Versão sedã do compacto da marca japonesa traz pouca complexidade ao mecânico na hora do reparo
Texto e fotos: Fernando Lalli
Veículo de entrada da Toyota lançado há quase seis anos, o Etios evoluiu com o tempo. Em relação ao que começou a ser vendido no Brasil após o Salão do Automóvel de 2012, ganhou painel digital de instrumentos de leitura muito superior ao analógico, melhor acabamento, trava elétrica das portas, espelhos com comando elétrico, ajuste de altura do banco do motorista, vidro elétrico com comando “auto-down” para o motorista, segunda lâmpada de ré e antena de rádio menor.
A maior evolução, no entanto, foi a adoção do câmbio automático de 4 marchas que transformou a imagem do compacto no mercado brasileiro. O conjunto de transmissão, apesar de tradicional, é gerenciado por um software que, segundo a Toyota, é capaz de analisar a condição de uso do veículo, a posição do pedal do acelerador e, assim, selecionar e manter a marcha mais adequada para cada situação de condução.
Em sua versão sedã XLS 1.5 2018, o Etios vem ainda com direção eletroassistida, chave com comando de abertura e fechamento das quatro portas, alarme de advertência para portas abertas, chave na ignição e cinto de segurança. Os freios são gerenciados por ABS com distribuição eletrônica de frenagem.
O motor é o 1.5 Flexfuel (2NR-FBE) com bloco e cabeçote de alumínio. O duplo comando de válvulas variável Dual VVT-i DOHC das 16 válvulas atua no gerenciamento tanto da admissão quanto do escape. O propulsor atinge potência de 107/102 cv (E/G) a 5.600 rpm e torque máximo de 14,4/14,0 kgfm a 4.000 rpm.
Facilidade e robustez
Consultor técnico da Revista O Mecânico e professor de engenharia da FMU, Fernando Landulfo afirma que a Toyota manteve a tradição de fabricar veículos de qualidade e que facilitam a vida do mecânico na hora das reparações. “A disposição dos componentes no compartimento do motor simplifica muito o trabalho”, disse após levantar o capô, apontando que basta tirar a tampa que cobre o motor para ter acesso às bobinas individuais do sistema de injeção e os injetores de combustível. Os dois
atuadores de comando do VVTi também ficam bem visíveis, seguindo a direção dos eixos de comando de escapamento e admissão. Medidor de massa de ar e válvula de purga do cânister também estão “na cara” do mecânico.
Para acessar o elemento filtrante do ar de admissão, basta remover dois grampos para soltar a tampa de seu módulo. Corpo de borboletas está abaixo de alguns condutos, mas seu acesso é bastante fácil, bem como o módulo de potência da ignição. “Vareta de óleo, sonda lambda pré-catalisador, alternador e pressostato do ar-condicionado também são facilmente acessíveis”, aponta. A central de relés e fusíveis também está facilmente acessível no compartimento do motor, ao lado da bateria. “Existe uma segunda central no interior do veículo, mas esta, onde estão os principais relés e fusíveis, é de fácil acesso”, aponta Landulfo.
O reservatório de expansão do sistema de arrefecimento e sua tampa controladora de pressão ficam bem próximos ao farol do lado do motorista. O fluido recomendado de fábrica pela Toyota é o “Super Long Life Coolant” original de marca própria, que consiste em 50% de fluido de arrefecimento e 50% de água desmineralizada. Para fazer o esgotamento do fluido de arrefecimento, não é necessário desconectar as mangueiras: o Etios dispõe de uma válvula de drenagem na parte inferior do radiador.
Por baixo, sem novidades
Ao levantar o Etios, a sonda lambda pós-catalisador fica bem visível. Mais fácil ainda, bujão de esgotamento do cárter e filtro de óleo ficam um ao lado do outro, bem na direção da roda dianteira-direita. Já uma possível troca da correia de acessórios requer a remoção da roda e de um painel de proteção para ter acesso à parte frontal do motor pela região da caixa de roda. O motor de partida, por sua vez, fica mais encoberto pelo agregado de suspensão.
Os sistemas de suspensão, aliás, são os convencionais McPherson na dianteira, com barra estabilizadora ligada por bieletas às bandejas (braços oscilantes), e eixo de torção na traseira, sempre com molas helicoidais. Igualmente familiares, os dois semieixos da transmissão são ligados por homocinéticas aos cubos de roda. “A manutenção do sistema de tração do Etios, apesar do câmbio automático que requer mão de obra especializada na manutenção corretiva, é bastante simplificada”, afirma Landulfo.
Os freios são a disco na dianteira e a tambor na traseira, gerenciados por ABS. Os sensores do sistema anti-bloqueio são facilmente identificáveis tanto atrás dos discos dianteiros quanto pelo conector cinza na parte de trás dos tambores traseiros. “Localização privilegiada, de fácil remoção e reinstalação”, observa o consultor técnico. Mais um componente de fácil acesso em caso de substituição, o filtro de combustível fica bem aparente ao lado do tanque.
Se o mecânico precisar ligar o scanner ao veículo, o conector OBD fica localizado numa região bastante acessível, na extremidade inferior esquerda do painel, bem próximo à porta e ao puxador do capô.
Após examinar o Etios, o consultor técnico da Revista O Mecânico cravou: “O ‘guerreiro das oficinas’ não terá grandes problemas em fazer as manutenções preventivas corriqueiras, assim como, as corretivas de pequeno porte, pois a mecânica do Etios é bastante simples, os componentes são de fácil acesso e não há a necessidade de ferramentas especiais caras. No entanto, existe uma ressalva. Procedimentos mais sofisticados que envolvam abertura de motor e da transmissão automática vão requerer, sim, ferramentas e manuais específicos para o modelo”, finalizou Landulfo.
Ficha técnica:
| Toyota Etios 1.5 XLS AT |
| Motor Posição:Dianteiro transversal, Gas/Etanol Cilindros: 4 em linha Válvulas: 16V Taxa de compressão: 13,0:1 Injeção de combustível: Injeção multiponto Potência: 107 (E) a 5.600 rpm / 102 (G) a 5.600 rpm Torque: 14,07 (E) / 14,03 (G) a 3.100 rpm Câmbio Automático, 4 marchas Freios Traseiros: Tambor Direção Suspensões Rodas e Pneu Dimensões Capacidades |
