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Pastilhas: Frenagem sob controle

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Primordiais para a segurança do veículo e de simples manutenção, as pastilhas de freio merecem ser revisadas e trocadas no período determinado e seguindo algumas dicas essenciais

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ABS, ESP, EBD, TCS. Essa verdadeira sopa de letrinhas remete ao que existe de mais avançado tecnologicamente em termos de segurança veicular. São sistemas eletrônicos diretamente envolvidos ao conjunto de freio. Traduzindo, ABS (Antilock Braking System) é o sistema de freios antiblocante; ESP (Electronic Stability Program), quer dizer programa eletrônico de estabilidade; EBD (Eletronic Braking Distribuition) significa distribuição eletrônica de frenagem; TCS (Traction Control System) é o sistema de controle de tração. Isso demonstra a importância dos freios num veículo atual, considerando que após 2014 todos saem de fábrica obrigatoriamente com ABS.

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Disco e tambor fazem parte do sistema de freios

Mas os sistemas de freio em si ainda são conjuntos bastante mecânicos, do tipo hidráulico servo assistido. Rodrigo Frezzarin, chefe de marketing de produto da divisão Automotive Aftermarket da Robert Bosch, explica que existem os sistemas de freios a disco e a tambor. “Os discos de freio são componentes de alta precisão, fundamentais para o funcionamento do sistema de frenagem dos veículos. Fixados nas rodas, sua função é reduzir a velocidade quando recebem a fricção das pastilhas (ação de frear). Já os freios a tambor, normalmente utilizados no eixo traseiro, geram forças de frenagem no interior da superfície do tambor. A fricção reduz o movimento giratório das rodas até pará-las completamente”.

 

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Pastilha de freio Bosch

A equipe técnica da Fras-le esclarece que no caso de veículos comerciais, como caminhões e ônibus, existem sistemas de freio auxiliares que fazem com que o freio de roda seja menos exigido. Um dos tipos mais tradicionais é o freio motor, do tipo borboleta de pressão dinâmica, montado no sistema de escapamento, entre outros como o Retarder e o Top-Brake. “A escolha de cada sistema depende do tipo de aplicação no qual o veículo irá trafegar. Em caminhões que atuam em mineradoras, por exemplo, é empregado o sistema de freio a tambor, pois esta aplicação off-road exige um sistema mais robusto contra contaminação, com bom desempenho em durabilidade”, comenta André Brezolin, Engenheiro de Projeto.

 

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Na composição do material de atrito o uso do amianto é proibido, atendendo às exigências

Eduardo Guimarães, supervisor de Treinamento da Nakata destaca ainda os discos de fibra de carbono, as pastilhas de face de atrito cerâmica, e os atuadores elétricos, esses bastante avançados tecnologicamente e utilizados em veículos de alta performance e de luxo.

Atendendo as exigências de performance e de preservação do meio ambiente, as pastilhas tiveram sua composição evoluída nos últimos anos. Josué dos Santos, do Aftermarket de produtos da TMD Friction, que fabrica as pastilhas Cobreq, conta que entraram novos materiais que substituíram antigos, como o amianto. É importante lembrar que o uso desse material é proibido.

 

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Pastilha de freio Fras-le

Eduardo complementa: “o amianto foi abolido por ser um material altamente nocivo à saúde e foi substituído por compostos orgânicos, elementos metálicos, elementos abrasivos, redutores de atrito e catalisadores”.

A composição dos materiais de atrito fornecidos pela TMD Friction do Brasil S/A é baseada em cargas minerais, lubrificantes, fibras minerais biossolúveis, resinas, metais, fibras sintéticas e abrasivos. “De forma geral essa composição diversificada se faz necessária para que os materiais de atrito possam atender os diferentes requisitos como estabilidade de atrito em condições adversas, durabilidade e ainda proporcionar conforto ao usuário”, acrescenta Josué.

 

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Pastilha de freio Nakata

A Fras-le explica que os materiais de fricção responsáveis pela geração do atrito são academicamente chamados de compósitos de matriz polimérica (PMC, na sigla em inglês). Eles são compostos por fibras de reforço, aglomerantes, modificadores de atrito (lubrificantes e abrasivos) e cargas.

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A espessura do material de atrito não pode ter menos de 2,0 mm antes da placa metálica

“A evolução dos materiais de fricção buscou, ao longo dos últimos anos, melhorias de desempenho em termos de maior e melhor eficiência de frenagem, redução dos níveis de geração de ruído e aumento da durabilidade. Em paralelo, houve a necessidade de adequação dos materiais de fricção a novas e mais rigorosas legislações, que obrigaram os formuladores a buscar matérias-primas alternativas ao amianto, ao chumbo, ao antimônio, entre outras, sem que houvesse perda de desempenho”, observa Ricardo Crespo, consultor Técnico da Fras-le.

