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Inspeção dos componentes da injeção do Palio Economy

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Acompanhe o procedimento de inspeção com scanner da injeção eletrônica do Fiat Palio Fire Economy Flex, modelo 2009/2010

Fernando Lalli

Alexandre Villela

 

Para o mecânico que está sempre preocupado em se atualizar, não é necessário reforçar a importância da manutenção preventiva para a vida útil do veículo e a segurança dos ocupantes. Mas é papel do profissional da reparação colocar na cabeça do cliente que a troca de peças no período recomendado e a inspeção periódica dos sistemas são necessárias, mesmo se não houver suspeita de defeitos.

 

Entre os sistemas, a injeção eletrônica deve passar por uma verificação a cada 10 ou 20 mil km rodados. A manutenção preventiva do sistema compreende, entre outras operações, a inspeção do sistema através do scanner de diagnóstico, que apontará o comportamento e as possíveis falhas dos sensores e atuadores do sistema. Nesta reportagem, fizemos o escaneamento em um Fiat Palio Fire Economy, ano 2009/2010, equipado com ar condicionado, direção hidráulica e alimentação flex, com sistema de injeção IAW 4DFPH.

 

“Dentro dos procedimentos de manutenção preventiva, além da troca do óleo e do filtro dentro dos períodos recomendados pelo fabricante, é muito importante realizar periodicamente uma revisão dos sistemas de alimentação e ignição do motor”, lembra o engenheiro Fernando Landulfo, instrutor de mecânica automobilística no SENAI. “Estes sistemas estão ligados diretamente à economia de combustível, dirigibilidade do veículo e emissão de poluentes”, explica.

 

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Sensores e atuadores

 

É importante conhecer a localização de todos os sensores e atuadores presentes no sistema do motor. No caso do Fire, este são os componentes que fazem parte do sistema de injeção e ignição do motor:

 

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Sistemas integrados

 

O scanner é uma ferramenta imprescindível para a realização de um diagnóstico rápido de problemas na alimentação do motor. No entanto, o mecânico não pode desprezar outros sistemas existentes como o sistema secundário de ignição, “grande causador de problemas, principalmente, no que diz respeito à dirigibilidade e emissão de poluentes”, afirma Landulfo. A pressão e vazão do combustível que alimenta o motor também devem ser obrigatoriamente verificadas. “De nada adianta o sistema eletrônico estar funcionando corretamente se a pressão e a vazão do combustível não forem aquelas recomendadas pelo fabricante”, alerta Landulfo. Assim como o filtro de ar e o filtro de combustível, cujos funcionamentos são primordiais e não podem ser ignorados.

 

Um fator essencial, que por vezes é desprezado, é a tensão da bateria. Sistemas eletrônicos e elétricos dependem de uma bateria bem carregada. “De nada adianta o sistema estar funcionando bem se ele não está corretamente alimentado”. Tendo sido verificados todos os pré-requisitos, é hora de conectar o scanner ao veículo e iniciar a verificação do sistema eletrônico.

 

Conexão e funcionamento do scanner

 

Conecte o scanner na tomada de diagnóstico correspondente. Se você não sabe onde a tomada está localizada, veja se o modelo de scanner que está utilizando indica na telas onde o cabo de diagnóstico deve ser conectado. Faça o setup do aparelho em relação ao veículo para que o scanner aponte onde está a tomada de diagnóstico.

 

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Feita a conexão do cabo ao veículo, vira-se a chave de ignição. Em seguida, avança-se para a tela de seleção do sistema a ser diagnosticado. Neste caso, escolhemos o sistema de gerenciamento eletrônico do motor. Após a seleção do sistema que será verificado, indique as atividades a serem executadas. Estão disponíveis cinco opções de atividades: Identificação, Memória de Avarias, Apagar Memória de Avarias, Leitura de Valores Reais e Teste de Atuadores.

 

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A opção “Identificação” se refere à identificação interna da unidade de comando. Já a opção “Apagar a Memória de Avarias” corresponde ao “zeramento” dos códigos de falha gerados pela rotina de autodiagnóstico do sistema, que identifica e classifica determinados defeitos de acordo com a programação original e dos sintomas apresentados pelo veículo. Esta opção deve ser utilizada somente após a correção dos defeitos que provocaram os códigos de falha.

 

Já a “Leitura de Valores Reais” permite a visualização dos parâmetros de funcionamento do motor, tais como leitura de sensores e comportamento dos atuadores. “A Leitura de Valores Reais dos parâmetros de funcionamento do motor é, provavelmente, a informação mais importante que se pode obter de um scanner. Temos as informações em tempo real dos valores dos sensores lidos pela unidade de comando, assim como os parâmetros de funcionamento de comando para os atuadores”, explica Landulfo.

