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Bomba d’Água: Coração do Arrefecimento

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Peça central do sistema que regula a temperatura do motor, a bomba d’água requer cuidados especiais e uma manutenção criteriosa para ajudar a preservar o motor

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Na matéria “Especial 30 Anos” sobre aditivos automotivos (publicada na edição nº 239), mostramos a importância de se usar os líquidos de arrefecimento corretamente para a preservação da vida útil do motor. Pois, tão relevante quanto a utilização do líquido correto é saber como fazer a manutenção preventiva e corretiva adequada do sistema de arrefecimento, cujo coração é a bomba d’água. Neste caso, chamar a peça de “coração” do sistema não é uma mera figura de linguagem, já que a equipe técnica da Magneti Marelli explica que, assim como o órgão humano faz correr o sangue em nossas veias, a bomba d’água é responsável por gerar a circulação do líquido de arrefecimento por todo o sistema.

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Diagnóstico de troca da bomba d’água deve ser feito após examinar todo o sistema

“A movimentação do líquido de arrefecimento é fundamental para a troca do calor gerado na combustão, mantendo assim a temperatura ideal de funcionamento do motor, proporcionando maior durabilidade, menor desgaste, menor índice de emissões de poluentes e melhor desempenho”, declaram os especialistas da Magneti Marelli. Vale lembrar que, assim como a bomba de óleo, a bomba d’água não é a peça responsável pela geração e sustentação da pressão em seu sistema: no caso do arrefecimento, o componente que mantém o líquido pressurizado é a tampa do reservatório de expansão ou a do radiador, dependendo do veículo.

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A vida útil da bomba d’água está diretamente ligada à manutenção prestada

O gerente de Serviços e Qualidade da Nakata, Jair Silva, ressalta que o sistema de arrefecimento tem a função de manter equilibrada a temperatura do motor evitando que o conjunto trabalhe muito frio ou quente demais. Logo, a manutenção preventiva é importantíssima, mantendo o sistema sempre com a proporção adequada de aditivo e substituir todo o líquido uma vez a cada dois anos. A negligência pode custar a vida útil da bomba d’água e de outros componentes.

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A tampa do reservatório (ou a do radiador, em alguns casos) é o que mantém o líquido sob pressão; a bomba só gera fluxo

“As causas mais comuns de danos à bomba d’água são aquelas que comprometem a vedação do selo mecânico, seja por desgaste do tempo de uso ou falta de manutenção no sistema de arrefecimento. A vida útil de uma bomba d’água, tanto original de fábrica quanto a de reposição, está diretamente ligada à manutenção prestada.”, descreve Jair. “Quando o carro chega à oficina com superaquecimento do motor, é necessário verificar a válvula termostática, sensores, vaso de expansão, bomba, radiador, aditivo, junta do cabeçote selos do bloco e cabeçote para apurar a causa. Não se deve liberar o veículo sem que a causa esteja devidamente identificada e sanada.”

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Preventiva e diagnóstico

A Urba Brosol recomenda trocar a bomba a cada 50 mil km. Na troca preventiva ou corretiva, a fabricante alerta que o líquido de arrefecimento deve sempre conter aditivo, na proporção correta. O mecânico nunca deve utilizar somente água, pois poderá causar corrosão, não somente na bomba d´água, como em todo sistema, além de provocar cavitação em alguns casos. O nível do líquido no reservatório de expansão deve ser verificado constantemente, com o motor frio, para identificar possíveis vazamentos e corrigi-los imediatamente.

“O aditivo é fundamental para manter o motor na temperatura certa. Os seus componentes químicos elevam o ponto de ebulição de água de 100°C para algo em torno de 120°C. Além disso, o aditivo combate o aparecimento de ferrugem (muito prejudicial para os componentes do sistema, principalmente a válvula termostática e o ‘cebolão’) e reduz o desgaste de todos os componentes”, explica Jair Silva. Além disso, o aumento do ponto de ebulição está muito relacionado à pressão do sistema.

