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Raio-X – Renault Sandero R.S.: trabalho extra

 

Apesar da base “popular”, esportivo tem peças específicas difíceis de achar e manutenção mais difícil

Texto e fotos: Leonardo Barboza

 

Com onze anos de fabricação em São José dos Pinhais/PR, o Sandero passou por reestilizações e uma mudança de geração, mas nunca foi um veículo que emocionasse em desempenho e esportividade. Porém, em 2016 foi lançada a versão R.S. (Renault Sport) do modelo, dando uma cara muito mais agressiva e divertida.

 

ALÉM DA MAQUIAGEM

 

A versão R.S. não teve apenas uma aparência melhorada: ganhou motor mais potente e rodas com pneus de 17 polegadas. Toda a parte de suspensão, sistema de freios e escapamento foram refeitos. Na parte interior, o modelo ganhou também bancos em formato concha, que proporcionam melhor acomodação em curvas mais acentuadas

 

 

MOTOR E CÂMBIO

 

O motor 2.0 16v Flex é acompanhado de transmissão manual 6 marchas derivada do Duster e Duster Oroch. Oferece 150 cv a 5.750 rpm e torque máximo de 20,9 kgfm a 4.000 rpm, quando abastecido com etanol, para movimentar um veículo de apenas 1.161 kg. Sua relação peso-potência é de ótimos 7,74 kg/cv.

 

Partindo de R$ 69.390 na versão R.S. Racing Spirit, em relação aos seus concorrentes esportivos é uma boa opção para quem não quer desembolsar muito dinheiro e se divertir. De acordo com a fabricante, o R.S. pode chegar a 202 km/h e, segundo os testes da revista CARRO no Campo de Provas da ZF em Limeira/SP, ele acelera de 0 a 100 km/h em apenas 8s87.

 

 

 

 

 

OLHO CLÍNICO

 

A Revista O Mecânico levou o Renault Sandero R.S. 2.0 para o mecânico Reinaldo Nadim, proprietário da oficina Foxcar, localizada na Vila Prudente em São Paulo/SP, que avaliou o nível de manutenção, suas condições de diagnóstico na oficina e a facilidade de reposição de peças do modelo.

 

REVISÃO BÁSICA

 

Acostumado com os motores convencionais no Sandero, o 2.0 16v intimida na hora que o mecânico abre o capô do motor. “Devido ao bloco do motor maior e a caixa de transmissão de 6 marchas, o espaço para a manutenção ficou bem mais limitado, tornando o serviço mais demorado e trabalhoso”, observou Reinaldo.

 

Na hora da troca de óleo do motor, Reinaldo precisou retirar o protetor de cárter para conseguir acessar o bujão de escoamento e o filtro de óleo. “Como forma de proteger contra impactos no cárter, o protetor é todo fechado e sem acesso. É necessário a retirada da peça no que implica no aumento do tempo da troca e a mão de obra”, acrescenta Reinaldo.

 

Com exceção do filtro de óleo do motor, os demais filtros são de fácil acesso e não tomam muito tempo do mecânico. “O filtro de ar do motor tem fácil acesso e é possível fazer a troca em questão de segundos. Basta pressionar as duas ‘orelhinhas‘ laterais e remover a gaveta do elemento filtrante, substituindo-o”, comenta o mecânico.

 

A troca da correia de sincronismo já é conhecida pelo fato do motor equipar diversos modelos da marca. “É necessário remover o coxim superior do motor, utilizar a ferramenta de sincronismo e não esquecer de fazer a substituição dos retentores após a retirada da ferramenta e a troca da correia dentada como de praxe nos veículos da marca”, explica o proprietário da oficina.

 

 

UNDERCAR

 

Começando pelo sistema de exaustão, o grande diferencial e a cereja do bolo é o silencioso traseiro que é diferente das outras versões. Ele é superdimensionado e apresenta duas saídas de escape. “O silencioso com as duas saídas de escape é o responsável pelo ronco mais esportivo nas acelerações e reduzidas de marcha, mas se prepare caso tenha a necessidade de fazer a troca: a disponibilidade de peça no mercado é escassa e de preço mais elevado”, diz Reinaldo.