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Pastilha de freio Cobreq

Segundo a Bosch, uma das mais atuais tecnologias em pastilhas é a composição cerâmica, produzidas com técnicas avançadas de fabricação, materiais de fricção da mais alta qualidade, formulações específicas para cada aplicação e lâminas antirruído SSV, composta por duas camadas de aço com tratamento de zinco e níquel, com uma borracha vulcanizada, unindo ambas as partes. Fornece a Bosch Ceramic, especialmente indicada para veículos com utilização severa do sistema de freio.

E a manutenção?

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A Cobreq recomenda verificar o desgaste das pastilhas a cada 5 mil km, inspecionando se a espessura útil da massa do material de atrito tem até no máximo 2,0 mm antes de chegar na plaqueta metálica. “Em alguns casos as pastilhas possuem um indicador de desgaste eletrônico que mostra no painel do veículo o momento da troca, em outros, os indicadores de desgaste mecânico são molas especiais, que vão gerar um ruído característico quando encostar no disco de freio”, analisa Josué.

De acordo com a Fras-le, a periodicidade de troca das pastilhas depende do veículo e da sua aplicação, sendo muito importante a orientação fornecida pelo fabricante, mas concorda com uma inspeção preventiva aos 5 mil km.
Já a Nakata orienta a inspeção visual a cada 10 mil Km, mas o técnico deve ficar atento a ruídos, vibração, pedal baixo, pedal duro que podem indicar desgaste, além do sinal de advertência no painel.

Rodrigo alerta que danos decorrentes por não substituir as pastilhas de freio podem levar, entre outros problemas, a um desgaste excessivo do disco de freio e à sua consequente inutilização. “Portanto, a cada troca de pastilhas de freio, as superfícies do disco de freio devem ser verificadas quanto ao seu desgaste””, comenta.

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Inspeção visual é essencial, além de ficar atento à ruídos, vibração, pedal baixo e duro

Na hora da aplicação do produto novo, alguns procedimentos devem ser seguidos, conforme indica a Bosch: observar se o disco está retificado ou novo; observar se o disco está limpo; jamais deixar a pastilha em contato com gasolina, graxa derivados de petróleo; não deixar as pastilhas sofrerem quedas; não realizar frenagens bruscas logo após a colocação de pastilhas novas; e realizar manutenção das pinças no momento da troca.

Outras dicas da Fras-le são retificar os discos em ambas as faces, simultaneamente, a fim de manter o paralelismo das faces e sempre remover o pó de carbono deixado pela usinagem com álcool industrial. Os técnicos indicam ainda que se faça a limpeza da pinça onde se acoplam as pastilhas, usando escova de aço e que recue o pistão do conjunto, com a ferramenta adequada, abrindo primeiramente o parafuso sangrador, possibilitando a introdução da pastilha sem esforço. No final, examinar a pressão do freio.

Eduardo orienta ainda que verifique o estado do cubo de roda, tubos flexíveis, fluido de freio, pinça de freio e cilindro de roda. Sobre a retífica, ele enfatiza: “sempre que possível, discos e tambores de freio devem ser substituídos, pois a usinagem pode ocasionar mau assentamento, rugosidades fora de especificação, prejudicando a eficiência do sistema”.

A Fras-le ainda indica que depois de realizada a troca, é recomendável executar de seis a oito frenagens de 60 km/h até 40 km/h e mais seis a oito frenagens de 40 km/h até a parada total do veículo, ocorrendo assim, o pré-assentamento. “Lembramos que o rendimento satisfatório do material depende de seu comportamento inicial. É recomendável utilizar o freio com moderação logo após a substituição das pastilhas, até que ocorra perfeito assentamento entre material de atrito e disco de freio”, afirma Ademir Menetrier, químico de Desenvolvimento.

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Outra dica é checar outros itens como flexíveis, cilindros e nível do fluido no reservartório

Certificação

É muito importante lembrar que as pastilhas de freio estão a um passo de serem certificadas pelo Inmetro. “Segundo a Portaria nº 17, publicada em 10 de janeiro de 2014, e a Portaria 55, de 28 de janeiro de 2014, os fabricantes de materiais de fricção têm prazo até 28 de janeiro de 2016 para se adequarem aos requisitos da norma e até 28 de julho de 2016 para consumir o estoque dos itens não homologados pelo Inmetro. Desde janeiro deste ano, a Fras-le está desenvolvendo e implementando ações para o atendimento dos requisitos. Vale a reflexão: de que adianta termos carros com controles eletrônicos de frenagem de última geração, como ABS, EBD, etc, se usarmos um material de atrito de baixa qualidade e eficiência, que não irá travar as rodas com segurança e na distância exigida pela Legislação?”, diz Daniel Beretta Piccoli, coordenador de Vendas.