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Verifique a tensão da correia para evitar o desgaste prematuro do rolamento da bomba

A Magneti Marelli acrescenta que, quando a bomba é acionada por correia, é necessário também verificar a tensão correta do componente para evitar desgaste prematuro do rolamento da bomba. Se a tensão da correia for muito frouxa, o bombeamento não é eficiente. Se for muito apertada, acaba desgastando prematuramente o rolamento e o retentor da bomba. “Atenção para a luz indicadora de temperatura do motor, vazamentos, ruído e folga no rotor da bomba”, avisa a equipe técnica da empresa.

Caso algum desses passos seja negligenciado, podem aparecer sintomas que o engenheiro de Aplicação da SKF do Brasil, Helber T. C. Antonio, descreve a seguir. “Se for observada uma oxidação generalizada, seguida por vazamento, as possíveis causas são: líquido velho, falta de aditivo e/ou pH do líquido desbalanceado. A solução será limpar o sistema de arrefecimento, aplicar solução com aditivo de qualidade comprovada e na proporção correta. A solução deverá ficar com pH entre 7,5 a 8,5”, explica Helber.

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Utilizar o aditivo certo na proporção correta é fundamental para o sistema de arrefecimento

O engenheiro da SKF segue explicando que se houver desgaste no corpo da bomba d’água, devido à presença de ar no sistema de arrefecimento, a solução é trocar a bomba d’água e sangrar o sistema de arrefecimento. “Por isso é importante fazer a sangria do sistema de arrefecimento e fazer manutenção com o motor frio”, diz.

Um problema muito comum é o vazamento do líquido de arrefecimento através do dreno da bomba d’água. Isto ocorre devido ao desgaste do selo mecânico, provocado pelo líquido de arrefecimento contaminado pela falta da limpeza no sistema de arrefecimento, como explica Helber. A solução, antes de aplicar a nova bomba d’água, é limpar rigorosamente o sistema de arrefecimento. “Outra situação muito comum é um ruído e vazamento da bomba d’água, muita vezes devido ao depósito excessivo de calcário no sistema de arrefecimento. Normalmente isso acontece quando é aplicado aditivo na proporção incorreta, levando à danificação do selo mecânico da bomba d’água”, conta o engenheiro da SKF. Atenção porque o ruído pode também ser indicador de fim de vida do rolamento da bomba, o que também demanda a troca da peça.

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A tampa do reservatório tem duas válvulas que regulam a pressão do líquido no sistema

Quando o carro chega à oficina com vazamento do selo da bomba d´água, é importante ficar atento para o fato de que o problema pode estar na tampa do reservatório de expansão, alerta Jair Silva. “Esta tampa tem duas válvulas, sobrepressão e depressão, que controlam a pressão de todo o sistema de arrefecimento do carro. Quando a válvula de sobrepressão emperra na posição fechada, principalmente por causa de ferrugem ou sujeira, a pressão em excesso acaba procurando algum lugar para sair. Nestes casos, pode estourar alguma mangueira ou romper o selo da bomba. Neste caso, quando estoura o selo da bomba não tem conserto, e antes de colocar o motor para funcionar, é preciso testar as válvulas da tampa do equipamento CRM-30, que pode ser encontrado em lojas de ferramentas. Com a tampa trocada é preciso fazer novo teste para saber se não houve outros danos”.

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Confira todas as conexões de mangueiras para identificar se há vazamentos

Perda de fluido pode ocorrer também por vazamentos em conexões e mangueiras. Por isso, jamais deve se ignorar esses sintomas, afirma Jair. “Ficar completando o reservatório do líquido de arrefecimento só piora o problema, pois a adição de água vai diminuindo a concentração do aditivo podendo levar ao superaquecimento e comprometer o funcionamento do motor. Neste caso, fazer a retífica fica muito mais caro do que o reparo no sistema”, declara o especialista da Nakata.

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O teste de pressão do sistema deve ser feito com o equipamento correto

 

Na aplicação

A Delphi diz ao mecânico que, sempre que possível, procure trabalhar com o motor frio e siga as orientações de reparação do fabricante do veículo quando disponível. Antes de instalar a bomba d’água nova, Jair Silva, da Nakata, orienta a esgotar toda a água do sistema e fazer uma completa limpeza da área de contato da bomba. “Nunca se deve passar graxa, entre bomba, junta e o bloco do motor. Esses produtos estragam a junta da bomba, deixando caminho livre para o aparecimento de vazamentos”, explica o gerente de Serviços e Qualidade.

