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Amortecedores: Controle e segurança acima de tudo

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Essenciais para a dirigibilidade do veículo, os amortecedores estão entre os componentes mais importantes para a segurança do carro; por isso, respeite as regras de manutenção e eduque seu cliente a cuidar do veículo

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Responsável por controlar a ação das molas na suspensão, o amortecedor ajuda a manter o pneu sempre em contato com o solo ao mesmo tempo em que absorve as irregularidades do piso. Seu bom funcionamento garante estabilidade ao veículo e conforto para o condutor e demais ocupantes. Por tudo isso, você já deve estar careca de saber que o amortecedor é um elemento que não pode ser ignorado no programa de manutenção preventiva.
Só que sempre vale lembrar que cabe a você, mecânico, orientar o seu cliente para preservar não só essa peça como todo o sistema de suspensão da melhor forma. “Rodar com os amortecedores desgastados compromete a estabilidade do veículo, bem como, adiar a troca pode gerar mais gastos do que o previsto aos consumidores na hora de fazer a manutenção”, avisa o supervisor de serviços da Nakata, Jair Silva.

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Para o coordenador de Treinamento Técnico da Monroe, Juliano Caretta, o amortecedor é um dos principais itens de segurança veicular, fazendo parte do que ele chama de “triângulo da segurança”, formado por amortecedores, freios e pneus. A vida útil média de um amortecedor em um veículo leve gira em torno de 40 mil km, mas a diretora de Comunicação da Magneti Marelli Cofap, Mônica Cassaro, afirma que as condições de cada região impedem que se determine um prazo padrão para todo o Brasil. “Num país de dimensões continentais, como o nosso, onde cada região tem as suas particularidades de manutenção das vias e rodovias, não se pode determinar um período rigidamente fixado para a troca do amortecedor”, declara.

Cabe ressaltar que tanto os prazos de manutenção preventiva quanto os de troca estão diretamente ligados ao uso do automóvel no dia a dia. “No caso de veículos que trafegam em estradas sem pavimentação, ou que trabalham constantemente com carga, eles merecem verificações mais constantes por sofrerem um desgaste maior com menos quilometragem devido ao maior esforço”, pondera o técnico Edmundo Álvares Crespo, da Corven Amortecedores. Por isso, a orientação do mecânico de confiança do proprietário do veículo é o que realmente manda na vida útil da suspensão.

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Identificando os problemas

Para fazer o diagnóstico de necessidade de troca dos amortecedores, o mecânico deve começar pela análise visual. Juliano recomenda que a inspeção visual seja feita a cada 10 mil km, e nela deve ser observado se há amassados e vazamentos de fluido. “Outro ponto é verificar os pneus, analisando possíveis deformações provocadas por amortecedores ineficientes”, aponta o especialista da Monroe.

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Jair ressalta que o mecânico também deve prestar atenção a todos os componentes periféricos de suspensão, principalmente, a quebras de fixação e estado das buchas, coxins e batentes. “Verifique o estado geral dos outros componentes da suspensão também para falar com o cliente sobre futuros consertos a serem realizados, passando um diagnóstico completo”, recomenda o supervisor de serviços da Nakata.

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A indicação vai ao encontro da feita pelo aftermarket da Cofap, que diz para o mecânico nunca trocar os amortecedores sem um exame prévio da suspensão completa. “É muito comum o cliente associar o barulho ao amortecedor e, na grande maioria das vezes, o problema pode estar em outros componentes de suspensão que estão desgastados”, frisa Mônica.

O processo de diagnose dos amortecedores, como recomenda Juliano, deve ser concluído com um teste de rodagem, “preferencialmente com o proprietário ao volante”, para que ele possa apontar possíveis mudanças de comportamento em seu veículo. Nesse teste, o mecânico deve observar junto com o proprietário alguns se há algumas das características descritas por Edmundo, da Corven: desvios de trajetória nas frenagens, assim como, a oscilação lateral da carroceria; perda de estabilidade em curvas, com os pneus “cantando” com facilidade mesmo nas menores curvas; e perda de tração das rodas.