Em relação à durabilidade do material de atrito, Josué afirma que o que interfere é colocar carga acima do especificado pelo fabricante do veículo, não fazer manutenção na pinça para que o pistão possa retornar suavemente, evitando que a pastilha fique em contato com disco direto e fazer a manutenção no eixo dianteiro e traseiro junto, por exemplo, se efetuar manutenção somente no eixo dianteiro, e houver um cilindro de roda engripado no eixo traseiro, pode sobrecarregar o eixo dianteiro.

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Alguns fabricantes recomendam a retífica do disco e outros não, então, estude cada caso

Ele continua: “não é necessário trocar os discos todas as vezes em que trocar as pastilhas, vai depender da sua condição, se apresenta desgaste irregular na área de contato. Podemos utilizar discos retificados, desde que sejam respeitados os limites de segurança da espessura mínima indicado no disco”.

Já Eduardo, da Nakata, garante que em muitas situações a troca do disco de freio se faz necessária. “A usinagem da superfície não é uma retífica e sim um torneamento de face com ferramenta de corte que pode ocasionar, em muitos casos, o acabamento desta superfície com elevada rugosidade, onde as arestas do mau acabamento são removidas pela pastilha de freio e aderidas pela mesma gerando ruídos na frenagem”, alerta.

Reparos e afins

As fábricas garantem que não é possível recondicionar ou remanufaturar uma pastilha de freio. “Isso porque a plaqueta metálica, acessório onde o material de atrito é fixado, pode perder propriedades e ou deformar no processo de limpeza, retirada do material de atrito da peça usada”, explica Josué. Além disso, segundo a Bosch, não existe processo de recuperação das pastilhas, pois o material de atrito somente pode ser confeccionado e montado pelo próprio fabricante.

Quanto à pirataria e a falsificação de peças, a orientação é ter cuidado e buscar por marcas de produtos conhecidos no mercado, que possuam SAC e que possam informar detalhes de construção e aplicação. Outra dica é ficar de olho na embalagem, carimbo e gravação do lote de fabricação. “Com a certificação do selo INMETRO em 2016, ficará mais fácil identificar as peças de qualidade, bem como a medidas deve inibir produtos falsos e que não atendem às especificações técnicas”, diz o técnico da Nakata.

De maneira geral, não existe diferenças entre uma pastilha genuína da montadora e uma original; ambas atendem padrões de qualidade e das leis locais. “A diferença é que a pastilha genuína da montadora, além de atender a todos os requisitos de legislação, atende também a outros requisitos internos específicos de cada montadora”, afirma Eduardo Gimenez, engenheiro de Aplicação, da Fras-le.

Perigos da aplicação

A Bosch explica que, em alguns casos, a aplicação errada da peça pode causar o travamento das rodas e o dano do disco de freio. “Sempre observe se a peça retirada do veículo é exatamente igual à nova que será aplicada quanto à forma externa e as molas que a acompanham”, analisa Rodrigo.

“A aplicação incorreta é possível, dependendo do veículo e do sistema de freio, além de “adaptações” realizadas, que geralmente não oferecem a mesma segurança e eficiência do componente correto e aplicado de maneira adequada no veículo. Uma forma de evitar este problema é fazer a consulta ao catálogo dos fabricantes dos componentes e ter atenção no momento da instalação e manutenção do componente no veículo”, esclarece Ricardo Crespo, consultor Técnico da Fras-le.

Josué, da Cobreq, alerta que no caso dos veículos que possuem freio da Continental, (Teves/ATE), houve mudança no material de produção do pistão da pinça de freio, de ferro fundido para aço. “Isso implica em um item com a mola para fixação da pastilha no pistão diferente, o perfil da peça é o mesmo, mas as molas são específicas tem um formato para produzidos com ferro fundido e outro para aço”.

Os erros mais comuns na montagem de acordo com o técnico da Bosch é sujar a pastilha com graxa óleo derivados de petróleo, retirar os cantos das pastilhas com esmeril, não realizar a revisão das pinças, não retificar ou trocar o disco e realizar freadas bruscas logo após a montagem.

As dicas de diagnostico para o mecânico verificar quando o item está com problema e precisa ser trocado, de acordo com a Nakata, são: verificar se o veículo puxa para um lado na frenagem, altura do pedal, esforço ao acionar o pedal e ruídos de atrito e flutuação da pastilha. Josué completa: “cheque ainda se e a lâmpada no painel que indica desgaste da pastilha estiver acesa ou houver sinal sonoro de desgaste e a espessura entre material de atrito e a plaqueta metálica, que deve ser que maior 2.0 mm”.

