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Entrevista: Desafios do Aftermarket

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Pós-venda automotivo comemora grandes resultados em meio à crise econômica

Texto: Edison Ragassi

 

Se antes existia alguma dúvida sobre a importância do aftermarket para uma grande fabricante de peças, isso acabou. É o que nos conta Rubens Campos, Vice-Presidente Sênior do Aftermarket Automotivo da Schaeffler América do Sul.

 

Revista O Mecânico: Nos três últimos anos, o mercado brasileiro sofre graves problemas econômicos. Como a empresa enfrenta esta situação?

Rubens Campos: Realmente os últimos anos tem sido difíceis e claro que isso reflete em mudanças internas na empresa. Tivemos algumas reestruturações para adequar a empresa ao novo cenário e preparála para a retomada do mercado e nos mantermos competitivos. A Schaeffler tem alguns pontos a seu favor devido a suas áreas de atuação. Apesar da redução de demanda das montadoras, as vendas dos produtos produzidos no Brasil para outras unidades do Grupo tiveram um ótimo desempenho, assim como o Aftermarket Automotivo conseguiu bons resultados. Esse mix em nossos negócios nos permite ser mais flexíveis para administrar os desafios da crise.

 

O Mecânico: Os negócios com as fabricantes de veículos sofreram retração?

Rubens: A produção de veículos diminuiu, consequentemente nosso fornecimento para as montadoras locais também. Mas como a Schaeffler é uma grande parceira das principais montadoras e tem uma história no mercado, com uma boa reputação de qualidade, mantivemos nosso relacionamento com elas, desenvolvendo novos projetos e prontos para atendê-los.

 

O Mecânico:E a reposição independente, o que representa em termos de negócios para o Grupo no Brasil?

Rubens: A reposição é uma grande e importante parcela dos negócios da Schaeffler, que possui um amplo portfólio para os segmentos Industrial e Automotivo, contando com áreas de negócio de reposição em ambos. Podemos afirmar que se por um lado o OEM (mercado de equipamento original) enfrenta uma crise, o Aftermarket Automotivo, com suas marcas LuK, INA, FAG e Ruville, ganhou maior destaque e cresce ainda mais, o que contribui muito para a sustentabilidade dos negócios da empresa. Isso porque a queda na venda de veículos novos tem por consequência a reparação dos veículos usados, o que impulsiona os nossos negócios. Podemos dizer que o volume no Aftermarket aumentou no geral, em todos os componentes fornecidos pela Schaeffler.

 

O Mecânico: A unidade brasileira é importante para o Grupo? Qual o planejamento da matriz na atual situação de mercado?

Rubens: A Schaeffler está no Brasil há 59 anos a fábrica localizada em Sorocaba/SP, é a sede na América do Sul, onde ainda somos responsáveis por escritórios de vendas na Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Temos grande presença em toda a região. Contamos com representantes em todos os países Sul-americanos. Com quase 60 anos de presença local, esta não é a primeira crise que enfrentamos na região, tampouco em outras localidades do mundo. O Brasil tem uma grande frota e o setor automotivo é uma grande parcela da economia no País, ou seja, há demanda e mercado a se explorar e com tanta tradição de qualidade, a Schaeffler Brasil é estratégica e importante para o Grupo.

 

O Mecânico: A unidade brasileira desenvolve produtos específicos para o nosso mercado?

Rubens: Sim. O Aftermarket Automotivo da Schaeffler Brasil trabalha em estreita relação com os departamentos de Engenharia e Produção para desenvolvimentos específicos nos nossos mercados, não só do Brasil, mas de toda a América do Sul, para que possam ser realizados de forma a atender as necessidades do mercado. A Schaeffler, sendo um dos principais fornecedores de sistemas e componentes para a indústria automobilística, emprega as mesmas tecnologias de ponta utilizados no OEM para o Aftermarket. Assim, temos garantido uma só tecnologia para nossos mercados, o que confere aos nossos produtos, grande reconhecimento de qualidade pelos aplicadores.

 

“As vendas dos produtos produzidos no Brasil para outras unidades do Grupo tiveram um ótimo desempenho, assim como o Aftermarket Automotivo conseguiu bons resultados”

 

O Mecânico: Comparado a Europa e Estados Unidos, nossa tecnologia compete em igualdade?

Rubens: Certamente. Somos uma empresa global que trabalha em estreita cooperação e com sinergia com a matriz e demais unidades produtivas. A tecnologia é a mesma em todas as 170 localidades da Schaeffler no mundo. A Schaeffler tem um histórico de muita inovação e, atualmente, é a segunda empresa em número de patentes na Alemanha. Somente em 2016, foram registrados 2.316 pedidos de patente no DPMA (Departamento Alemão de Patentes e Marcas). A Schaeffler Brasil submeteu 111 pedidos no ano passado, sendo a 4ª com maior número de notificações de invenções. Assim, podemos dizer que como somos uma empresa global, temos alta tecnologia e poder de inovação em todo o mundo, apenas nos adaptamos às necessidades de cada mercado.

 

O Mecânico: A empresa exporta estes produtos para os grandes centros? Equipamento original, reposição ou ambos?

Rubens: Sim. Estamos presentes em mais de 170 localidades, em 50 países, por isso há bastante conexão entre essas localidades para suprir as necessidades de cada mercado, seja no OEM ou reposição, conforme demanda. No Brasil, produzimos para atender toda a América do Sul, além de fornecer alguns produtos para outras fábricas da Schaeffler.

 

“Podemos perceber que o pior cenário já passou, mas claro que leva anos para se recuperar de uma crise como esta que vivemos”

 

O Mecânico: Para o Grupo, o mecânico independente é importante no processo de conscientizar o proprietário de um veículo sobre a necessidade de realizar manutenção preventiva?

Rubens: Com certeza o mecânico é muito importante nesse processo de conscientização e por isso focamos tanto na capacitação desse grupo, por meio de nossa assistência técnica, com catálogos, treinamentos, palestras, 0800, etc. Somos uma das empresas que mais investem no conhecimento do aplicador automotivo: são centenas de treinamentos anuais com milhares de participantes, além dos catálogos técnicos. As palestras são dedicadas por produto, nas quatro marcas da Schaeffler: LuK, INA, FAG e mais recentemente a Ruville. Temos instrutores especializados aptos a compartilhar experiências com os mecânicos porque ao mesmo tempo que são instrutores, são primeiramente técnicos de campo. Dessa forma falam do que vivenciam o tempo todo. Nossos cursos são muito apreciados pelos aplicadores.

 

O Mecânico: Tendo como base os resultados deste quadrimestre, quais as perspectivas para 2017?

Rubens: Podemos dizer que ao que tudo indica, começaremos uma retomada na economia em nosso setor. Ainda há muito a melhorar na economia, mas podemos perceber que o pior cenário já passou, mas claro que leva anos para se recuperar de uma crise como esta que vivemos. Como a Schaeffler conta com um forte Aftermarket Automotivo e o setor de reparação está indo bem, podemos dizer que isso ajuda muito a equilibrar nossos negócios. Trabalhando com o que é tangível, podemos afirmar que a Schaeffler segue focada em desenvolver sua estratégia de crescimento global, que inclui o mercado brasileiro, trazendo soluções econômicas e sustentáveis para o futuro, focadas na mobilidade para o amanhã.

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