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Entrevista: Apostando em crescimento e tecnologia

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Por ocasião do aniversário de 60 anos da Meritor, o diretor geral da empresa na América do Sul, Silvio Barros comenta sobre a expectativa pelo crescimento do mercado de caminhões em 2017

 

Revista O Mecânico: Quais você considera as principais conquistas da Meritor nestas seis décadas de trabalho?

Silvio Barros: Liderança de mercado em produto, qualidade e presença em todas as montadoras instaladas na América do Sul.

O Mecânico: A severa crise no mercado de veículos pesados fez as vendas de caminhões voltarem a patamares dos anos 90. Entretanto, em encontro com a imprensa no mês de julho, você disse esperar que a Meritor aumente sua produção de eixos em mais de 20% no ano de 2017. A que fatores você deve essa projeção?

Silvio: À venda de caminhões equiparada aos anos 1997-1999 quando PIB per capita estava em 3.500 dólares. Hoje esse valor está ao redor de 10.000 dólares apesar da crise, portanto existe espaço para expansão de PIB e, consequentemente, demanda de caminhões.

Outro fator é a qualidade de inventários de caminhões ruim e o volume muito baixo, portanto, parte importante desse aumento de produção virá para cobrir esse item. A renda agrícola atual é três vezes maior que no período de 1997-1999, portanto, mais uma oportunidade de investimento em compra de caminhões.

A situação política pós-agosto se resolverá e destravará o índice de confiança dos empresários, impactando o investimento de forma imediata. Sendo um bem de capital, o caminhão deverá ser um dos primeiros investimentos a ser contemplado com esse novo ambiente devido a necessidade de renovação da frota e a demanda reprimida criada nos últimos dois anos onde esse mercado só encolheu.

O Mecânico: Como estão os negócios da Master (joint-venture da Meritor com o Grupo Randon para a produção de componentes de freio para pesados)? Também há perspectiva de crescimento?

Silvio: Para a Meritor, a Master deverá acompanhar a trajetória de demanda do mercado.

O Mecânico: Mundialmente, a Meritor se divide em 76% mercado original e 24% aftermarket. Assim, qual é a importância da reposição para a Meritor do Brasil e como está estruturado seu departamento de pós-venda?

Silvio: O aftermarket no Brasil representa pouco mais de 10% de nossa venda pois, diferente de outras regiões, nós estamos muito focados na demanda de eixos e seus componentes, somente. Estamos ampliando essas linhas para outros produtos e temos o objetivo de chegar a 20% até 2020. Hoje possuímos uma sinergia muito grande entre a fábrica e Aftermarket, o que nos auxilia nesse crescimento.

“A situação política pós-agosto se resolverá e destravará o índice de confiança dos empresários, impactando o investimento de forma imediata. (…) O caminhão deverá ser um dos primeiros investimentos a ser contemplado com esse novo ambiente”



O Mecânico: A Meritor espera que seu negócio do aftermarket caia de 10 a 12% em 2016. Mas, para 2017, o já comentado otimismo da projeção de produção também pode se estender ao mercado de reposição? Quais fatores podem influenciar essa fatia do negócio?

Silvio: A Meritor irá crescer mais de 5% no mercado de aftermarket esse ano, e o mercado de reposição para veículos pesados irá cair mais de 10%. Para o próximo ano estimamos um crescimento de mais de 10% impulsionados por uma maior utilização de frota circulante e, consequentemente, de maior desgaste dos componentes dos veículos comerciais, resultado de um aumento da atividade econômica brasileira. Além disso estamos investindo fortemente em ampliação de portfólio de produtos e no nível de serviço prestado a nossa rede de distribuidores e montadoras.

O Mecânico: Qual é a importância do mecânico para a Meritor do Brasil?

Silvio: O mecânico é a parte mais importante desse elo entre o fabricante e usuário final, pois através dele atendemos os nossos clientes e asseguramos a satisfação com relação aos nossos produtos.

O Mecânico: Uma das principais demandas da reparação independente é a falta de informações das fabricantes de veículos. Quais ações a Meritor direciona para apoiar o mecânico nesse sentido?

Silvio: A Meritor tem investindo muito em capacitação voltado a esse público através do programa “Frota Parceira”, onde ministramos treinamentos nas oficinas de nossos clientes em todo território nacional através de uma van com todo ferramental e componentes necessários para isso. Esse programa proporciona a Meritor a oportunidade de não somente promover as melhores práticas de serviço, como também aprender muito com esse público cada vez mais especializado. Nesse segundo vamos lançar nosso treinamento a distância, programa chamado de “Universidade Meritor”, onde poderemos realizar uma imersão desse público no mundo Meritor. Além disso, realizamos continuamente treinamentos em nossa fábrica para temas específicos.

O Mecânico: No Brasil, a Meritor tem feito atualizações em suas fábricas para a produção de peças com novas tecnologias. Quais foram os últimos avanços implementados por aqui e onde essas novidades já podem ser vistas?

Silvio: A Meritor foi pioneira no desenvolvimento local de tecnologias como solda a laser e eixos com redução no cubo. Na área de aplicações especiais, a empresa tem a patente do eixo “detachable tandem” que tem como características permitir o veículo 6×4 rodar vazio na versão 6×2/4×2 ao suspender um dos eixos traseiro e em breve poderemos ver esta solução plenamente nas estradas, haja vista que temos uma das marcas mais importantes de caminhões em vias de lançar esta solução em produção e outras já em desenvolvimento.

“O mecânico é a parte mais importante desse elo entre o fabricante e usuário final, pois através dele atendemos os nossos clientes e asseguramos a satisfação com relação aos nossos produtos”



O Mecânico: O sistema de transmissão tem um papel importantíssimo para a redução no consumo de combustível e, consequentemente, na emissão de poluentes de um veículo, seja leve ou pesado. Qual será a contribuição da Meritor para que os veículos do futuro – e seus respectivos processos de manutenção – poluam e consumam menos?Claudio: Criamos um departamento chamado TecGauss, cujo objetivo é passar informações técnicas a respeito dos nossos produtos e dos sistemas onde eles são aplicados. Fazemos isso através de vídeos técnicos, redes sociais, visitas técnicas ao aplicador, palestras, e-mail marketing, divulgação no site, etc.

O Mecânico: Na visão da Gauss, qual é a importância de disseminar informação técnica para o mecânico independente?

Claudio: Entendemos que o aplicador precisa de muita informação, principalmente, em um mercado de tanta evolução tecnológica. O objetivo é ajudar nessa melhor capacitação do aplicador, e também criar esse vínculo com ele para deixá-lo confiante em usar os produtos Gauss, que sabemos, pode ajuda-los em muito no seu dia-a-dia, tanto em termos técnicos, quanto em termos econômicos.

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