Superbanner - Texaco (30/08 a 24/01/24)

Emissão quase zero de poluentes

 redução catalítica seletiva

A redução catalítica seletiva é a solução encontrada pela maioria das montadoras de veículos diesel para reduzir a emissão de poluentes, que a partir de 2012 vai ter que seguir as normas do Conama P7, equivalente à Euro 5.

Carolina Vilanova

Com a entrada da nova lei de emissões brasileira a partir de 2012, todos os veículos diesel deverão sair da linha de montagem com o motor já adaptado para o Proconve 7, que equivale ao Euro 5, na Europa. O objetivo é um só: reduzir a emissão de poluentes expelida na atmosfera, decorrente da queima do combustível, que no caso do diesel, tem grande concentração de NOx (Óxido de nitrogênio) e de Material Particulado (MP).

Mas isso não é exatamente um problema para as montadoras, já acostumadas ao rigor da lei de emissões aplicadas na Europa e em outros países, anos-luz na nossa frente. O desenvolvimento de tecnologias para a redução dos gases já é conhecida e praticada por lá, o que está acontecendo nesse momento é a tropicalização desses sistemas e a introdução nos modelos que saem das linhas de montagem nacionais.

A solução mais acertada encontrada para a redução desses gases é o sistema SCR (Selective Catalytic Reduction, que em português significa Redução Catalítica Seletiva), já adotado por montadoras como Mercedes-Benz, Volvo e Scania. A ação nesse caso acontece dentro do escapamento, depois que a combustão acontece, atenuando por meio de reações químicas os gases formados no catalisador para que sejam expelidos (bem menos prejudiciais ao meio ambiente). O resultado apresentado até agora é uma emissão com quase zero de poluentes.

A Redução Catalítica Seletiva é uma tecnologia relativamente simples e o seu bom desempenho já foi comprovado, por meio de milhares de testes realizados em caminhões em outros países, que tiveram como resultado a redução drástica das emissões de NOx para níveis muito baixos, quase zero, enquanto ao mesmo tempo, ajuda a proporcionar economia de combustível e confiabilidade, sem muitas mudanças na parte mecânica do motor.

O SCR é usado pela maioria das montadoras, considerando, porém, as especificações e particularidades de cada uma e de seus veículos. O que é obrigatório é o cumprimento da nova legislação, que exige a redução de 80% nas emissões de Material Particulado (MP) e de 60% nas emissões de Óxidos de Nitrogênio, ambas resultantes da queima do diesel.

 

Normas do Proconve 7
Reduções de NOx em 60%, o que representa passar de 5,0 para 2,0g/kWh
Redução de 80% nas emissões de partículas, reduzindo de 0,1 para 0,02 g/kWh

 

Na Mercedes-Benz, a tecnologia, que já é realidade na Europa, chama-se Blue Tec 5 e se destaca por oferecer excelente desempenho e economia de consumo de combustível, “o que diminui o custo operacional dos caminhões e assegura a rentabilidade para os clientes”, diz Gilberto Leal, gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil.

Depois de milhares de quilômetros percorridos em testes, em diferentes situações, a Mercedes-Benz comprovou a robustez e durabilidade do motor com a tecnologia, enfrentando com sucesso as adversidades do transporte brasileiro e latino-americano. Os primeiros veículos pré-série que atendem à legislação são o caminhão pesado Axor 2831 e o chassi OF 1722 para ônibus urbano.

 

 redução catalítica seletiva
Painel vai ser conter mais um mostrador, que avisa o nível de ARLA 32 do tanque

Como funciona

De um modo geral, o sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR) faz a conversão dos óxidos de nitrogênio (NOx) por meio da injeção de uma substância química denominada Arla 32 (Agente Redutor Líquido de NOx Automotivo), que tem como base a água e a uréia, dentro do escapamento do veículo, para que seja feito um pós-tratamento dos gases de escape. O produto obtido nesse processo será Nitrogênio puro e o vapor de água, que não causa danos quando expelido na atmosfera.

