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De Carro Por Aí | Calma pessoal, que o subsídio é nosso

Roberto Nasser*

Encerrada a greve dos caminhoneiros, perdemos todos. Nós, contribuintes, pagaremos as vantagens concedidas pelo Governo Federal, mesmo sem saber se os grevistas representam o setor, o que efetivamente querem. Melhor atestado foi a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobrás, onde tentou reverter o prejuízo dado por PT, Lula, Dilma e partidos associados, percebendo ter perdido autonomia e a certeza de influências políticas daqui para diante. Idem para todos nós chamados a bancar um subsídio ao diesel, tão estranho quanto entrar na relação entre concessionárias de estrada e governos estaduais para isentar de pagamento veículos com o terceiro eixo suspenso – quem garante não haver carga para dispensar o uso apenas nas praças de pedágio?

Perdeu você, eu, nós. Perdemos a esperança em um governo minimamente articulado e com controle sobre problemas, solução para eles. Recebemos fugaz operação de compra e venda, a mais simplória falta de noção; a inconsistência da tabela de de correção de frete, anunciada, discutida, recolhida e rebaixada; a incerteza de não haver mais greves, muito pelo contrário. O governo tenta sobreviver até seu débil final.

A greve foi dos motoristas, mas qualquer setor com capacidade de mobilização será capaz de parar o país. Além destas certezas, restou outras: a população continua procurando seus heróis ou quem faça oposição prática ao Governo; e não aceita tutela de partidos ou falsos oportunistas buscando capitalizar sobre a união popular que não conseguem realizar.



Planos FCA: SUVs, picapes, turbo, …

Acionistas, banqueiros, analistas econômicos, jornalistas do mundo atingido pela FCA aderiram à convocação da empresa para o Capital Markets Day e apresentar seu plano quinquenal 2018-2019. Coluna abordou o assunto anteriormente indicando a pauta como atrativa, não apenas pelo polêmico – e criativo e determinado – ítalo/canadense Sergio Marchionne, CEO da empresa, mas pelos planos de crescimento, expansão, definição. E pelo fato de deixar o cargo sem executar o plano. Valiam atenções, incluindo a atração do anúncio do sucessor.

Acertou quem não aceitou tanta placidez. Marchione surpreendeu com o leque de ações e projetos; com definições para mercados em crescimento e lucros como a América Latina e a Ásia; com decidir minguar a Chrysler – e por não anunciar o sucessor. Frustrante? Não, agora entendível: não queria a aplicação do ditado de Rei Morto, Rei Posto, perdendo o estrelismo em sua própria reunião.

O local, fazenda nas proximidades de Milão, onde está a festejada pista de testes da Alfa Romeo, tem instalações melhoradas em fazenda, mas sempre instalações de fazenda. Situação por si só limitadora de presenças – assessores de diretores, por exemplo, não foram por falta de espaço.

Reunião começou com brincadeira para descontrair. John Elkan, trineto do fundador da Fiat, presidente da FCA e da Exor, a holding familiar dos Agnelli, ao contrário do irmão Lapo, marcado por ternos brilhantes, iridescentes, vivos, parece intentar valorar com sobriedade seus poucos 42 anos. É careta ao vestir: parece um aluno de Havard em terno e gravata pretos.

Marchionne, a cara pública da FCA, é superior a estas regras e códigos e, independentemente da estação ou temperatura, indo a presidentes de Repúblicas e Primeiros-Ministros com assinatura cromática: calça azul escura; camisa com pequenos quadriculados azuis; suéter cor da calça. Gravata, peça de fundo de gaveta, empregada apenas até tornar-se o executivo nº 1 e imprimir sua marca e maneira de vestir na surpreendente recuperação, ampliação e lucratividade da Fiat.