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Se o carro se apresentar com essas características, significa que os amortecedores não estão mais exercendo sua função de manter o pneu em contato com o solo, e que devem ser trocados.

Durante a troca

Uma vez constatado que os amortecedores devem ser substituídos, o primeiro passo é consultar o manual de reparação do carro e o catálogo da fabricante de autopeças para ver se há alguma recomendação especial com relação às peças de reposição. “Antes de qualquer coisa, deve-se verificar se o amortecedor de reposição é adequado para o veículo utilizando o catálogo de aplicação”, afirma Jair.

Alguns modelos necessitam que suas peças sejam substituídas por produtos específicos, como é o caso dos Power Shock da Cofap dentro da linha Fiat, que não podem ser trocados por outros amortecedores sem a mesma tecnologia. Cada componente é desenvolvido conforme as características do carro e sua suspensão, como explica Juliano: “quando a aplicação pelo código estiver errada, a peça apresentará cargas, tamanhos e cursos de movimentação diferentes do ideal”.

Para garantir a qualidade do serviço, é necessário fazer a equalização (ou escorvamento) dos amortecedores antes colocá-los no carro. “Este é o segredo para que o reparador consiga perfeito funcionamento dos componentes”, afirma Jair. O supervisor de serviços da Nakata explica que o procedimento consiste em deixar o amortecedor com a haste para cima, puxar a haste para fora e empurrá-la de volta para dentro, assim, preenchendo o tubo de pressão de óleo uniformemente e eliminando as bolhas de ar ou gás. “Fazendo isso cinco vezes, o reparador sentirá que o amortecedor ficou bem mais duro e a haste corre sem trancos”, garante o supervisor de serviço da Nakata, que recomenda nunca fazer o escorvamento na posição horizontal ou deitar os amortecedores equalizados no chão antes da instalação no carro.

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Outro ponto importante no procedimento de substituição é observar se há uma sequência exata das peças e o posicionamento correto delas. “As ferramentas especiais, desenvolvidas especificamente para essa montagem, evitam marcas e deformações nos componentes, principalmente na haste”, ressalta Juliano.

O especialista da Monroe recomenda a troca das peças periféricas juntamente com o amortecedor. “Quando é realizada a troca dos amortecedores, é recomendado fazer também a substituição das molas e do kit composto por batente, coifa e coxim, pois são componentes que trabalham juntos e aumentam o desempenho do amortecedor”, garante Juliano.

Já Edmundo, da Coven, reforça: “os novos coxins, batentes e coifas protegerão os amortecedores de infiltração de terra e poeira na região do retentor, evitando o desgaste prematuro e posterior vazamento de fluído hidráulico, e também que o amortecedor atinja o final de curso fechado, danificando-o internamente”. Ao fim do procedimento, o torque final deve ser dado com o veículo no chão. Recomende ao proprietário que nunca deixe de fazer o alinhamento após a substituição de qualquer peça na suspensão.

Falta de manutenção preventiva

Como já dissemos, é papel do mecânico reforçar a importância da manutenção preventiva com o seu cliente. E negligenciar os prazos de inspeção da suspensão pode trazer consequências diretas ao bolso do motorista, já que diminui a vida útil das peças periféricas do sistema. Mas o problema está principalmente no risco à segurança dos ocupantes. “A demora na troca dos amortecedores acelera o desgaste de todos os componentes da suspensão, o que encarece a manutenção, além de colocar em risco a segurança veicular”, alerta Mônica, da Magneti Marelli Cofap.

Amortecedores desgastados ou danificados podem trazer diversos riscos ao veículo e ocupantes, adverte Jair, “já que há aumento da distância de frenagem, tendência de aquaplanagem em superfícies alagadas e de o veículo sair para o lado de fora das curvas”. Juliano Caretta também atenta para possíveis oscilações do feixe de luz do farol durante uma viagem, que podem ofuscar a visão do condutor que trafega na via contrária. “Outro ponto crítico é o excesso de trepidações, que torna a viagem desconfortável. O amortecedor com apenas 50% de eficiência também pode aumentar em 26% o cansaço do motorista, elevando consideravelmente o perigo”, menciona.