Para que aconteça essa reação, foi necessário incluir alguns componentes no veículo: um reservatório específico para o Arla 32, uma bomba que faz a sucção do líquido, uma válvula controladora, um injetor acoplado diretamente no escapamento, uma unidade de controle que faz a conversa entre o motor e o catalisador, e uma sonda colocada na saída do escapamento para medir o gás que está sendo liberado.

O sistema da Volvo é bem parecido, e também requer um tanque para armazenamento do ingrediente, uma bomba de sucção e as linhas de passagem do líquido e um bico injetor. Além disso, são acrescentados um sistema de aquecimento do líquido e o OBD (On Board Diagnosis), sistema de monitoramento dos gases.

Os veículos da Scania também já estão circulando com o SCR na Europa, principalmente, como uma alternativa de ótimo custo-benefício para uma série de tarefas de transporte. O sistema de controle eletrônico da Scania, monitora essas reações para garantir um desempenho, economia de combustível e de custos em geral para o transportador.

 redução catalítica seletiva
Esquema de como funciona o sistema SCR, que vai ser implementado em 2012

Manutenção do veículo

Como no motor não foi feita nenhuma mudança significativa, a manutenção preventiva do veículo não muda, a recomendação é que seja seguido o manual do proprietário. Pelo contrário, com essa tecnologia, os intervalos de manutenção serão maiores. Dos componentes introduzidos no sistema, apenas o filtro de ARLA 32 deve ser trocado a cada dois anos de uso, os outros itens não são de desgaste e tem vida infinita, dispensando a manutenção.

E o abastecimento?

As dúvidas quanto ao sucesso da utilização do SCR no Brasil vão além da capacidade das montadoras de desenvolverem o produto. É que juntamente com a nova tecnologia, serão necessários a utilização do fluido Arla 32 e de um novo tipo de diesel, o S10, que deve ter sua introdução feita de maneira gradativa a partir de 2012. Responsável pela distribuição do diesel S10, a ANP (Associação Nacional de Petróleo) garante que o plano será cumprido até 2014.

Já o Arla 32 será vendido em diferentes embalagens, galões de 10 litros, tambores de 200 litros e tanques de 1000 litros, todos construídos com material apropriado, para ser vendido a granel. O gasto do fluido é cerca de 4,5% do consumo de diesel do caminhão e o seu valor ainda não foi estipulado.

Essas medidas foram tomadas na hora certa, afinal, a cada dia entram nas ruas mais caminhões e carros que contribuem para a poluição do ar e a destruição da camada de ozônio. Óxidos de Nitrogênio formam ozônio e chuva ácida, enquanto outros gases derivados da combustão dos motores a combustão (HC, e CO2) são relacionados ao efeito estufa. Além disso, as consequências das emissões de Materiais Particulados podem ser muito prejudiciais a nossa saúde, pois podem provocar problemas pulmonares.

Se as montadoras e o governo estão investindo para melhorar a qualidade do ar, nós temos que fazer a nossa parte, orientando os clientes sobre a importância de se realizar a manutenção preventiva e manter regulado o motor do veículo. Tudo pelo bem do meio ambiente e da nossa saúde.

Comentário em “Emissão quase zero de poluentes

  1. então pode-se dizer que o problema com poluição dos carros ?
    ou sou de caminhões ? já pode ser instalado em qualquer auto-móvel ?
    eu já pensei em criar um equipamento parecido com esse, só que mas compacto para veículos menores populares, mas com outro funcionamento, seria bom esse equipamento ser obrigatório em todos os veículos para poder limpar o ar, pode me dizer que tipo de filtro funciona melhor com a alta temperatura e seja duradoura e eficaz ? bom comecei a estudar engenharia a pouco tempo quem sabe um dia posso ajudar tbm ^^

Envie um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

css.php