Para dar seriedade à reunião, Elkan abriu-a a reunião ante comprimida plateia, tirou, sem desfazer o nó, sua pífia gravatinha preta, e passou-a a Marchionne. O CEO aplicou-a sem ajustar sobre invulgar camisa de quadros largos, sob o onipresente pulôver. Em termos de composição estética, de envergonhar os alfaiates de Milão e Turim, mas cumpriu a função: descontraiu, mostrou sinergia.

Mudanças

Novo projeto dá peso específico às diferentes marcas sob a frondosa árvore da FCA:

Lancia, tradicional tende ao desaparecimento sem lançamentos novos e hoje restrita ao pequeno Ypsilon;

Dodge e Chrysler entram em processo de drenagem, devendo encerrar produção de automóveis, tendendo a apenas utilitários esportivos, condenadas a se restringir ao mercado norte-americano;

RAM, anteriormente marca Dodge e agora autônoma, ampliação. Relançará linha de picape médio, como foi o modelo Dakota no Brasil. País tem maiores chances de absorver a produção;

LATAM – Nada a ver com a desconfortável companhia aérea, mas abreviatura norte-americana para Latin America. A região, mercado crescente em vendas e lucros, com três novos modelos;

SUV 7 lugares – baseada no picape Toro, gerando dois produtos, um Fiat e outro Jeep. Pela base mecânica comum a Toro, Renegade e Compass, serão produzidos em Pernambuco;

Picape pequeno – Nova geração do Strada, já em providências. Plataforma baseada no Cronos, cabine com partes do Mobi. Projeto tratado a Pão-de-Ló, como se diz internamente na Fiat. Fácil entender, vende 55% no mercado e é referência em adequabilidade, resistência e operação. O sucessor deve cumprir tal agenda;

Suv pequeno – Já citado pela imprensa, incluindo a Coluna, dito grosseiramente Mini Renegade, também está em desenvolvimento;

Jeep – Marca mítica, bem capitalizada pela FCA, em franca ascensão, entre 2013 e 2018 quer evoluir de 730 mil unidades para 2,1 milhões. É a menina dos olhos de Marchionne, vendo o potencial nunca enxergado pela marca, pela Renault e pela Chrysler. Até 2022 quer ter quatro SUVs e um picape, este com a cara do Jeep Renegade. Compass sofrerá a primeira evolução para manter a inimaginada liderança;

Alfa – Festejando chegada nos dois principais mercados mundiais, EUA e China, próxima geração terá GT, projeto comum entre Maserati e Alfa. Neste, em 2020, reposição do 8C, desenvolvendo 700 cavalos de potência em motor V8 de duplo turbo, sucessor do atual Motor do Ano, o do Ferrari 488 Pista.

Não o terá dianteiro como os 8C antecessores, da década de ’30 e de 2009-2013, mas entre eixos traseiro. Na prática Maseratis e Alfas, por questão de custos e lucros entraram no funil para usar componentes Ferrari – plataforma, suspensão, motor, câmbio. Emblema não.

No planejamento de produto outro coupé, o GTV, V6 2,9 litro, evoluído do atual, para fazer 600 cv. Motor dianteiro, 4×4. Após o sedã Giulia e o SUV Stelvio, com invejável definição performática, Alfa dará o segundo passo para melhorar sua imagem: o novo Coupé e o GTV se destinam a peitar frontalmente as versões especiais das marcas alemãs, os Mercedes AMG, Audi S, e BMW M.

Da lista atual deixará de produzir o charmoso Mito, mandando revisar a Giulietta.

E SUVs, sempre, segmento de maior expansão no mundo, com dois representantes, acima e abaixo do Stelvio.

Quem esperava atualização do Alfa 4C pode retirar o equino da pluviosidade. Foi um evento de marketing, para chamar atenção sobre a marca. Relançada, perdeu a razão de ser. Como complicador, é um ex-Alfa, feito fora da Alfa, processo artesanal, incompatível com a competitividade no setor.

