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Entrevista: 50 anos de história

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Rosimeire Cenci, supervisora de Vendas da Schadek, fala sobre a jornada da empresa especializada em peças para o mercado de reposição

 

Revista O Mecânico: Em 2015, a Schadek está completando 50 anos de sua fundação. Como a empresa surgiu e quando começou a atuar no mercado de peças automotivas?
Rosimeire: A empresa surgiu em 17 de agosto de 1965, com o nome de Metalúrgica Schadek. Era uma pequena fábrica localizada na Vila Pompéia, em São Paulo/SP, que trabalhava com fundição sob pressão, um processo em que o metal líquido é injetado na cavidade de um molde, preenchendo-o no formato da peça que se deseja obter. A partir desse processo, é possível fabricar peças com características bem específicas e de diferentes complexidades. Nos primeiros anos de atuação, a Schadek atendia encomendas da indústria local, produzindo artigos para automóveis e peças para aparelhos de uso doméstico. Os produtos eram fabricados com base em desenhos e amostras dos componentes fornecidos pelos primeiros clientes da empresa. E foi assim que a metalúrgica deu seus primeiros passos. Em 1968, ainda instalada em sua primeira fábrica, a Schadek começou a produzir bombas de óleo para motores.

O Mecânico: Durante essas cinco décadas, como a empresa evoluiu para chegar até o estado atual? Tendo em vista que a Schadek atravessou importantes momentos econômicos e políticos na história do Brasil.
Rosimeire: Em 1970, cinco anos após a fundação da empresa, Carlos Magalhães e sua equipe se viram obrigados a mudar para um novo endereço. O local escolhido foi o bairro Jaguaré, também na capital paulista. Em um galpão alugado, passaram a funcionar a fábrica e os departamentos administrativos.

Nessa época, a metalúrgica contava com cerca de 50 colaboradores. Nesse período, a Schadek começava a exportar seus produtos, a princípio para o México e para os Estados Unidos. Anos depois, o espaço industrial no Jaguaré também não atendia mais às necessidades da empresa, por isso o interior do estado de São Paulo tornou-se então uma alternativa para a mudança da Schadek. Após avaliar alguns municípios e seus benefícios, Magalhães decidiu comprar um terreno e começar a construir uma nova fábrica em Porto Feliz, a 110 quilômetros de São Paulo/SP. No ano de 1978, as obras tiveram início, às margens da rodovia Marechal Rondon. Em 1982, a Schadek em Porto Feliz foi finalmente inaugurada, com seus dois mil metros quadrados.

O Mecânico: Hoje, como a Schadek está estruturada como empresa?
Rosimeire: A fábrica está instalada em terreno de 46 mil metros quadrados de área construída. Possui ainda uma filial, também em Porto Feliz, com três mil metros quadrados.

O Mecânico: Recentemente, a empresa lançou bombas de combustível para a reposição. Quais produtos a Schadek fabrica atualmente para a reposição automotiva?
Rosimeire: A Schadek possui um extenso portfólio de bombas de óleo, bombas d’água e tubos de sucção dentro da indústria brasileira. Fabrica uma ampla lista de produtos para praticamente todos os tipos de motores de carros produzidos no mundo.

O Mecânico: Quando a Schadek começou a atuar no mercado internacional?
Rosimeire: A atuação internacional da Schadek teve início em 1970, quando a fábrica ainda estava instalada na cidade de São Paulo/SP. Mas foi em Porto Feliz, depois da mudança de algumas práticas comerciais, que as exportações deram um salto significativo.

A comercialização de produtos para o exterior aconteceu de forma natural, quando clientes internacionais tiveram contato com a marca e passaram a requisitá-la. Na década de 70, os produtos eram exportados apenas para o México e os Estados Unidos. O próprio Carlos Magalhães passou a cuidar do processo de exportação, visitando os países, nomeando representantes durante as viagens e concretizando contatos. Na sequência, Colômbia, Venezuela e África do Sul também passaram a receber as mercadorias.

O Mecânico: E como estão os negócios com outros países atualmente?
Rosimeire: Antigamente, as compras eram intermediadas pelos representantes comerciais de cada nação. Praticamente não havia relacionamento direto entre a Schadek e os clientes. Todo o trâmite era feito por intermédio de terceiros. Aos poucos, esse distanciamento entre a fábrica e os compradores precisou ser resolvido. Os clientes estavam satisfeitos com os produtos, mas queriam um contato mais próximo com a Schadek e um atendimento especial. O fluxo de exportação só mudou a partir dos anos 2000. Depois de participar de uma feira em São Paulo, os clientes estrangeiros reforçaram o pedido de contato direto com a Schadek durante as relações comerciais.

Especialmente nos países da América do Sul, os consumidores priorizavam um vínculo direto. Queriam conhecer as pessoas que de fato cuidavam da fábrica. Gostavam de conversar, de tratar de tudo diretamente com a empresa, sem intermediários. Depois de muitas solicitações, a Schadek optou por criar um elo direto entre empresa e cliente.

O Mecânico: Para quais países a Schadek exporta e quais os resultados de produzir para outros países?
Rosimeire: Além de México, Estados Unidos, Colômbia, Venezuela e África do Sul, dezenas de outros países passaram a receber os produtos Schadek, incluindo nações da Europa e Oriente Médio. Entre eles, estão Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai, África do Sul, Tanzânia, Egito, Emirados Árabes, Irã, Síria, Alemanha, Espanha, França, Itália, Portugal, Suécia, Turquia e Rússia.

O reflexo dessa presença constante e dessa identidade própria criada pelo setor de exportações teve reflexo nas vendas. O faturamento médio mensal em 2014 foi 300% maior que a média mensal do ano 2000.

O Mecânico: Como vocês fazem para desenvolver seus produtos?
Rosimeire: A Schadek mantém sua atenção voltada aos principais lançamentos e tendências da indústria automotiva para, em seguida, desenvolver peças que vão abastecer o mercado consumidor.

Os produtos desenvolvidos pela empresa são sempre baseados em peças originais. A Schadek está permanentemente desenvolvendo e lançando novos produtos além de promover atualizações técnicas nos itens que já fazem parte do catálogo.

O Mecânico: Como funciona o relacionamento entre a Schadek e os mecânicos? Que artifícios vocês usam para dar suporte técnico à quem precisa?
Rosimeire: O cliente tem a opção de entrar em contato com a Schadek via telefone, e-mail ou chat. A Schadek conta com um laboratório onde os produtos encaminhados pelos clientes são desmontados e testados. O departamento de assistência técnica também promove palestras técnicas e motivacionais em todo o país por meio de promotores técnicos externos. Em 2014, mais de 8 mil pessoas participaram dos treinamentos promovidos pela Schadek.

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