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Entrevista: Tradição e Pioneirismo

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Dana comemora 70 anos no Brasil com histórico que envolve até desenvolvimento de carro para a Fórmula 1

Por : Gustavo de Sá

 

Para relembrar os fatos marcantes dos 70 anos da Dana no Brasil, entrevistamos o diretor de vendas para o Aftermaket, Carlos Dourado. Além do retrospecto, o executivo revela os próximos passos da empresa para o futuro.

 

O Mecânico:A Dana completa 70 anos de história no Brasil. Quais foram os fatos mais marcantes neste período?

Carlos Dourado: Hoje damos continuidade ao trabalho de pioneiros. A antiga Albarus foi fundada por um imigrante alemão, Ricardo Bruno Albarus, em 1947. Sua origem é anterior ao próprio estabelecimento da indústria automobilística no Brasil, por Juscelino Kubitchek, em 1956. E a evolução de oficina de precisão para o mercado automotivo se deu graças ao mercado de reposição, para atender ao pedido de produção de 1.000 cruzetas para jipes. O trabalho executado com esmero e dedicação rendeu um contato com a então Spicer Manufacturing, que depois viria a ser a Dana, e faria assim seu primeiro investimento fora dos Estados Unidos, na Albarus. E assim iniciava um movimento de expansão internacional. 70 anos depois, passamos por muitos momentos do país, de nossa sociedade e da indústria. Ampliamos nossa presença no mercado, operações e portfólio de produtos. Crescemos, enfrentamos crises, dores do crescimento. Mudamos, nos ajustamos. E nos preparamos para voltar a crescer, coroando a comemoração dos 70 anos em grande estilo com um enfoque renovado no mercado de reposição brasileiro, com time dedicado, equipe nacional de representantes e um Centro de Distribuição em Diadema/SP, de onde despachamos os produtos com a marca Spicer para nossos distribuidores nacionais e no exterior.

 

O Mecânico: Na década de 1970, a Dana esteve envolvida no desenvolvimento do primeiro carro brasileiro a competir na principal categoria do automobilismo mundial, a Fórmula 1. Como foi essa participação?

Dourado: O pioneirismo sempre se fez presente em nossas atividades, como no desenvolvimento de um veículo inédito por uma equipe até hoje única, com os desafios e problemas derivados deste pioneirismo. O contato inicial feito pelos irmãos Fittipaldi, desbravando a indústria automotiva na busca por peças nacionais, rendeu experiências igualmente inéditas para nosso time quando desenvolvemos juntas cardânicas para a tração do bólido, projetado por Ricardo Divila, que revisitamos em 2003 quando recuperamos 2 dos carros mais do que especiais da equipe: o FD-01 de Wilsinho e o FD-04 de Emerson. Os carros estão com os irmãos desde então e esta história foi contada com maestria pelo renomado jornalista Lemyr Martins em livro, infelizmente esgotado. Estamos trabalhando em uma nova edição, desta vez digital (para Kindle e iPad), em português e inglês, ampliada para incluir a recuperação do FD-04. É parte do presente para comemorar nossos 70 anos de Brasil, ajudando a preservar – ou mesmo contar melhor – a nossa história.

 

O Mecânico: De que forma a crise econômica afetou o os negócios da Dana? Há expectativa de investimento em novas operações?

Dourado: O desafio da drástica redução de demanda do mercado de veículos comerciais – caminhões e ônibus – nos mobilizou a rever nosso planejamento e buscar um melhor balanceamento dos negócios, ampliando nossa presença nos mercados de exportação e reposição, além de fortalecer nossa cadeia de suprimentos com a internalização de atividades e verticalização – como o investimento feito no final de 2016 na aquisição das operações de forjaria e usinagem da antiga SIFCO em Campinas/SP e Jundiaí/SP. Este movimento se manifesta com muita força por meio do enfoque renovado para o mercado de reposição, com presença em feiras como a Autop em 2016 e um grande estande na Automec 2017, time ampliado, Centro de Distribuição em Diadema/SP e uma equipe de distribuidores nacional atendendo aos clientes em todo o país, com excelente receptividade e resultados que já são maiores do que os que prevíamos inicialmente.

 

“O pioneirismo sempre se fez presente em nossas atividades, como no desenvolvimento de um veículo inédito para a F1”

 

O Mecânico: Recentemente, a Dana voltou a trabalhar a marca Spicer. Como foi o processo e o que levou a essa decisão?

Dourado: Nossa tradicional marca sempre foi suportada por nossos produtos, fabricados para as principais montadoras de veículos ao redor do mundo – e no Brasil não foi diferente. Mas estava claro que, para recuperarmos a relevância de um mercado historicamente tão importante para a Dana no Brasil, precisávamos recuperar o protagonismo de outros tempos. Estamos neste caminho, com energia, satisfação e força, sendo muito bem recebidos por nossos clientes antigos e novos, em todo o País.

 

O Mecânico: Qual a quantidade de produtos no portfólio atual da Dana?

Dourado: Fabricamos uma ampla linha de produtos de transmissão e suspensão, que equipam os novos veículos do mercado, sejam eles automóveis, caminhões e ônibus, ou máquinas de construção e para o mercado agrícola, como eixos dianteiros pesados, eixos diferenciais leves e pesados, componentes de suspensão leve e pesada, diversos componentes de borracha e juntas de motor. E, para atender a demanda do mercado, ampliamos nossa oferta de produtos de uma forma muito diferenciada, trazendo a preocupação com a qualidade e a reputação de nossas marcas para oferecer também juntas homocinéticas e uma linha de produtos que cresce com excelente receptividade no mercado nacional e regional.

 

“Ampliamos nossa presença no mercado, operações e portfólio de produtos. E nos preparamos para voltar a crescer”

 

O Mecânico: Há alguma novidade ou lançamento de produto no curto prazo?

Dourado: Neste ano, lançamos com a marca Spicer os produtos de suspensão que fabricamos há quase 70 anos em nossas operações de Diadema/SP e Gravataí/ RS, que se somam à linha de juntas homocinéticas Spicer e aos nossos componentes de cardãs e diferenciais, compondo nosso portfólio inicial desta nova fase no mercado de reposição. Outro destaque é o lançamento do Dana 44 Vintage Fever, o clássico diferencial Dana 44 para carros como Opala e Maverick.

 

O Mecânico: Quais os próximos passos para o futuro, a médio e longo prazo?

Dourado: Seguimos dando continuidade aos nossos planos de ampliar a relevância dos negócios de reposição da Dana no Brasil, suportando nossos clientes e mercado, apoiando a demanda crescente por produtos de qualidade, com reputação e confiabilidade. Afinal, nossos produtos ajudam a mover o que importa.

 

O Mecânico: Como a Dana enxerga o mecânico independente? Há alguma ação realizada com esse público?

Braccialli: O aplicador desempenha um papel estratégico e vital no negócio das fabricantes de autopeças. De longa data reconhecemos esta importância. Mas os tempos são outros, há uma questão crescente de conectividade, de necessidade de canais digitais, de autoatendimento em certos momentos. Para suportar isso, ampliamos nossos esforços com a geração de conteúdo técnico em nosso canal no Youtube (SpicerBrasil) e de guias de instalação e manutenção em nosso site, procurando fazer chegar aos mecânicos informação específica e acessível, sem um tom muito professoral.

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