Maserati desfruta da posição de marca de topo na FCA após a separação da Ferrari, agora empresa independente e não FCA. Vem de pouco crível recuperação, passando de 6.000 vendas em 2012 a 50 mil imaginadas neste exercício. Promete concretar o modelo Alfieri – nome do mais velho dos irmãos Masetari, fundadores da marca. Cupê confortável e rápido, elétrico, comportamento esportivo do tipo 0 a 100 km/h em 2 segundos e velocidade final de 300 km/h. Terá outro SUV, abaixo do Levante e um sedã para concorrer com demais grandes. Será o Quattoporte.

Tecnologia

Apostará em turbos e elétricos para o restante do mundo e, pontualmente para a América do Sul, no downsizing, os motores de baixa cilindrada com aposição de turbo. No mercado LATAM, pequenos motores a álcool e turbo – mas sequer há desenho inicial para tal decisão.



Roda-a-Roda

Próximo – Natural desdobramento do Toyota Yaris hatch, ora lançado, será o sedã. Em um mês.

Tapa – GM retocou o Prisma, derivação do Ônix, ambos liderando vendas em seus segmentos. Decoração e incremento em infodiversão. Razão clara, tentar manter vendas ante o nítido envelhecimento das linhas, novos concorrentes e substituição possivelmente em 2020.

Mercado – Previsões de troca de posições de mercado durante maio não se apresentaram. GM não foi ultrapassada pela VW e manteve primeiro lugar; VW segundo; Fiat terceiro; Ford freou-se em quarta posição, contrariando projeções de ser ultrapassada por Hyundai ou Renault.

Negócio – Seja por excesso de revendas, seja por baixa participação no mercado – um dos concessionários domina metade das vendas -, pelos sinais da transformação da Ford Brasil em importadora e incerteza quanto ao futuro, dois entre os cinco negócios Ford em Brasília estão à venda.

VarianteTens oficina, borracharia, pequeno negócio ligado a automóveis? A Total, produtora de lubrificantes acha-o ideal para abrir um posto de troca rápida de óleos do motor, iniciativa exclusiva, competitiva e rentável. Baseia-se em estudo do Sebrae e do Instituto Brasileiro de Qualidade e produtividade, indicando, 1/3 dos brasileiros possuem uma empresa ou querem tê-la.

Como – Oferece treinamento, muitos produtos, orienta implantar mecânica rápida, troca de óleos e filtros, revisão gratuita em até 15 itens de manutenção.

Vertente – Ford ampliou perfil de fornecimento de peças e componentes. Não se resume à marca, ampliando espectro em partes de reposição comum: discos e pastilhas de freio, filtros, óleos. Nome confuso, Omnicraft, mistura latim com ingles para vender no Brasil.

Social – Comemorando 70 anos da marca, e em fase de crescimento de vendas, faturamento e lucros, Porsche criou fundação com o nome de seu criador e gestor, Ferry Porsche. Empresa diz, para ela responsabilidade social e sucesso econômico são ligados de forma inseparável.

Foco – Nos últimos anos Porsche tem dedicado até 5M de Euros/ano para promover entidades civis, culturais e sociais. Agora tocará profissionalmente.

Família – Elite, evolução do HondaJet, o avião da Honda, foi apresentado pela empresa. Mais refinamento decorativo, novas tomadas de para os motores, melhor insonorização reduziram ruídos internos e externos, implementação nos aviônicos com estabilizador automático. Melhor dado, aumento de autonomia em 17%, indo a 2.661 km. A US$ 5.250 M, US$ 300 mil acima da versão anterior. Representa-o a Líder Aviação.

HondaJet Elite

Antigos Autoclásica, maior dos encontros sul Americanos de automóveis antigos, já tem datas para próxima edição: outubro, sexta, 12 a segunda, 15. É uma aula de antigomobilismo.
GenteCláudia Freiesleben, Filipe Gutierrez e Ana Paula Silva, jornalistas, já não atendem a ramais na Ford. OOOO Dispensa e plano de desligamento. Buscando equilibrar contas, empresa corta despesas. OOOO Lugares foram fechados. OOOO

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