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Atenção para os conversores

Atenção para os conversores

As leis de emissão de poluentes estão mais severas, exigindo que oscatalisadores sejam mais eficientes na conversão de gases e na resistência ao calor. Veja qual a tendência nesse segmento e os modelos disponíveis no mercado.

Carolina Vilanova

 

Componentes fundamentais para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera, os catalisadores têm a função de transformar os gases tóxicos, resultantes da combustão do motor, em gases inofensivos, por meio de reações químicas que ocorrem dentro deles. Essas peças estão em constante evolução e, quanto mais exigentes se tornam as leis de emissão de poluentes, maior devem ser seus níveis de estabilidade e resistência à altas temperaturas. Um catalisador (conversor catalítico), é basicamente formado por um núcleo, cerâmico ou metálico, que abriga uma camada de metais nobres; uma manta expansiva, funcionando como um isolante térmico; uma cápsula ou carcaça metálica, cones de entrada e saída, e flanges.

Os modelos atuais, conhecidos como under floor, estão localizados embaixo do assoalho do carro, geralmente, próximos ao câmbio. Mas a tendência, segundo os fabricantes, é que o item seja instalado, gradativamente, mais próximo do motor, onde a reação química conversora de gases é mais efetiva, devido ao calor do motor que aquece o conversor mais rapidamente. Eles são chamados de close coupled, que equipam os novos Fiat Palio Fire 1.0 e 1.3.

 

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Cada catalisador no seu devido lugar

O que define a utilização de um catalisador é sua aplicação, motorização e o custo. De acordo com a Magneti Marelli, eles apresentam diferenças quanto à estrutura interna, que pode ter núcleo cerâmico (mais comum e mais barato) ou núcleo metálico; quanto ao posicionamento, underfloor ou close coupled; e quanto ao processo de manufatura, divididos em torniquete, clamshell (estampado), stuffed (entubado) e spinforming (rolado).

Outro fabricante de conversores catalíticos, a Umicore, alerta que existe um tipo específico para cada veículo e essa regra deve ser respeitada para que se tire o maior proveito do conversor. “Fatores como calibração, peso, sistema de escape, posição do catalisador, motorização, modelo do veículo e o tipo de combustível alteram o funcionamento do componente”, afirma Carlos Eduardo Moreira, gerente de Marketing da Umicore.

Os modelos aplicados em motores ciclo OTTO são divididos em: catalisador de três vias; que reduz os níveis de CO, HC e NOx simultaneamente, pela redução de oxigênio e necessita de controle da relação ar/combustível (Sensor Lambda) para trabalhar; e catalisador de oxidação, que reduz os níveis de CO e HC pela oxigenação e funciona com excesso de oxigênio (mistura pobre).

Já os tipos aplicados em veículos com propulsores de ciclo DIESEL usam conversores capazes de trabalhar com gases pobres e com teor de enxofre (SO2) elevado. Os mais modernos são os catalisadores de oxidação à base de platina e os filtros particulados, que fazem a oxidação de CO e HC e reduzem os particulados de carbono.

 

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Em veículos com motores convertidos para o gás natural veicular (GNV), no kit de instalação, homologado pela CETESB, já deve incluir também o catalisador específico, para não aumentar o índice de emissões de gases. “Catalisadores inadequados podem causar a não conversão dos gases, perda de potência por questões de contra-pressão e aumento de consumo de combustível”, explica Moreira. Se o kit for desenvolvido pela montadora e homologado de fábrica, já terá a carga de metais nobres, adequada para a conversão do gás.

O mecânico deve estar atento para os veículos bicombustíveis, pois, dependendo da aplicação, exigem catalisadores com características diferentes dos motores a gasolina. O objetivo é atender as baixas temperaturas da operação com álcool, mantendo a durabilidade quando roda com gasolina. Yoshiro Ueno, engenheiro de Desenvolvimento de Produtos da Magneti Marelli, explica que os modelos multicombustíveis têm calibração específica, por isso a necessidade de um catalisador específico.

Durabilidade

Os catalisadores são desenvolvidos para durar toda a vida útil do veículo, mas isso nem sempre acontece. Impactos na carcaça podem afetar a estrutura e causar sérios danos, que levam à perda total da peça. A má conservação de outros componentes do motor e abastecimento com combustível adulterado também comprometem sua durabilidade.

Apesar de não existir a inspeção e manutenção oficial, há uma garantia de conversão dos gases, que atualmente é de 80 mil km (ou 5 anos), dado pelas as montadoras. Já os catalisadores fabricados para o mercado de reposição devem ter as características adequadas para a conversão de gases que obedecem os limites estabelecidos para inspeção vigente.

O que faz o veículo emitir mais poluentes?

 

• Falha ou corte no sistema de ignição.

• Adulteração no combustível (“gasolina batizada”).

