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Raio X – Suzuki S-Cross: Moderno e tradicional

Suzuki S-Cross 4Style-S 4X4 Allgrip tem motor atualizado e mantém características clássicas das marcas japonesas

Texto: Raycia Lima
Fotos: André Schaun

Em um segmento acirrado como o de SUVs, opções para todos os gostos não faltam. A japonesa Suzuki, disposta a não ficar de fora desse nicho, disponibiliza o S-Cross. A linha 2019 do utilitário esportivo tem três versões, sendo que a de entrada sai por R$ R$ 111.990, enquanto a versão que avaliamos, a 4Style-S 4X4 Allgrip, custa R$ R$ 130.990. A versão intermediária, 4Style AllGrip, que custa R$ 117.990 só tem alteração quanto a tração em comparação com a topo de linha, os itens de série e motorização são iguais a do modelo que avaliamos neste Raio X.

 

Com motor transversal 1.4 Turbo Boosterjet adepto da filosofia de downsizing, o S-Cross 4Style-S 4X4 Allgrip tem 146 cv de potência e 23,5 kgfm de torque a 1.700 rpm. O câmbio é automático de 6 marchas com opção de trocas manuais por borboletas atrás do volante. Importado, o SUV traz alguns ajustes em sua suspensão para se adequar ao piso das ruas, rodovias e estradas do Brasil. Suas medidas são 4.300 de comprimento, 1.605 mm de altura e 1.785 mm de largura.

 

Para checar as propriedades técnicas do modelo japonês contamos com o olhar afinado do mecânico Marcos Hiroshi Yoshida, sócio da oficina Híbrido Premium Auto Center, localizada na Zona Norte de São Paulo/SP.

 

Oficina Híbrido Premium Auto Center

 

 

MOTOR

Ao abrir o capô, o mecânico já aprovou o motor turbo downsizing. Para ele, essa foi umas das evoluções tecnológicas automotivas que mais ajudaram na performance dos carros modernos. Um ponto levantado por Marcos foi a posição do turbo bem próximo ao cabeçote, que otimiza a saída dos gases e a ação da turbina, trazendo melhor rendimento e desempenho. O coxim do motor é hidráulico e quanto ao espaço geral dentro do cofre, o mecânico salienta que é amplo e excelente na hora da manutenção. Somente a região dos injetores tem acesso mais restrito.

 

Yoshida mostra que o SUV possui injeção direta e que isso é muito interessante em um veículo turbo, já que formam um “casamento perfeito” quanto a economia de combustível. O mecânico afirma que a manutenção de correia, bomba d’água e outros itens relacionados é facilitada por conta do amplo espaço disponível. Já o reparo dos bicos injetores é um pouco complicado, mas o mecânico explica que todo carro com injeção direta sofre com isso. Além de exigir cuidado, veículos com esse sistema de alimentação necessitam de ferramental específico.

 

Ao olhar do mecânico, o motor do S-Cross é um propulsor diversificado e possui algumas características parecidas com de modelos da General Motors. A sonda lambda pré e pós catalisador é da linha X, um tipo abaixo da de 5 bandas, porém muito eficaz.

 

O módulo da injeção, apesar de estar no compartimento do motor que por natureza é quente, está bem alocado e se utiliza de um material que dissipa bem temperaturas altas. Quanto a eletrônica, Yoshida conta que ao passo que o veículo dá a entender ser muito moderno, a eletrônica está estruturada como a de linhas básicas. “Os carros asiáticos utilizam o básico na questão eletrônica para não complicar muito as coisas”. O controle da pressão da turbina é mecânico e a única coisa que faltou para o motor tirar nota 10, segundo o profissional, foi ser bicombustível. Só roda com gasolina.

 

 

 

 

 

 

CÂMBIO/TRAÇÃO

Na visão do profissional, o câmbio automático da Aisin de 6 marchas tem manutenção baixíssima. O sistema de tração 4×4 é bem comum e a parte de visor de transferência tem fácil acesso para a drenagem do fluido quando necessária a reposição. A parte do escapamento é separada da parte do cardã. Já o diferencial da tração traseira é separado da carroceria por coxim físico rígido e está bem escalonado.

 

 

FREIOS/RODAS

Com sistema ABS comum, os freios dianteiros usam disco ventilado com pinça flutuante, uma particularidade normal em carros asiáticos. “Aqui no Brasil com o passar do tempo esse tipo de peça tem um desgaste acentuado nos pinos centrais, causando ruído. Para tentar solucionar esse problema, as fabricantes colocam uma chapa antirruído atrás das pastilhas, porém mesmo com essa chapa o desgaste se dá de uma tal forma que chega um momento que o ruído passa a incomodar muito”, comenta.