Para evitar empenamento, a equipe da Magneti Marelli e Jair, da Nakata, afirmam que é preciso apertar os parafusos de fixação de forma alternada quando não houver ordem determinada. Verifique também o alinhamento e a tensão das correias do motor, de acordo com as instruções do fabricante do veículo. “Deixar a correia muito esticada acaba reduzindo muito a durabilidade do rolamento da bomba, já que ele passará a trabalhar com o eixo sempre forçado”, avisa Jair. Atenção também aos torques de aperto, discriminados no manual de reparo do veículo.

Com o serviço pronto, é preciso trocar toda a água do radiador e abastecer o sistema de arrefecimento com a proporção de aditivo recomendada pelo fabricante do veículo, para aditivos concentrados fazer a mistura água/aditivo fora do motor. Depois disso, teste a presença de vazamentos com o equipamento apropriado. Cuidado com a pressão de teste, que deve ser a recomendada pela montadora. Se for excessiva, pode danificar os componentes do sistema.

A Schadek reforça que, na aplicação, o mecânico não deve aplicar cola ou silicone junto com o o’ring ou com a junta, pois o excesso de um destes pode soltar-se e travar o selo de vedação e proporcionar o vazamento de líquido de arrefecimento, ou, ainda, travar uma válvula termostática e causar aquecimento no motor. Os especialistas da marca ainda orientam a verificar no momento da manutenção se as mangueiras não estão ressecadas, se tampa do reservatório de expansão não está danificada e se a válvula termostática está funcionando corretamente. “Verifique também se há selo do motor com vazamento, pois a estanqueidade do sistema é muito importante”, declara a empresa.

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Para evitar problemas, nunca aplique cola ou silicone no momento da instalação da bomba

 

Se a peça for mal aplicada, a Urba Brosol avalia que podem ocorrer diversos problemas, como vazamentos, desalinhamento da correia, mau funcionamento (ineficiência) não atendendo as necessidades do veículo e consequentemente um superaquecimento do motor.

A Delphi ainda observa que, no momento da troca da bomba d’água, outros componentes devam ser checados no sistema de arrefecimento e de sincronização. São eles a tampa do reservatório de expansão e o reservatório; mangueiras e abraçadeiras do sistema; radiador; aditivo (seguindo sempre a proporção e o intervalo informado pelo fabricante do veículo); correias e tensionadores. A Magneti Marelli reforça que sensores de temperatura do líquido de arrefecimento e o interruptor do eletro-ventilador também devem ser examinados.

Sempre instale a peça nova

Para as aplicações de veículos leves, a equipe técnica da Delphi explica que não é comum o recondicionamento da bomba d’água, mas, nas aplicações da linha pesada, existem alguns componentes da peça disponíveis no mercado. No entanto, a fabricante recomenda a substituição da bomba por uma peça totalmente nova, que foi produzida com os melhores materiais e tem qualidade assegurada, além de diminuir o tempo de reparo do sistema de arrefecimento.
Tanto a Magneti Marelli quanto a Nakata também não recomendam qualquer reparo na bomba. “A bomba d’água sofre desgaste com o uso, assim como os outros componentes do sistema de arrefecimento”, declara Jair. Já Helber, da SKF, endossa. “Recomendamos que todos os itens do sistema de arrefecimento como correia de acessório, polias, rolamentos auxiliares, tensores, válvula termostática, interruptor do ventilador, sensor de temperatura, mangueiras e radiador sejam checados e testados no momento da troca da bomba. Caso algum componente apresente desgaste ou mau funcionamento, o mesmo deverá ser substituído. Quanto ao líquido de arrefecimento, é imprescindível sua troca para o bom funcionamento do sistema de arrefecimento”, afirma o engenheiro.