 

Na parte de suspensão, o conjunto é bem simples e acessível. “Bandejas, pivôs de bandeja, buchas da barra estabilizadora e bieletas seguem os mesmos padrões das demais versões. A grande diferença está nos amortecedores e na carga das molas exclusivas para a versão, que não existem no mercado independente. Apenas na concessionária”, diz.

 

 

FREIOS

 

A central do ABS fica no cofre do motor, do lado direito e atrás da proteção antichamas (tomando como referência a posição do motorista, dentro do carro), em uma posição um pouco apertada de se acessar. Já à esquerda, bem localizado, fica o reservatório do fluido de freio, que alimenta também o sistema hidráulico de acionamento do sistema de embreagem do veículo. “Pelo fato de o veículo ter 32 cv/30 cv (E/G) a mais, ganhou freios a disco no eixo traseiro também”, diz o mecânico.

 

As pinças de freios são pintadas na cor vermelha, dando um toque a mais de esportividade. Reinaldo ressalta: “A troca de pastilhas e discos de freios é convencional como nos demais veículos. Para retornar o êmbolo da pinça de freio traseira, é necessário o uso de ferramenta específica”.

 

 

TRANSMISSÃO

 

Seguindo a mesma linha da troca da correia de sincronismo, a transmissão de seis marchas se encaixa milimetricamente dentro do cofre do motor. “Para efetuar a remoção da caixa de câmbio e a substituição do sistema de embreagem, é necessário remover o agregado e muitos mais componentes envolvidos em torno da transmissão. Isso leva mais tempo e mão de obra”, explica Reinaldo.

 

IGNIÇÃO E INJEÇÃO ELETRÔNICA

 

O Sandero ainda possui sistema de partida a frio com tanquinho de gasolina. “O tanque de partida a frio denuncia a idade do projeto, modelos atuais já não usam mais esse tipo de sistema. Com o envelhecimento da gasolina no reservatório, acaba dando uma certa manutenção extra e, caso não for lembrado, é uma dor de cabeça para o proprietário em dias frios quando o veículo estiver abastecido com 100% de etanol”, relata Reinaldo.

 

A manutenção e limpeza dos bicos injetores também requer uma certa mão de obra. “Para conseguir acessar e remover a flauta dos bicos injetores, é necessária a remoção do coletor de admissão do veículo. Na hora da montagem, é recomendável a substituição dos anéis de vedação do coletor”, comenta Reinaldo.

 

A limpeza do corpo de borboleta e velas de ignição são umas das poucas exceções na manutenção. “É muito fácil de remover. A posição de fácil acesso, basta desapertar os componentes, desconectar os chicotes e pronto!”, finaliza Reinaldo.

 

Ficha técnica

RENAULT SANDERO R.S. 2.0
Motor
Posição: Dianteiro, transversal, flex
Cilindros: 4 em linha
Válvulas: 16V
Taxa de compressão: 11,2:1
Injeção de combustível: Injeção multiponto
Potência: 150 cv/145 cv (E/G) a 5 750 rpm
Torque: 20,9 Kgfm/20,2 Kgfm (E/G) a 4 000 rpm

 

Câmbio
Manual 6 marchas

 

Freios
Dianteira: Disco ventilado

Traseiros: Disco

 

Direção
Eletro-hidráulica

 

Suspensões
Dianteira: Independente, McPherson
Traseira: Eixo de Torção

 

Rodas e Pneu
Rodas: Liga leve, 17 polegadas
Pneus:
205/45 R17

 

Dimensões
Comprimento (mm):4.068
Largura (mm):1.733
Altura (mm):1.499
Distância entre eixos (mm): 2.590

 

Capacidades
Porta-malas: 320 litros
Caçamba: 50 litros

4 comentários em “Raio-X – Renault Sandero R.S.: trabalho extra

  1. Boa tarde,
    Poderia me informar qual o custo de mão de obra para substituição das molas dianteiras do RS 2018?

  2. Meu sonho de consumo, pelo preço que aparece no mercado de usados é uma boa pedida pelo que oferece. Gostei de andar no 1.0, imagina num RS.

  3. Tenho um 2017 com 48 mil kms tirado Zero. Carro Muito Divertido, Anda Muito e Faz Curvas com Muita Segurança, e Freios Fantásticos. Ótimo Custo Beneficio.

  4. Sandero RS é sem dúvida o melhor esportivo fabricado no Brasil. A um bom custo benefício.

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