de vedação encoste-se ao cabeçote. Já as velas de assento cônico, que não possuem anel de vedação, também devem ser rosqueadas manualmente. Em ambos os casos, utilize a chave de vela adequada e, em seguida, aplique o torque especificado. Falta de aperto provoca pré-ignição, pois não há dissipação de calor e o excesso de aperto pode avariar a peça ou a rosca do cabeçote.

 

Adquirir componentes de qualidade duvidosa prejudica a eficiência e a durabilidade do conjunto, acarretando excesso de emissões, aumento do consumo e dirigibilidade comprometida.

 

Cabos de ignição

 

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Sua função é transmitir a tensão gerada no secundário da bobina até a vela, sem permitir fuga de corrente. Como suas características devem conferir resistência a altas temperaturas, alta isolação contra fuga de corrente e supressão de interferências eletromagnéticas, é importante que sejam adquiridas de forma correta. Não há grandes dificuldades para comprar os cabos de vela, com exceção de alguns modelos para veículos importados.

 

Assim como nas velas, o acesso pode ser um problema para o mecânico, pois o espaço é reduzido. Faça uma verificação prévia do estado dos componentes antes de instalar no veículo. Busque sempre as informações necessárias sobre seleção do item e procedimento de instalação para garantir um serviço de qualidade ao seu cliente.

 

Ao adquirir cabos de vela de qualidade duvidosa, estará comprometendo a durabilidade do conjunto, podendo provocar fuga de corrente, excesso ou falta de resistência, excesso de emissões e consumo de combustível, além de ter a dirigibilidade comprometida.

 

No processo de instalação, certifique-se de que o motor está desligado e frio e ordene os cabos na ordem correta. Retire e coloque o cabo cilindro por cilindro, segurando pelo conector, nunca pelo cabo. Cuidado para não inverter a ordem de ignição do motor, o que pode comprometer todo o conjunto.

 

Faça uma limpeza nos conectores da vela, da bobina e da tampa do distribuidor antes de instalar os cabos, e pressione os terminais até que o encaixe seja perfeito. Lembre-se de que os componentes do sistema de ignição funcionam com alta tensão, por isso, tome cuidado ao substituí-los.

 

Lâmpadas

 

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O conjunto de iluminação veicular é de extrema importância, pois tem a função de proporcionar iluminação aos diversos sistemas do veículo, inclusive de sinalizar aos outros motoristas e pedestres, além de garantir boa visibilidade numa pista, ou seja, a segurança está diretamente ligada a esse sistema.

 

Existem muitas marcas de lâmpadas no mercado, e muitas de qualidade duvidosa, que tem principalmente, a durabilidade reduzida, por isso, os mecânicos devem se atentar na busca apenas de produtos de fabricantes renomados e reconhecidos. Algumas lâmpadas para carros antigos e importados podem ser difíceis de encontrar, a dica é ter fornecedores e parcerias que possam facilitar a aquisição.

 

A aplicação pode apresentar certa dificuldade por conta do acesso limitado em alguns sistemas, por falta de espaço ou necessidade de desmontagem de alguns componentes. Siga sempre o procedimento determinado na substituição, evitando erros que podem colocar em risco a segurança do seu cliente.

 

É estritamente proibido tocar no bulbo das lâmpadas halógenas e de xenônio com as mãos, o que danifica o componente. Tome cuidado na aplicação, pois há risco de choque elétrico de alta tensão no caso das lâmpadas de xenônio e de queima das mãos se tocar bulbos de lâmpadas recém desligadas.

 

Peças de má qualidade prejudicam a durabilidade e podem provocar excesso de consumo, além de derretimento de fiação, conectores e interruptores. Também corre o risco do encaixe não ser perfeito e causar problemas no ajuste da carroçaria do veículo. A aplicação incorreta é capaz de gerar a queima da lâmpada entre outros problemas elétricos.

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