 

Por fim, o “Teste de Atuadores” permite ligar e desligar determinados atuadores do veículo pré-determinados pela unidade de comando.

 

Com relação aos códigos de falha, Landulfo explica que é importante notar que existem aqueles que estão ocorrendo no momento do escaneamento do sistema. São os chamados “defeitos presentes”. No entanto, também podem ser encontrados aqueles que ocorreram momentaneamente, mas que não estão ocorrendo no momento do escaneamento: são os chamados “defeitos não presentes”. No entanto, ambos devem ser investigados antes de se apagar a memória de avarias.

 

“Os chamados códigos ‘indiretos’ também devem ser levados em consideração”, lembra Landulfo. Códigos “indiretos” são aqueles que apontam o funcionamento incorreto de um componente, que na verdade está apenas respondendo a um estímulo gerado por outra peça ou sistema. Um exemplo típico é a sonda lambda.

 

“Sempre que existe uma dosagem excessiva ou insuficiente de combustível, por problemas nos injetores, bomba ou regulador de pressão, ou mesmo, um problema de ignição, a leitura da sonda foge dos parâmetros normais”, observa Landulfo. “A unidade de comando, após aplicar todas as correções programadas, não obtendo a leitura ‘esperada’, pode considerar a leitura defeituosa”.

 

Dados do scanner

 

Cada modelo de scanner possui uma configuração diferente, sendo que muitos equipamentos permitem uma leitura simultânea de infinitos valores. O equipamento que utilizamos nesta reportagem permite a visualização simultânea de apenas oito parâmetros por tela. Para facilitar a compreensão, Landulfo fez uma seleção prévia de alguns valores que são considerados muito importantes na execução de um diagnóstico do sistema de injeção eletrônica. São eles:

 

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• Tensão de alimentação da unidade de comando
• Temperatura do líquido de arrefecimento
• Rotação do motor
• Temperatura do ar aspirado
• Pressão do coletor de admissão
• Ângulo de abertura da borboleta de aceleração
• Massa de ar efetivamente admitida
• Tempo de injeção

 

Landulfo ressalta que, no caso específico deste sistema de injeção eletrônica do motor Fire, a massa de ar admitida é um valor calculado, e não medido. O instrutor ainda fala sobre a importância dos parâmetros para os valores medidos. “Com relação aos parâmetros de funcionamento, deve-se comparar sempre que possível aos limites fornecidos pelo fabricante. Via de regra, essas informações constam no manual de reparo de veículo. Uma outra possibilidade, caso os parâmetros de funcionamento não sejam disponibilizados pelo fabricante, é o mecânico formar seu próprio banco de dados, escaneando e anotando esses parâmetros de veículos ‘normais’ em várias condições de funcionamento”, sugere o técnico.

 

Landulfo explica que, se não houver limites para comparação, deve ser usado o bom senso na hora da análise. Por exemplo, um motor que já se encontra aquecido e em funcionamento há algum tempo não deve apresentar uma temperatura de líquido de arrefecimento negativa. Esse acontecimento é o que ele chama de “sinal fantasma”, que é um valor fora da realidade de funcionamento correto, mas que a unidade de comando avalia que é condizente com a realidade, ou seja, está dentro da faixa programada pelo fabricante.

 

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Em relação ao “Teste de Atuadores”, a função permite o acionamento de alguns atuadores por meio do scanner como, por exemplo, a bomba de injeção de combustível, a luz de advertência do painel, eletroventiladores, bicos injetores e uma série de outros previstos na programação da unidade de comando. “Dica: se durante o acionamento via scanner um atuador não operar, verifique em primeiro lugar o componente. Em seguida, verifique o chicote elétrico, pois o sinal de comando pode estar saindo da unidade de comando e não chegando ao atuador”, avisa Landulfo.

 

Colaboração técnica: SENAI – Vila Leopoldina

3 comentários em “Inspeção dos componentes da injeção do Palio Economy

  1. Teria como mandar uma tabela com os valores que cada sensor do motor tem que trabalha pra mim pra poder compará com os que tá no meu carro?

  2. Comprei um palio 09/10, ja troquei o bojo da descarga, filtro de ar e combustivel, cjogo de cabos e velas e mesmo assim noto que o carro esta com consumo de combustivel alto, pois tambem tenho um palio 2008 e é notoria a economia de um para o outro. O que pode ser qual recomendação?

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