 

Outro detalhe quanto à pinça flutuante é que ela já vem de fábrica com uma certa folga para que o componente consiga trabalhar. Alguns modelos da GM e da Fiat vêm com uma trava para ajudar a pinça flutuante a ficar mais firme, porém, desta forma, se perde justamente a vantagem dela não ter atrito com o ferro. Marcos explica que, em sua oficina, ele orienta seus clientes a realizar a lubrificação dos pinos da pastilha para que elas tenham maior durabilidade. Já a troca da pastilha é indicada para que seja de acima dos 30 mil quilômetros, mas a cada 10 mil quilômetros, se o uso for severo, é bom fazer uma checagem preventiva. A roda traseira faz uso de disco sólido, que, para o mecânico, é um freio muito eficiente para a categoria e o peso do veículo. No eixo traseiro do carro, a pinça flutuante é uma ótima escolha já que não sofre tanto com desgaste quanto na parte dianteira.

 

Marcos chama a atenção para o freio de estacionamento, que é a cabo. Para ele, isso é uma desvantagem já que alguns veículos mais baratos trazem como item de série o freio de estacionamento eletrônico, que tem uma eficiência bem maior. Se necessário trocar a roda em luga res que não sejam uma oficina, é preciso ter muita atenção, pois, o encaixe do item ao disco de freio não é fácil. “A junção do cubo ao disco de freio não é boa. Então, a partir do momento que se solta o último parafuso e a roda cai, principalmente para quem não está acostumado ou tem que fazer essa troca na rua, vai ter problemas para encaixá-la novamente”.

 

 

 

 

 

SUSPENSÃO

Marcos explica que não há problemas com a suspensão McPherson utilizada no veículo no eixo dianteiro. “Acredito que a Suzuki tenha ajustado bem essa suspensão ao solo brasileiro”, e acrescenta: “um dos principais motivos de manutenção de veículos asiáticos é a suspensão.” O sistema na traseira é de eixo de torção e a única forma do sistema causar algum problema é se as buchas ou amortecedores não estiverem bem adaptados, pois, pode acarretar sobrecarga de todo o sistema.

 

 

PÓS-VENDA

Em comparação com outras fabricantes de veículos, a Suzuki, assim como a maioria das japonesas, peca muito no pós-venda, comenta Yoshida. “A Suzuki apesar de ter melhorado muito, ainda tem uma comunicação com os mecânicos independentes precária, não só na questão de fornecimento de peças como também no fornecimento de informações básicas, como por exemplo de sistemas elétricos” e ainda completa: “Hoje em dia, a filosofia de muitos fabricantes mudaram, pois, o mecânico é um formador de opinião, então se eu falo para o meu cliente que a marca não dá um bom feedback, ele irá ficar com um pé atrás na hora de comprar um produto de tal empresa.”

 

Marcos recomenda que os proprietários do SUV da Suzuki realizem as manutenções e revisões na própria concessionária até o término da garantia, pois, é lá que normalmente se encontra as peças para esse veículo. Além da falta de acessibilidade aos componentes, o mecânico salienta a questão dos preços que são muito altos para o mecânico independente. “A respeito de divulgação de informações nós conseguimos em livros, parceiros e grupos de WhatsApp” finaliza.

 

 

FICHA TÉCNICA

SUZUKI S-CROSS 4STYLE-S ALL GRIP

 

MOTOR

Posição: Diant., transv., gasolina, turbo
Número de cilindros: 4 em linha
Cilindrada: 1.373 cm3
Válvulas: 16V
Taxa de compressão: 9,9:1
Injeção de combustível: injeção eletrônica direta
Potência:146 cv a 6.000 rpm
Torque: 23,5 kgfm de1.700 a 4.500 rpm

 

CÂMBIO

Automático, 6 marchas, tração: integral

 

FREIOS

Dianteiros: Disco ventilado
Traseiros: Disco

 

DIREÇÃO

Elétrica

 

SUSPENSÃO

Dianteira: Indep. McPherson
Traseira: Eixo de torção

 

RODAS E PNEUS

Rodas: Liga leve, 17 polegadas
Pneus: 215/55 R17

 

DIMENSÕES

Comprimento: 4.300 mm
Largura: 1.785 mm
Altura: 1.605 mm
Entre eixos: 2.600 mm

 

CAPACIDADES

Tanque de combustível: 47 litros
Porta-malas: 440 a 1.269 litros

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