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Para o especialista da Monroe, se o amortecedor apresentar problemas e não for substituído, outras peças passam a ser afetadas, principalmente coxins, batentes, molas, buchas da suspensão e terminais de direção. “Trabalhando excessivamente, esses componentes tendem a compensar a ineficácia do amortecedor se desgastando mais rapidamente”, declara. Edmundo, da Corven, vai além, citando casos extremos em que pode haver até trincas e quebras no monobloco do veículo.

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Dicas para o seu cliente

A habilidade e o cuidado do motorista também contam muito para conservar a suspensão em ordem. Por isso, o supervisor de serviços da Nakata dá algumas dicas que o mecânico deve repassar ao cliente. “Para prolongar a vida útil dos amortecedores, é importante evitar algumas práticas ao volante, como dirigir de forma agressiva, passar em buracos e quebra-molas, e excesso de carga”, diz Jair. “Manter em dia o alinhamento de direção e o balanceamento das rodas, não alterar geometria ou altura da suspensão e manter coxins e batentes em bom estado prolongarão a vida do componente”, conclui.

Além disso, Juliano, da Monroe, ainda recomenda que o mecânico diga ao proprietário do veículo para respeitar os limites de carga, e revisar periodicamente o veículo, são que cuidados imprescindíveis para uma boa conservação dos amortecedores. Mônica, da Magneti Marelli Cofap, orienta que o proprietário deve sempre estar atento qualquer barulho anormal no veículo e nunca deixar de lado a revisão periódica.

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Edmundo, da Corven, lembra que a peça a ser instalada no veículo deve sempre ter a certificação de qualidade do Inmetro, que será obrigatória em todos os amortecedores de reposição vendidos no varejo a partir do segundo semestre de 2014. Juliano crava: “o amortecedor novo, com selo do Inmetro, é a única garantia de um produto que atenda a todos os padrões de qualidade das montadoras”.

Recondicionado? Nunca!

Na imensa maioria dos casos, o mecânico é quem determina a marca e procedência da peça a ser instalada no carro. Mas sempre tem aquele modelo fora de linha que complica as vidas de cliente e aplicador na hora de procurar a peça de reposição. No entanto, por mais difícil e caro que seja comprar uma peça original adequada, as fabricantes de autopeças e montadoras pedem para que nunca se apele para os recondicionados. “O amortecedor deve ser substituído por outro novo com as mesmas características e qualidade do modelo original, garantindo a segurança do veiculo”, afirma Jair, da Nakata.

Juliano declara que é tecnicamente inviável o reaproveitamento de um amortecedor já desgastado. “Caso contrário, os próprios fabricantes fariam”, alega o especialista da Monroe. “Geralmente, o recondicionamento que o mercado pratica atualmente nada mais é que uma simples pintura externa”, denuncia.

Edmundo Crespo frisa que não há partes de amortecedor vendidas separadamente no mercado para se fazer o recondicionamento propriamente dito. “Trocar só os componentes internos não garantem que a peça volte funcionar perfeitamente. O corpo externo também deve seguir as especificações para garantir o alinhamento das rodas”, explica o técnico da Corven. Monica coloca a pá de cal sobre os recondicionados: “o retrabalho correto no amortecedor custaria mais caro do que uma peça nova”, conclui a diretora de Comunicação da Magneti Marelli Cofap.

Se há tantos pontos contra, por quê eles ainda existem como opção? “Preços atrativos e a falta de conhecimento sobre itens de segurança veicular podem induzir o motorista a adquirir peças reformadas, muitas vezes sem obedecer a nenhum critério de engenharia”, lamenta Juliano. Mais uma vez: a conscientização do mecânico sobre a importância do seu trabalho e a do proprietário com relação ao bom estado de seu carro são primordiais para não gerar dor de cabeça para todos os envolvidos.

Comentário em “Amortecedores: Controle e segurança acima de tudo

  1. Muito boa a matéria, bem justa nas explicações fornecidas pelos representantes das marcas citadas. Vai ajudar e muito novos proprietários de veículos e nos relembra boas práticas com a manutenção preventiva e corretiva do veículo.

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