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Sujar as pastilhas com óleo ou graxa e retificar os cantos com esmeril estão entr eos erros mais comuns na aplicação

Para aumentar a durabilidade do componente, segundo Josué, é importante fazer manutenção correta nas pinças de freio, trocar as vedações danificadas, lubrificar as peças deslizantes para que o pistão e pinos possam retornar suavemente, evitando aquecimento e desgaste desnecessário.

No momento da revisão, além da troca das pastilhas, no geral todos os componentes devem ser verificados. “Itens como flexíveis, tubulação rígida, fluido de freio, pinças e seus pinos, válvulas equalizadoras (em veículos que são equipados) muitas vezes são “esquecidos” por uma avaliação incorreta ou negligência do aplicador”, afirma a equipe da Fras-le.

A Bosch recomenda por fim, o cuidado com o fluido de freio. “O fluido de freio é um composto sintético ou semi-sintético indispensável ao processo de frenagem do veículo. Suas principais características são a capacidade de não se comprimir e a de absorver água. Quando o motorista pisa no pedal de freio, o fluido atua na linha hidráulica e aciona as sapatas / pastilhas de freio, executando a frenagem do veículo. Além disso, também funciona como lubrificante e previne a corrosão de peças de todo o sistema”.

De acordo com a Fras-le, para manter o líquido de freio em boas condições, jamais complete o reservatório. “Caso esteja faltando líquido, verifique a causa, que poderá ser um vazamento ou o desgaste acentuado das pastilhas. Se o líquido simplesmente for completado, será misturado um líquido bom com um contaminado, alterando assim as propriedades do mesmo, sem obter as condições ideais para seu trabalho”, finaliza Ricardo.

Suporte técnico

A Bosch também conta com uma equipe de campo em todas as regiões do Brasil, responsáveis por fornecer suporte aos Distribuidores, Varejistas e Oficinas. Também disponibiliza todas as instruções e procedimentos da garantia no site:https://www.bosch.com.br/br/autopecas/garantia/default.asp.

Com uma equipe de 14 consultores técnicos, em todas as regiões do Brasil, a Fras-le afira que eles estão em contato direto com os aplicadores, realizando treinamentos, capacitações, orientando os mecânicos em casos críticos de aplicação, etc. A Nakata oferece material técnico, palestras e treinamento com dicas, vídeos no YouTube, além do portal www.affinia1.com.br, que disponibiliza catálogo eletrônico e informações sobre peças e aplicações.

Todo o suporte técnico necessário e a solução de dúvidas aos clientes da TMD Cobreq é feito pelo telefone. Lá eles podem ser sanar dúvidas quanto aplicação de produto, correta montagem, solicitação de catálogos e garantias.

Suporte Técnico: Bosch: 0800 704 5446 | Cobreq 0800 11 1992 | Fras-le : 0800 512169 | Nakata: 0800 707 80 22

5 comentários em “Pastilhas: Frenagem sob controle

  1. Evitem as pastilhas Cobreq. A minha soltou a parte de contato com o disco com apenas 12 mil km rodados e o freio superaqueceu e falhou. Sorte que estava manobrando o carro na hora. Além disso tive que comprar outro conjunto de pastilhas e pagar mão de obra novamente.

  2. O correto é nos primeiros 500km você não efetuar freadas bruscas, pois as pastilhas ainda não estão completamente assentadas no lugar, dirija com cuidado e depois do assentamento natural os freios voltam a ficar 100%.

  3. olá meu amigo, em relação ao risco nas pastilhas anteriores que você disse ter
    são algumas marcas que vem com esse detalhe e servem para ter uma dissipação de calor melhor só isso.

  4. meu mecanico tem um duvida que nao sei responder.

    por que toda vez que vamos comprar pastilhas de freio o vendedor pergunta a motorização do veiculo. sendo que é o mesmo veiculo.

    existe alguma diferenca de pastilhas para determinado tipo de motor.
    1.0 , 1.6, 2.0

  5. Hoje troquei minhas pastilhas de freio dianteiro da minha l200 hpe automatica por pastilhas da bosch porém notei que essa nova pastilhas não tinha a linha no meio como as das antigas e o mecânico me falou que não tem problema que essa linha é só para marcar o nível da pastilhas. Entretanto ao sair de lá o carro começou a fazer barulho.
    Voltei lá no mecânico e ele informou que era porque a Pastilha ainda não tinha se adaptado ao disco e então o mesmo linchou as pastilhas e colocou um antes ruído.
    Pergunto isso pode causar algum dano no meu disco e mais se corro risco ao freiar?

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