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Não recondicione a bomba d’água. Sempre instale peça nova de procedência comprovada

No entanto de nada adianta colocar uma peça nova que não tenha qualidade. Todas as fabricantes entrevistadas para esta matéria afirmaram que existem marcas que privilegiam preço ao invés de qualidade. “Alguns vendedores disponibilizam produtos de baixa qualidade que têm durabilidade e desempenho bem abaixo do esperado e, consequentemente, insatisfação do cliente que acreditou fazer um ótimo negócio, adquirindo um produto extremamente barato, mas que depois acabou saindo caro”, lamenta a Delphi.

Suporte Técnico: Delphi: 0800 011 8135 | Magneti Marelli: (19) 3808 7200 | Nakata: 0800 707 8022 | Schadek: (15) 3262 3112 | SKF: 0800 141 152 | Urba Brosol: 0800 880 2154

10 comentários em “Bomba d’Água: Coração do Arrefecimento

  1. Tem alguma recomendação para fazer este servico em Aracaju-SE,sofro com este problema e não obtive solução.

  2. ola tenho um grand siena e o mesmo ja trocou a bomba dagua 7(sete) vezes em menos de 2 anos de uso alguem sabe explicar o motivo que faz ela estourar tao rapido a ultima so durou 10 dias.

  3. Qual é a vazão é a pressão de trabalho do sistema de arrefecimento de motor diesel rodoviário ,em alta rotação e baixa rotção.

  4. Eurico,

    Tenho um Fiesta Sedan Rocam 1,6 2014 – o mesmo motor da sua Ecosport.

    Meu carro chegou agora com 48 mil km rodados e segui como pede o manual e troquei o líquido de arrefecimento com 02 anos de uso.

    Eu ia trocar o líquido agora de forma preventiva, mesmo o líquido ainda estando vermelho, e percebi alguns pingos de água vermelha no chão da garagem.

    Fui ao mecânico e o vazamento é na bomba d’água. Achei a vida útil muito curta. Enfim! Sou muito criterioso com carro e eu já ia mesmo comprar a genuína Ford, aí o meu mecânico me alertou: “Compra a original para você ficar sossegado”. Vou aproveitar e trocar todo o líquido, reservatório, tampa e correia do alternador.

    Tenta comprar a genuína! Talvez ela dure mais. O código original antigo dela é XS6G/8501/CC. Achei em BH por 200 reais.

  5. Bom dia,

    Eu queria saber oque pode danificar no carro ao deixar um produto de limpeza do radiador por muito tempo no sistema. No meu caso um frentista ofereceu colocar aditivo na água do radiador, então aceitei, passou na faixa de uma semana meu carro super aqueceu fui ver estava sem água no radiador.. então esperei abaixar a temperatura completei, e rodei mais uns dias completando até fazer a troca do radiador, o antigo não teve concerto pois falaram que estava podre, porém meu carro era praticamente novo 1 ano meio de uso. de la pra cá ocorreu de começar a baixar novamente a água do radiador mecânico abriu e achou o problema apos muito custo, e agora é um selo do motor, o mecânico disse ser algo corrosivo que foi colocado no sistema pois o carro é novo. Então oque me vem a cabeça que o frentista invés de colocar aditivo, coloco um produto de limpeza e acabou estragando o radiador e agora esse selo, e meu medo é ter danificado mais peças…. esse produto deve ter ficado no sistema na faixa de 7 a 15 dias….

  6. ola estou com um problema meu carro esquenta ai agua desce no reservatório uns 30ml carro esfria agua volta normal…. temperatura abaixo de 90 graus etc… e twnho que completar apos tres dias com 30 ml de água observo que na tampa do reservatório fica um suor…

  7. Tenho uma Ecosport motor Zetec 1.6 e tenho grande problema com bomba d’água.
    Já usei SKF, Urba, Delphi e nenhuma chega a 30.000 Km.
    A SKF troquei em junho e com 10.000 Km quebrou.

  8. Puxa vida!!! Estou plenamente satisfeito, parabéns pelas informações, e aos orientadores e fornecedores envolvidos, aula completa sobre Arrefecimento!!! Abraços. ..

  9. Este artigo ajudou bastante tirando dúvidas que tinha sobre o problema do carro, de vazamento de água do radiador para reservatório

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