• Alteração no lubrificante do motor.

• Furos no sistema de escapamento antes do catalisador.

• Choques mecânicos ou batidas.

• Limpeza de bicos injetores com produtos químicos não recomendados pelo fabricante.

• Desgaste excessivo dos componentes internos do motor.

• Alteração no escapamento original.

• Falta de manutenção em toda parte elétrica.

• Aditivos no combustível ou no óleo lubrificante não recomendados pelo fabricante.

• Entrada de água pela ponteira quando o escapamento estiver aquecido.

• Fazer o veículo “pegar no tranco”.

• Alarmes ou sistema anti-furto não recomendados pelo fabricante do veículo.

 

A hora de trocar

Sintomas como perda de rendimento do motor, barulho no escapamento (ruído de peças soltas), escapamento entupido e sinais de batidas fortes são algumas maneiras de detectar se o catalisador precisa ser substituído. Se houver perda de potência, o catalisador pode estar entupido em conseqüência de derretimento ou excesso de carbonização.

“Podem haver quebras por má utilização do veículo ou dimensionamento da cápsula (incluindo a manta). O derretimento (melting) é ocasionado quando há excesso de combustível na face do catalisador, provocado por problemas no sistema de alimentação ou falha de ignição”, comenta Ueno. Sempre que trocar um catalisador certifique-se de que o proprietário do veículo revisou o motor, para que a nova peça trabalhe com toda a eficiência necessária.

O grande dilema que motoristas e reparadores vêm enfrentando na troca de catalisador é a venda de peças falsificadas. Por isso, os profissionais devem comprar peças originais e de empresas idôneas, verificando no momento da compra se o miolo do catalisador tem forma de colméia cerâmica. “É importante que o produto esteja dentro de embalagem padronizada com a marca do fabricante, especificação de suas aplicações e, principalmente, com o certificado de garantia e a nota fiscal”, lembra Moreira.

Vale lembrar que a reciclagem de catalisadores usados é muito importante e que cada peça descartada vale em torno de R$ 30,00. Por isso, fique atento ao desconto que deve ser concedido nos estabelecimentos que realizam a troca do catalisador. Entregue a peça que foi substituída ao lojista para que ele encaminhe ao fabricante, que realizará a reciclagem.

Emissões de gases

A tabela abaixo mostra o que os gases nocivos fazem com a nossa saúde

Gases Efeitos Após a catálise
HC (Hidrocarbonetos) Irritação nas vias respiratórias, anemias, leucemias e câncer pulmonar Transforma-se em vapor d’água e gases inofensivos
CO (Monóxido de Carbono) Asfixia sistêmica, pneumonias e danos cerebrais Transforma-se em gás carbônico (gás exalado ao respirarmos)
NOx (Óxidos de Nitrogênio) Ardência nos olhos, nariz e mucosas. Também provoca bronquites, enfisemas, insuficiência respiratória e até mutações genéticas Transforma-se em N2(Nitrogênio), que representa 75% do ar que respiramos da atmosfera.
O3 (Oxidantes fotoquímicos, Ozônio e Aldeídos) Irritação nos olhos, garganta e infecções generalizadas São originados das reações fotoquímicas da luz solar com os poluentes: HC, CO, NOx

 

Pense bem antes de usar um catalisador falso

 

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• Retirar o catalisador de um veículo é ilegal.

• Em modelos com injeção eletrônica, o catalisador não deve ser retirado, pois sua contra-pressão é usada no cálculo da calibração da injeção.

• Tome muito cuidado para que a vedação durante a troca seja correta, impedindo a entrada de impurezas.

• A falta, adulteração ou instalação irregular do catalisador pode ocasionar uma multa de R$ 500,00 a R$ 10.000,00 ao responsável, conforme o artigo 54 da Lei Federal nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 e os artigos 46 e 48 do Decreto Federal nº 3179 de 21 de setembro de 1999 (Lei de Crimes Ambientais).

5 comentários em “Atenção para os conversores

  1. Meu carro é um Toyota Vitz 1.0c.c. de 3 cilindros. Ao comprar o carro usado verifiquei um excesso de consumo de combustível.
    Após me dirigir ao meu mecânico, o mesmo me informou que o catalisador do carro tinha sido retirado.
    Estou com serias dificuldades de adquirir um catalisador para esta viatura.
    A minha questão é: Posso adaptar outro catalisador na viatura de um outro modelo Toyota…????
    Aguardo a vossa ajuda.
    Obrigado
    Filipe Cordeiro.

  2. Oi tenho uma zafira 2008 8v Flex.
    sem ser o catalisador original qual devo usar em uma adaptação por favor

  3. Meu carro tem estes sintomas, sem forças principalmente quando ligo ar condicionado, tenho um corsa premium ,1.4, vou verificar o catalizador, sem falar que Ja fiz todas as revisões necessárias

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